Ele é a cara do robusto Toyota Bandeirante, fabricado em São Bernardo do Campo (SP), entre 1962 e novembro de 2001. A semelhança não é mera coincidência. Lançado no ano passado, o FJ Cruiser leva em seu código genético o espírito aventureiro do Land Cruiser FJ 40 dos anos 60, que deu origem ao nosso Bandeirante. Mas os pontos em comum com o utilitário nacional ficam por aí.
Feito em Hamura, no Japão, pela Hino Motors, empresa do grupo Toyota, o FJ entrega até mais do que aparenta. Trazido pelo importador independente Forest Trade, de São Paulo, o jipão japonês custa cerca de R$ 200 mil. É caro, mas, das oito unidades importadas, sete foram vendidas em sete meses, todas com pintura preta e a capota branca que vem de série, qualquer que seja a cor do resto da carroceria. Conseguimos andar na unidade que sobrou, pintada de Azul Vodoo. Seja lá o que isso signifique, a combinação ficou fantástica. O próximo lote está a caminho.
A espera pode valer a pena, mesmo considerando que com esse dinheiro dá para comprar um Jeep Grand Cherokee Overland HEMI 5.7 (R$ 199 mil). Isso porque o FJ Cruiser vem com um eficiente motor V6 4.0 VVT-i, com comando de válvulas variáveis de 242 cavalos, mais potente que o dos principais concorrentes. O Hummer H3, por exemplo, tem motor cinco cilindros de 3,5 litros de 220 cv. A carroceria inclina bastante nas curvas, mas, para evitar que o carro passe do limite de aderência, há controle eletrônico de estabilidade (VSC) Vehicle Stability Control.
O que também ajuda a dar fôlego é o sistema de transmissão, com câmbio automático de cinco marchas e tração integral com diferencial torsen, que transmite a força do motor entre os eixos conforme as condições de aderência do piso. Há também reduzida e bloqueio do diferencial central, tudo feito por uma alavanca auxiliar. A distância livre do solo de 24 cm é maior que a de um Land Rover Defender 110 (21,5 cm) e o ângulo de entrada é de 34º. O que pega é o ângulo de saída, de 31º, um pouco menor que o do EcoSport (34°).
Por dentro, há soluções engenhosas, como os dois alto-falantes instalados no teto, que têm espessura 52% menor que o convencional, ou os bancos dobráveis e removíveis feitos com tecido que repele água prático para quem usa o carro em trilhas. Além disso, na frente do motorista fica um porta-luvas que pode servir de encaixe para uma tela de GPS como opcional. E para reforçar o apelo fora-de-estrada, o painel do FJ é equipado com bússola, inclinômetro e termômetro digital.