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Spin x J6: mesa para cinco ou sete pessoas?

Comprar uma minivan familiar é como escolher mesa no restaurante: é preciso levar em conta quantos vão com você

09/12/2013 - Texto e Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

O mercado das minivans tem as famílias como público-alvo, mas elas podem vir em tantos sabores... Baseado num furgão, como a Fiat Doblò, numa plataforma compartilhada, como a Chevrolet Spin, ou ainda numa carroceria própria, como a JAC J6. Vamos deixar de lado o “feijão com arroz” utilitário e focar em algo mais “gourmet” para levar seus acompanhantes. A mesa, porém, vai ser para cinco ou sete pessoas?

De um lado, a Chevrolet Spin Advantage, série especial baseada na versão LT, leva você e mais quatro pessoas por R$ 53.390. Por outro lado, a JAC J6 Diamond carrega sete por R$ 59.990. Os modelos possuem configurações de sete e cinco assentos, respectivamente, mas este comparativo tem como objetivo mostrar quais são os prós e contras de cada um destes modelos. 

Vocês estão em quantos?

Sabe quando você chega ao restaurante com um grupo grande de amigos e o garçom de recusa a juntar as mesas? Esse cara é a Chevrolet Spin. Cabem cinco, sem conversa. Claro que há espaço para todos e quem vai atrás fica ligeiramente mais alto que a primeira fileira para ter um visual melhor, mas, na versão de cinco lugares, somente o segundo jogo de bancos rebate inteiramente, oferecendo pouco no sentido de modularidade.

A JAC J6, por outro lado, é quase uma festa do caqui, especialmente na versão Diamond de sete lugares. Todos os bancos são individuais, rebatíveis e removíveis, sendo que os da segunda fileira correm sobre trilhos e podem ser operados um por vez. Por lá, como um túnel de transmissão é baixo, é possível navegar entre os assentos sem esforço. A terceira fileira é mais indicada para crianças, uma vez que os assentos ficam no lugar do porta-malas, algo que também acontece na Spin.

Bagageiro, aliás, que leva 720 litros usando os cinco lugares ou 198 litros com todos os bancos do JAC sendo usados. A J6 de sete lugares, com todos os assentos devidamente montados, tem mais porta-malas que o próprio compacto JAC J2, que leva apenas 121 litros. Na Spin Advantage com cinco lugares, a capacidade é de 710 litros.

O que possibilita o maior espaço na JAC é o fato de que a J6 é maior que a rival da Chevrolet em todas as dimensões, com 4,6 m de comprimento, 1,8 m de largura e 1,7 m de altura, enquanto uma Spin tem 4,4 m, 1,7 m e 1,6 m, respectivamente. Mas é a distância entre-eixos de 2,7 m que faz a diferença, já que a concorrente tem 2,6 m. O único porém é que a JAC é 298 kg mais pesada que a Spin, contabilizando 1.500 kg, mas vamos desfrutar de um prato de cada vez.

Qual é o pedido?

O cardápio de itens de série parece comum entre as rivais: ar-condicionado, direção-hidráulica, acionamento elétrico de vidros, travas e espelhos, rodas de liga-leve e faróis de neblina. Ajuste de altura para volante e banco do motorista também estão lá. No caso do assento, a operação é feita por roldana, em ambas, mas na J6 é ainda mais complexo, pois são duas regulagens, uma para a parte anterior e outra para a porção posterior.

Semelhanças à parte, é nos detalhes que J6 e Spin se diferenciam. Por exemplo, computador de bordo: item simples, de série na GM, mas que a JAC deixou de lado. Vidros elétricos nas quatro portas? Tem para as duas, mas a J6 opera com um toque em todas, a Spin em nenhuma.

Mesmo sendo uma série especial, a Spin Advantage leva como itens extras apenas alguns equipamentos como o sensor traseiro de estacionamento, de série na J6. Por fora, a Chevrolet ganha rodas e frisos pintados e rack de teto. Por dentro, porém, pouco muda. O painel tem visual moderno, mas inteiramente de plástico, e comete pequenas gafes, como a tampa do porta-luvas, que não se alinha com o restante da peça.

A Spin mistura tons de cinza entre claros e escuros. Nas portas, onde há predominância dos primeiros, os painéis servem como quadros em branco prontos a se tornar arte abstrata feita com as pontas dos sapatos. A J6 também usa plásticos no interior, mas têm boa aparência e a qualidade de montagem evoluiu em relação à versão anterior. Há detalhes em preto brilhante e os instrumentos agradam tanto em aparência como em funcionalidade.

Aceita sobremesa?

Claro que num carro familiar, desempenho e dirigibilidade não são prioridades. Mas como ninguém aqui está numa dieta automotiva, considere isso como um docinho depois do almoço. Esses itens podem tornar sua refeição mais agradável ou estragar a experiência.

A Chevrolet Spin tem motor 1.8 flex com oito válvulas, bom para 108 cv com etanol e 106 cv com gasolina, acoplado a um câmbio manual de cinco marchas, mesma configuração da J6. Só que a rival conta com um motor 2.0 16V de 136 cv.

Claro que o propulsor da JAC só roda com o derivado do petróleo e não tem opção de câmbio automático como na Spin, que pode dar folga à perna esquerda com uma caixa de seis velocidades. Isso precisa ser levado em conta, assim como o fato de o etanol não estar compensando na maioria dos Estados. Lembram-se do peso? Ele volta aqui para fazer a vantagem da J6 cair por terra. Não há potência extra que compense facilmente quase 300 kg a mais em relação à Spin.

Ainda contando com apenas duas válvulas por cilindro, o modelo da GM entrega 17 kgfm de torque (etanol) logo nas primeiras aceleradas... Até que você precisa acelerar mais forte e o carro perde fôlego depois dos 4.000 rpm. Fica até um gostinho amargo na garganta de decepção.

A J6 é um pouco mais morosa na aceleração, mas sabendo-se usar as rotações mais altas, acaba respondendo melhor numa tocada mais agressiva com seus 19,1 kgfm de torque. A única ressalva vai para o câmbio, preciso, mas duro nos engates. A caixa da Chevrolet também não pode se gabar: é mais leve, mas, se você precisar engatar rapidamente as marchas, acostume-se a repetir a operação mais de uma vez, pois a alavanca custa a entrar na posição quando usada dessa maneira.

No acerto de suspensão, a Spin é mais firme. Configuração boa para curvas, mas que transmite solavancos para a cabine, assim como ruído em superfícies irregulares. Mais larga, a J6 não precisa de amortecedores rígidos para entregar estabilidade e acaba sendo mais confortável.

Escolha de Thiago Moreno - “passa a régua”, como diriam os antigos. A Spin é como um restaurante por quilo, mais em conta, alimenta bem, mas não satisfaz plenamente, mesmo se tivesse sete lugares. Junte um pouco mais de dinheiro e fique com a J6, pois a experiência é, sim, mais cara, porém, é mais completa. Mais equipado e bem acertado, o modelo da JAC vale a caixinha extra do garçom. 

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