28/04/2015 - Thiago Moreno, de Goiana (PE) / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Em 2012, a Fiat anunciou que faria uma segunda fábrica em Goiana (PE). Desde então, havia sido declarado apenas que a planta teria capacidade para 250 mil unidades por ano, mas não se sabia qual seria o modelo produzido. O cenário mudou, Fiat e Chrysler se uniram e a primeira cria pernambucana dessa junção chamada FCA (Fiat Chrysler Automobiles) foi o Jeep Renegade, produzido em pequena escala desde fevereiro. Desde a fusão, essa é a primeira nova fábrica do grupo.
Localizado ao norte de Pernambuco, na zona da mata, a nova fábrica consumiu R$ 7 bilhões em investimentos da empresa, dos quais R$ 3 bilhões na unidade de produção, R$ 2 bilhões com fornecedores e o restante destinado ao desenvolvimento de produtos. As obras, iniciadas em setembro de 2012, culminaram em 260 mil metros quadrados de área construída em campos que antes eram destinados ao cultivo de cana-de-açúcar. Hoje, emprega 3.300 pessoas na linha da Jeep e mais 4.900 nos fornecedores instalados no mesmo complexo industrial.
Além do Renegade
Denny Monti, diretor de engenharia de manufatura da FCA, afirmou: "nossa planta tem capacidade para produzir até quatro plataformas do grupo graças à flexibilidade da linha de montagem". Quando perguntado se isso significava a construção de modelos das outras marcas da Fiat Chrysler, Monti não desmentiu: "em tese, temos infinitas possibilidades, grande ou pequeno, da Jeep ou não".
Produzindo o Renegade desde fevereiro de 2015, a planta de Goiana hoje está operando com capacidade para 45 veículos por hora, mas isso é só por enquanto. Há capacidade para até 60 automóveis por hora. A linha de montagem está operando com apenas dois turnos de oito horas. Betim (MG), da Fiat, por exemplo, opera 24 horas sem parar.
Produção repensada
Além de estar deslocada dos principais polos automotivos brasileiros - leia-se Sul e Sudeste -, a fábrica da Jeep em Goiana instalou 16 empresas responsáveis por 40% do volume de peças necessárias para a linha de produção do Renegade. Nela, são nada menos que 160 estações de trabalho e 700 robôs que auxiliam na construção do SUV.
As prensas, que são a primeira etapa da fabricação, não fazem peças específicas. Apenas o molde na ponta da ferramenta é trocado, em operação que leva quatro minutos, e está pronta para fabricar outra parte do carro. Nas linhas de soldas, há uma estação em que laterais, teto, assoalhos e as demais partes que constituem a carroceria são soldadas de uma única vez em 60 segundos. Tal processo garante que haja menos falhas na junção da estrutura.
No centro da linha de produção fica o "Communication Centre", algo como o centro nervoso da fábrica, onde as decisões diárias são tomadas. Mas, por lá, nada de divisórias ou salas confidenciais. Todos sentam juntos e há contato direto. Nem os lugares são reservados; quem precisar de uma estação de trabalho senta e tem acesso à estrutura do complexo. O intuito, segundo Denny Monti, "é agilizar a tomada de decisões".
Nordestina com orgulho
Produzir um carro global com padrões internacionais não é tarefa para uma equipe de estrangeiros. Em Goiana, 82% da mão de obra é representada por nordestinos, sendo que 78% deles são pernambucanos. Adauto Duarte, diretor de recursos humanos da fábrica, diz que "para trabalhar aqui precisava apenas ler e escrever, curiosidade para aprender e determinação para pôr o conhecimento em prática". Assim, as linhas de produção estão repletas de pessoas que vieram da plantação de cana ou da pesca de caranguejos, ou ainda, de jovens que tiveram a primeira oportunidade para ingressar num emprego formal. Em Pernambuco, Goiana foi da cana à lama, recreativamente, claro, com o Jeep Renegade.
Viagem a convite da Jeep
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