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Outlander PHEV: o aventureiro do futuro

SUV e consciência ambiental vão fazer dobradinha em alguns anos. Mitsubishi Outlander PHEV é uma espiada nesse futuro

22/09/2014 - Texto: Thiago Moreno / Fotos: Thiago Moreno e Divulgação / Fonte: iCarros

Grandalhões, os SUVs estão para o meio ambiente assim como a kriptonita para o Superman. São pesados e, quando não são usados fora do asfalto, pouco eficientes. Mas isso pode estar prestes a mudar: a Mitsubishi apresentou ao mercado brasileiro o Outlander PHEV. A sigla, em inglês, serve para designar um veículo híbrido cuja bateria pode ser carregada também na tomada (Plug-in Hybrid Electric Vehicle). O modelo começa a ser vendido no primeiro trimestre de 2015, com preço estimado de R$ 190 mil, mas pode variar dependendo da cotação do dólar até lá, já que o veículo é importado do Japão.

Apesar de ser classificado como um SUV de propulsão híbrida, esse Outlander trabalha primariamente com dois motores elétricos de 60 kW (81,6 cv), um para cada eixo. Na maior parte do tempo, um motor 2.0 a gasolina serve apenas como gerador para alimentar a bateria de 80 células situada abaixo do assoalho. Somente em situações rodoviárias e em velocidades a partir de 70 km/h é que o bloco convencional se acopla ao câmbio de engrenagem única, que serve aos propulsores elétricos. E mesmo assim, só quando o motorista exige mais do acelerador. Até 120 km/h, os motores elétricos conseguem se virar sozinhos.

O dilema dos híbridos antigos, cujas baterias eram carregadas apenas pelo motor, era o fato de se gastar combustível mesmo quando se usava apenas o modo elétrico. Podendo ser recarregado na tomada, o Outlander PHEV exige menos uso de recursos não renováveis, ainda mais considerando que boa parte da matriz energética brasileira é hidrelétrica.

Numa tomada convencional de 110V, é possível dar uma carga completa em 10 horas, número que cai para 5 horas numa fonte 220V. Há ainda a opção por um recarregador doméstico específico, que faz esse trabalho em 3 horas. Estações de recarga rápida, tais quais as disponíveis em prédios e shoppings, podem dar 80% de capacidade para a bateria em 30 minutos. Com uma carga completa é possível rodar até 52 km apenas com a energia da bateria.

Num uso convencional, o motor elétrico dianteiro é quem manda, e é alimentado apenas pela bateria. Pressionando mais o acelerador, o traseiro também é acionado. Para alimentar ambos, o motor a combustão liga para rodar um gerador que se encarrega de um propulsor elétrico, enquanto a bateria se encarrega do outro. O eixo traseiro também pode ser acionado quando o carro detecta perda de tração na dianteira ou quando o botão 4WD Lock é acionado. Nesse último modo, os dois motores operam com metade da força, então o Outlander vira um 4x4 100% elétrico.

Se o futuro é assim, eu topo!

Os que argumentam contra veículos elétricos ou híbridos falam da falta de autonomia, da perda de praticidade para acomodar quilos de baterias ou ainda de ficarem presos apenas ao ambiente urbano. Além disso, há quem tenha medo que a interação com esse tipo de veículo seja complexa.

“Desde o zero, o Outlander foi desenvolvido para ter uma versão de propulsão elétrica ou híbrida” declara Fábio Maggion, superintendente de planejamento e engenharia da Mitsubishi do Brasil.

No caso do SUV, são poucas as diferenças. O painel perdeu o conta-giros, tem acabamento exclusivo, nova grade e para-choques e uma lanterna totalmente transparente na traseira. De resto, parece um Outlander convencional. Inclusive o PHEV tem a mesma lista de equipamentos da versão GT com o pacote opcional de tecnologia. Assim, o híbrido entrega direção elétrica, ar-condicionado automático de duas zonas, bancos com revestimento de couro, controle de cruzeiro adaptativo, aviso de mudança de faixa, sensor de chuva,  acendimento automático dos faróis, teto solar com acionamento elétrico e tela multimídia sensível ao toque.

“Nossa intenção sempre foi tornar a condução do PHEV o mais próximo de um carro normal quanto fosse possível”, afirma Maggion. E a Mitsubishi conseguiu. Apesar dos diversos sistemas eletrônicos de controle dos motores, o motorista não precisa fazer nada além do convencional para guiar. O carro se encarrega do resto.

Basta colocar a alavanca de câmbio na posição D, como num automático qualquer, que a tarefa de quem está atrás do volante se resume a acelerar, brecar e manter o SUV na trajetória. Até as borboletas de troca de marcha ainda estão lá atrás do volante. Mas ao invés de controlar o câmbio, regulam a intensidade do freio regenerativo. Na primeira, há pouca interferência e o carro se mantém em movimento como qualquer outro. Na última, o sistema age com mais força e, no trânsito, há casos em que nem é preciso usar os freios.

Abaixo da “alavanca de câmbio” ficam dois botões: Charge e SAVE. O primeiro permite ao condutor ligar o motor a combustão para recarregar as baterias sempre que achar necessário, sem interferência do carro. O segundo serve para que o carro mantenha o nível de carga da bateria. Por exemplo, num regime rodoviário, conforme a força da bateria vai se esgotando, o condutor pode apertar Charge para chegar na cidade com carga suficiente para fazer seu trajeto usando apenas eletricidade. Ou então usar o SAVE para manter o nível de carga até se chegar no ambiente urbano.

O sistema híbrido mostra algumas qualidades em relação aos de combustão interna. O principal é o silêncio a bordo exemplar. Além disso, em modo elétrico, não há vibração ou ruído proveniente do motor. Com o torque instantâneo dos propulsores elétricos aliado a um câmbio de apenas uma velocidade, não há trancos de trocas de marcha. Você não sabe o quanto um motor convencional vibra, faz barulho e dá trancos até dirigir um híbrido.

Mesmo com as baterias sob o assoalho, que elevou a peça em 19 mm para os passageiros do banco de trás, o espaço interno do PHEV é o suficiente para levar cinco adultos sem problemas, dando praticidade de veículo convencional ao Outlander.

Pesos e medidas

Apesar de toda a parafernalha elétrica do carro, o Outlander PHEV não se difere muito das versões a gasolina do modelo. Tem 4,7 m de comprimento, 1,8 m de largura, 1,6 m de altura e 2,7 m de entre-eixos. Com todos os equipamentos, pesa 1.810 kg. Além disso, tem 190 mm de altura livre em relação ao solo, o que permite leves incursões pela terra e também que o carro seja chamado ainda de utilitário esportivo - mesmo que futurista. O tanque de combustível foi diminuído de 70 litros para 45 litros, considerando que o híbrido utiliza bem menos combustível e precisa do espaço para as baterias.

Vai vender? - Não. É caro e a Mitsubishi pretende importar entre dez e 15 unidades por mês apenas. Isso não quer dizer que ele não seja uma boa opção. O Outlander é a solução para quem estava procurando um veículo de propulsão híbrida, mas não queria perder conforto, praticidade ou autonomia na comparação com um carro convencional. E a sensação de se estar num carro do futuro vem de graça.

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