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De Harley pelo circuito centenário do Rio de Janeiro

Visitar os estabelecimentos mais tradicionais da Cidade Maravilhosa é conhecer a história do comércio no Brasil

20/05/2015 - Aldo Tizzani (Agência Infomoto) / Fotos: Sylvio Junior (Agência Infomoto) / Fonte: iCarros

Conhecer balcões onde foram apoiadas mãos de presidentes da república, chapelarias visitadas por poetas como Vinícius de Morais ou confeitarias onde se reunia a nobreza europeia para o chá da tarde são as novas atrações turísticas no Rio de Janeiro. Como parte das comemorações de seus 450 anos celebrados em 2015, a capital fluminense ganhou um roteiro com os mais tradicionais estabelecimentos comerciais que fazem parte do cotidiano carioca há mais de um século.

Para Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), órgão ligado a Prefeitura da capital fluminense, “estes estabelecimentos formam um patrimônio cultural e dão um novo sentido para vida na cidade”. Em vez de visitar Corcovado e Pão de Açúcar, fomos até a Cidade Maravilhosa resgatar a história de alguns destes estabelecimentos centenários.

Para essa volta ao passado, escolhemos duas Harley-Davidson, outra marca mais que centenária, pois comemora 112 anos. A bordo de uma Street Bob e uma Forty Eight, ambas com propostas urbanas, circulamos pelo centro velho do Rio de Janeiro.

O Instituto Rio relacionou diversos estabelecimentos comerciais para compor a categoria de atividade econômica tradicional e notável. Assim, o comércio secular da região Central e de Copacabana foi analisado e chapelarias, lojas de cofres, tabacarias, lojas de música, confeitarias, sebos e gráficas foram selecionados para terem suas atividades protegidas. Dessa forma, esses locais passaram a fazer parte da referência cultural da cidade.

Alguns destes estabelecimentos receberam personagens e foram palco de fatos importantes à frente de suas vitrines, reflexo de uma sociedade marcada por grandes transformações, políticas, sociais e urbanísticas.

Um novo circuito carioca

Os negócios tradicionais estão compondo um novo Circuito do Patrimônio Cultural Carioca. Placas azuis indicam a relevância histórica de cada um dos estabelecimentos. O projeto, que já existe desde a década de 1990 e, a partir de 2010, começou a agrupar o patrimônio por temas, além de abranger assuntos livres, ligados à cultura e a identidade carioca e não somente à arquitetura. Atualmente são 10 circuitos: da Liberdade, Art Déco, dos Cinemas, do Trem, dos Botequins, das Águas, do Samba, da Bossa Nova, da Praça Tiradentes e do Choro.

Hoje, há cerca de 190 placas instaladas por toda a cidade. A meta do IRPH é colocar outras 260 até o final do ano e, assim, preservar uma história de 450 anos. “Dessa forma queremos ajudar a manter vivos estes negócios que fazem parte da história do Rio de Janeiro”, explica o presidente do IRPH.

Para conhecer as atrações reserve pelo menos um final de semana. Prepare seu apetite para degustar receitas seculares e conhecer um pouco da história viva do cotidiano carioca, em um tempo que o Rio de Janeiro era o centro do Brasil.

Estabelecimentos centenários

Casa Cavé – Fundada em 1830 por Charles Auguste Cavé, a ‘radiante’ Casa Cavé nos leva a uma viagem no tempo. Transporta-nos para o litoral português e sua famosa Torre de Belém, que está imortalizada nos azulejos que decoram o ambiente. Entre seus principais quitutes estão, é claro, os pastéis de nata, folhados, bolos, além de inúmeros tipos de salgados. A doçaria artesanal portuguesa é parada obrigatória para quem circula pelo centro histórico. Rua Sete de Setembro, 66 – Centro. (21) 2224-2520. www.casacave.com.br.

Granado Pharmácias– Fundada em 1870 pelo português José Antônio Coxito Granado, a Granado fica no centro do Rio. Vitrines originais, almofarizes, balanças, propagandas de época, quadros e algumas embalagens centenárias ganharam destaque na decoração. Uma releitura de uma mesa de manipulação na entrada da loja expõe as novidades como cremes, loções e sabonetes. Rua Primeiro de Março, 16 – Centro. (21) 3231-6746. www.granado.com.br

Café Lamas – É o mais antigo bar do Rio de Janeiro. Foi fundado no Largo do Machado em 1874. Ou seja, há 141 anos. Tradicional ponto de encontro de intelectuais, artistas, escritores e músicos. Ostentando o título de “Melhor Filet Mignon do Rio”, com destaque para o mignon à Oswaldo Aranha. O café já foi citado em músicas como “Rio Antigo”, interpretada por Alcione; além de ter servido de inspiração para o livro “Salvador Janta no Lamas”, de Vítor Giudice. Rua Marquês de Abrantes, 18 Loja – Flamengo. (21) 2556-0799. www.cafelamas.com.br

