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Geely GC2 e JAC J2 vão além da simpatia?

Apostando no visual, a dupla chinesa Geely GC2 e JAC J2 pode surpreender em outros aspectos

10/03/2015 - Texto e Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Quando postos lado a lado, Geely GC2 e JAC J2 parecem ser modelos próximos: compactos urbanos bonitinhos visualmente e com um pacote de equipamentos de série para dar inveja a muito carro nacional. O primeiro, que chamaremos de Panda daqui para frente pela semelhança com o animal - fato que não é negado pela marca -, custa R$ 30.700 e tem um motor 1.0 de três cilindros a gasolina. O segundo custa mais: R$ 37.490, mas entrega motorização 1.4 flex. Apesar da diferença de valores, como será que ambos podem ser comparados? Qual é a melhor compra?

O JAC traz de série direção hidráulica, ar-condicionado, vidros, travas e espelhos com acionamento elétrico e sensor de estacionamento traseiro. O Geely tem os mesmos equipamentos com a adição de regulagem elétrica da altura dos faróis e sistema isofix para a fixação de assentos infantis no banco traseiro (fixação no chassi).

As medidas do Panda são 3,6 m de comprimento, 1,5 m de altura, 1,6 m de largura e 2,3 m de entre-eixos, enquanto o J2 tem 3,5 m, 1,5 m , 1,6 m e 2,4 m, respectivamente. O Geely oferece 205 litros de bagageiro. Achou pequeno? O do JAC tem apenas 121 litros. Cabem duas mochilas. E olhe lá.

Panda come bambu, não cana

Fica óbvio apontar o fato de que o Panda não é flex como ponto negativo para o carro, mas nem sempre é o caso. Sem o compromisso de ter de rodar com etanol, o carro é econômico. Durante a avaliação do iCarros, que compreendeu apenas trânsito intenso e com uso do ar-condicionado, o Geely registrou uma média de consumo de 13,2 km/l. Rodando apenas com o combustível fóssil e alimentando apenas três cilindros, fica fácil entender.

Claro que economia e desempenho são conceitos difíceis de andarem juntos. Com apenas 68 cv e 8,9 kgfm de torque, o pequeno tricilíndrico do modelo, que é montado no Uruguai, exige constantes trocas de marcha e giro alto para vencer ladeiras. Mas enquanto o piso for plano, ele anda como um 1.0 de quatro cilindros. O Pandinha, assim como o animal com o qual guarda semelhança, é “gordinho”: são 970 kg de peso, o que não ajuda o diminuto bloco. O câmbio manual de cinco velocidades tem trocas de longo curso e não podem ser feitas rapidamente, sob o risco de “arranhar” uma das marchas no processo.

Dinamicamente, o Geely começa a se redimir. Lembrando sempre que o hatch não pretende ser um esportivo nem usado constantemente em rodovias, ele oferece uma direção hidráulica leve, o que facilita as manobras urbanas. A suspensão, de acerto macio, filtra a buraqueira das ruas com mais facilidade que alguns carros de porte maior.

Mas tire o Panda de sua floresta, ou de sua zona de conforto, e a história muda. Acima de 100 km/h, a direção fica arisca por não ganhar firmeza e a suspensão deixa o carro rolar muito nas mudanças de direção. Dito isso, vale ressaltar que, levado ao limite de aderência, há um primeiro susto pela transferência de peso do carro de um lado para o outro, mas, mesmo assim, o carro demorar a desgarrar.

Falando do visual, a marca se inspirou mesmo nos ursos panda. E você gosta gosta do resultado ou não. Não há meio termo. Mas não foram apenas crianças que se deram bem com a cara de bichinho de pelúcia do GC2: até mesmo marmanjos barbudos viram graça na abordagem descontraída da Geely.

Por dentro, a cabine é toda preta, com plásticos rígidos em todos os lugares e, além de um aro circular no centro, o design interno é bem conservador. Para o motorista e o passageiro da frente, espaço não é problema, mas faltam regulagens de altura para o cinto de segurança e os bancos. Atrás, é difícil acomodar alguém com mais de 1,70 m de altura tanto em espaço para a cabeça como para as pernas. Um quinto passageiro no centro do banco de trás é algo para ser calculado (e avisado à “vítima”) com antecedência. Vale destacar a solução para o porta-luvas: com uma tampa retrátil, não ocupa espaço na cabine.

Carismático e bem equipado, o Geely GC2 ficaria atrativo se tivesse um pouco mais de potência e mais que apenas oito concessionários em todo o País. Como um dos passageiros resumiu: “é um carro cheio de boas ideias, mas parece que foi feito com um orçamento apertado”.

J2: frenético e "alcoólatra"

Esquecendo a morosidade do Panda, o JAC J2 gosta de acelerar - e forte. Também pudera: seu motor 1.4 (1.332 cc) flex tem 113 cv 14,5 kgfm de torque quando abastecido com etanol. Isso já garantiria um desempenho respeitável em qualquer hatch, mas no modelo de origem chinesa, que tem apenas 915 kg e pouco isolamento acústico no cofre do motor, isso significa um carrinho com jeito de brinquedo, mas que acelera forte e ronca mais alto (no bom sentido) que alguns "esportivos" por aí. As faixas de rali - acessório instalado no modelo avaliado - vieram bem a calhar.

Além de uma combinação de pouco peso e potência, as relações do câmbio de cinco marchas são próximas umas das outras, o que auxilia a deixar as rotações elevadas e instiga o motorista a andar mais forte. Mas, se você não se impuser limites e controlar o “frenesi” do J2, vai ter de abastecer mais cedo, pois o tanque de combustível é pequeno e andar com o pé baixo na cidade faz o consumo com etanol ficar próximo dos 6 km/l. Porém, apenas o fato de o JAC ser flex, daqueles que ainda por cima dispensam o tanquinho de partida a frio, o coloca um passo à frente do rival.

Apesar de a direção ser elétrica, é firme, o que aumenta o controle sobre o carro em velocidades elevadas. E boa sorte procurando os limites do carro: com a suspensão mais rígida que a do rival, o J2 faz curvas sem sustos. Dentro do ambiente urbano é difícil fazer o JAC sair das mãos do piloto, digo, motorista.

Por dentro, a cabine do hatch também é toda preta e o espaço é um pouco melhor que no Panda. A recomendação para o quinto passageiro permanece a mesma. Acabamento? No mesmo nível: simples. Porém, duas faltas são muito sentidas: a tampa do porta-luvas e o limpador do vidro traseiro, inexistentes.

O J2 é para quem quer um esportivo, mas tem garagem - e bolso - para pouco mais que uma bicicleta. O tanque de apenas 35 litros (mesma capacidade do Geely) se provou pequeno ao longo do teste, acendendo o alerta de reserva com apenas 200 km rodados.

Escolha de Thiago Moreno - Mesmo sendo (bem) mais caro, o JAC J2 leva o comparativo por ter desempenho superior. A Geely também perde pontos no comparativo por não ter uma rede de lojas maior. Para ambos, porém, fica a dica: o acabamento tem de ser melhorado. 
 

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