Até meados dos anos 1990, a opção de automóvel que reinava entra as famílias eram as peruas. Representantes como Chevrolet Suprema, Volkswagen Quantum e Ford Royale, no entanto, desapareceram aos poucos para dar lugar às minivans, que viraram o alvo das mães que buscavam um veículo para carregar a prole. Depois, com Peugeot 307 SW, Toyota Fielder e Renault Mégane Grand Tour, as stations tentaram uma sobrevida, mas parece que esta volta pode estar com os dias contados. Os utilitários na faixa dos R$ 100 mil estão ocupando o espaço e já pode ter feito a primeira vítima: a perua da Toyota saiu de linha em setembro.
Entre estas opções, as novidades mais recentes do segmento ficam por conta dos mexicanos
Chevrolet Captiva e do
Nissan X-Trail, que ocupam a mesma faixa de preço e estão disponíveis com tração nas quatro rodas. O jipinho japonês pode ser encontrado a partir de R$ 90.990 com motor de quatro cilindros de 2,0 litros e 138 cv de potência a 5.200 giros e torque de 20,2 kgfm a 4.400 rpm. Se os números lhe parecem familiares é porque o propulsor é o mesmo utilizado no sedã
Sentra, mas com 4 cv a menos. O câmbio também é igual, o CVT (relações continuamente variáveis). Na versão avaliada topo de linha, a LE, o X-Trail custa R$ 103.990.
O Captiva é um pouco mais caro na versão de entrada. Começa em R$ 94.850 com tração 4x2 e sai por R$ 101.850 na configuração testada, com tração integral. A diferença do valor pode ser explicada ao abrir o capô, que tem debaixo dele um V6 de 3,6 litros de 261 cv de potência a 6.500 giros e torque de 32,9 kgfm a 2.100 rpm, o que resulta em desempenho bem superior. O câmbio é automático de seis velocidades com opção de trocas manuais. Os dois são movidos a gasolina, mas com boa chance do Nissan virar flex, já que o
Sentra e o Livina que também vai compartilhar a mecânica - vão receber essa tecnologia.
Conforto é maior no Captiva
Com motores tão diferentes, o desempenho deve ficar de fora deste comparativo. Avaliando dessa forma, o Captiva tem boa aceleração e o V6 fala baixo dentro da cabine devido ao bom isolamento acústico. O câmbio tem boas respostas no modo drive e tração é distribuída eletronicamente conforme a necessidade, sem intervenção do motorista.
A suspensão é bem acertada, sendo confortável na cidade e fazendo com que o condutor possa se arriscar em algumas curvas na estrada, mas, talvez pensando na segurança, a Chevrolet optou por limitar a velocidade em 160 km/h, como descrito na ficha técnica do veículo. A velocidade limitada pode parecer pouco para um motor deste porte, mas é muito para um utilitário de 1.850 quilos que, apesar deste peso, demonstra estabilidade.