Chapelaria Alberto – Fundado há 120 anos, o local produz e comercializa chapéus masculinos, femininos, boinas e bonés. Entre clientes ilustres estão o presidente Getúlio Vargas e o ‘poetinha’ Vinícius de Moraes. A chapelaria fica na Rua Buenos Aires, 73, esquina da Rua Miguel Couto (antiga Rua dos Ourives) – bem ao lado da Igreja N.S. da Conceição e Boa Morte. (21) 2242-3555. www.chapelariaalberto.com.br

Bar Luiz – Ponto de encontro da boemia, intelectuais, artistas e até do cartunista Ziraldo, cujo trabalho está dependurado, no meio do salão, o Bar Luiz foi fundado em 1887, ainda no tempo do Império. O local foi o primeiro estabelecimento da cidade do Rio de Janeiro a servir chope. No cardápio a clássica comida alemã é o ‘carro-chefe’. Rua da Carioca, 39 – Centro. (21) 2262-6900. www.barluiz.com.br.

Confeitaria Colombo – Fundada em 1894, a Colombo faz parte da história culinária e cultural da “Cidade Maravilhosa”. Apesar de ficar em uma rua bastante estreita no centro do Rio, a confeitaria é símbolo máximo da belle époque da cidade e faz parte do Patrimônio Histórico e Artístico do Rio de Janeiro. Em seus belos e requintados salões, já passaram reis, rainhas, políticos, escritores e artistas. Entre eles o monarca Alberto da Bélgica, em 1920, a rainha Elizabeth da Inglaterra, em 1968, além de Olavo Bilac, Chiquinha Gonzaga e Villa-Lobos. Lá é possível tomar um simples café ou saborear o famoso e tradicional bolinho de bacalhau. Não faltam opções de doces e salgados. Rua Gonçalves Dias, 32 – Centro. (21) 2505.1500. www.confeitariacolombo.com.br

Nova Capela– Fundado em 1903, mesmo ano em que a Harley-Davidson iniciou suas operações, o restaurante fica em um dos bairros mais boêmio do Rio, a Lapa. O prato mais famoso e tradicional é o cabrito com alho frito, arroz de brócolis e batata corada. Av. Mem de Sá, 96 – Lapa. (21) 2252-6228.

Casa Paladino– Especializada em bebidas e outras iguarias, a Casa Paladino, fundada em 1906, parece ter parado no tempo. Suas cristaleiras antigas (e originais) exibem vinhos, vodcas, azeites e enlatados. Além de empório etílico, este patrimônio cultural carioca serve fartos sanduíches, omelete de sardinha e os famosos “trios” de queijo, presunto e salaminho para acompanhar o chope gelado. Rua Uruguaiana, 224 e 226– Centro. (21) 2263-2094.

Leiteria Mineira – Foi fundada em 1907 e está em seu terceiro endereço no Rio, a Leiteria Mineira traz sugestões do dia e pratos a La Carte. Entre carnes, peixes, massas e sanduiches, há quem escolha o mingau, com a tradicional receita da vovó feita com leite, aveia, maizena e cremogena ou até mesmo uma gemada com dois ovos. Rua da Ajuda, 35, Loja A – Centro. (21) 2533-2931. www.leiteriamineira.com.br

Duas Harleys “cariocas”

Hoje, rodar no Rio de Janeiro não é uma tarefa fácil. Em função da realização dos Jogos Olímpicos de 2016, a cidade é um grande canteiro de obras. Ou seja, o caos está instaurado, já que além das obras, muitas ruas mudaram o sentido. Mas sempre é um prazer circular pelo centro histórico carioca.

Nesta rota do redescobrimento, a equipe da Agência INFOMOTO utilizou dois modelos urbanos da Harley-Davidson: Street Bob e Forty Eight. Com uma “pegada” mais jovem, as motos desfilaram pelas principais ruas e avenidas do centro do Rio. A Street Bob, com um bom nível de torque em todas as faixas de rotação - 11,9 kgfm a 3.250 rpm - ajuda na pilotagem em meio ao tumulto das interdições. Outro ponto positivo é o guidão, mais alto e fechado que não briga com os espelhos retrovisores dos automóveis.

Já no caso da Forty Eight, a Harley buscou uma moto mais rebelde e que chama a atenção por onde passa. Motivo: cor Hard Candy Blue Flake, retrovisores que ficam abaixo do guidão; para-lama curto, pneus largos e tanque de combustível em formato de amendoim. Alias, com capacidade para apenas 7,9 litros de combustível, a Forty Eight é indicada para “rolés” e para viagens curtas. Mas, com certeza, é muito ágil no deslocamento urbano. O motor Evolution de dois cilindros em “V”, 1.202 cm³, refrigerado a ar e câmbio de cinco marchas, ajuda nesta tarefa de economizar tempo e dinheiro. Ponto positivo para o torque 8,97 Kgf.m a 3.750 rpm, que faz esta HD arrancar na frente dos carros quando o sinal abre.

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