GM anuncia nova família de veículos para 2019

O valor anunciado para o Brasil faz parte dos US$ 5 bilhões que a GM divulgou que investirá em todo o mundo. "O Brasil é um dos quatro mercados que receberá investimentos nos próximos anos, ocupando uma posição de destaque ao receber boa parte dos aportes. Vemos potencial no País a longo prazo", afirma Dan Ammann, presidente mundial da GM. Somando os R$ 6,5 bilhões anunciados pela CEO da empresa, Mary Barra, em agosto do ano passado, a GM promete, então, dobrar o valor a ser aplicado no País até 2019 para R$ 13 bilhões.

Nova plataforma e novos motores

O dinheiro será usado no desenvolvimento de uma família de veículos inédita com uma plataforma totalmente nova que seja flexível e permita sua aplicação em modelos de diferentes tamanhos e segmentos. "Vamos criar produtos globais, mas com adaptações para atender à demanda específica de cada um desses mercados", destaca Ammann. A GM ainda não dá detalhes dos produtos que serão lançados, mas destaca que a família será focada nos segmentos de maior volume de vendas. Com isso, podemos esperar com certeza por hatches, sedãs e SUVs, compactos e médios. É provável também que surja um substituto para o Tracker.

A expectativa da empresa é vender, em todo o mundo, 2 milhões de unidades por ano dessa nova família, mas não foi informado o número específico para o mercado brasileiro. A GM fechou o primeiro semestre deste ano com 204.092 unidades emplacadas no País incluindo automóveis e comerciais leves, segundo dados da Fenabrave (associação de revendedores). O primeiro modelo deve ser lançado no Brasil em 2019, com os demais veículos começando a ser vendidos ao longo de um ano e seis meses. Parece longe, mas Santiago Chamorro, presidente da GM do Brasil, defende que os primeiros resultados desse investimento já poderão ser vistos no final deste ano.

"A família inclui novas gerações de modelos atuais e novos veículos para ingressar em segmentos onde não atuamos ou em que temos pouca participação. Com isso, vamos aumentar nosso portfólio, agregando uma nova plataforma, novas tecnologias, novos motores e novas transmissões", diz Jaime Ardila, presidente da GM da América do Sul. O executivo, contudo, não quis confirmar a chegada de um motor de três cilindros à linha da Chevrolet, embora isso seja quase certo.

"O investimento inclui ainda a modernização de nossas fábricas, mas não a construção de novas plantas. Acreditamos que nossa capacidade atual atende a esse programa que estamos desenvolvendo", completa Ardila. Os novos modelos serão produzidos nas fábricas brasileiras de São Caetano do Sul (SP), Gravataí (RS) e Joinville (SC), com exportação inicial para a Argentina e possivelmente para outros mercados da América Latina no futuro. "Todos os modelos da nova família serão veículos de passeio, então não há planos para a fábrica de São José dos Campos (SP)", afirma.

Compacto é plano à parte

Ardila disse ainda que a família a ser desenvolvida não terá modelos populares, como são hoje Celta e Classic. "Estamos trabalhando em um compacto na faixa de R$ 30 mil, mas que não faz parte desse programa", revela o executivo. Vale lembrar que o Celta está com os dias contados, já que ele não se enquadra na meta de eficiência energética exigida pelo programa Inovar-Auto - que dá o prazo até 2017 para as fabricantes se adequarem. Embora Ardila não confirme o fim da produção, já se especula que o modelo não saia mais da linha em Gravataí (RS) há algum tempo, deixando o mercado discretamente. Enquanto o novo compacto ainda não está pronto, o executivo admite que pode existir um intervalo em que o mercado brasileiro ficará sem uma opção de entrada no portfólio da GM. 

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