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CR-V x RAV4: sobrou 4x4 no SUV?

Honda CR-V e Toyota RAV4 se encaram com tração integral. Os utilitários esportivos merecem serem chamados assim?

17/12/2013 - Texto e Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Há muito se foi o tempo em que a Willys Rural profetizava a criação do segmento dos utilitários esportivos, com a missão de levar passageiros e passar por terrenos difíceis. Hoje, símbolo de status, os SUVs deixaram para trás as longarinas e o rodar duro derivados dos jipes para se consolidar no século XXI como uma opção para quem busca o conforto de uma posição mais elevada para dirigir. O que sobrou, então, de 4x4 nestes carros?

Para responder a esta pergunta, o iCarros avaliou o Honda CR-V e o Toyota RAV4 em suas versões com tração integral, as mais caras. O primeiro custa R$ 114.900, enquanto o segundo já cobra salgados R$ 126.900. Ambos trazem direção elétrica, ar-condicionado automático de duas zonas, teto-solar, bancos de couro e airbags frontais e laterais. E, claro, tração nas quatro rodas.

Deixando o asfalto

Os proprietários de SUVs dificilmente colocarão as capacidades de seus carros à prova numa trilha fora-de-estrada, por isso, os modelos foram levados para ruas residenciais no município de Mairiporã (SP), que não são asfaltadas, para demonstrar uma utilização real desses veículos: deixar o asfalto por alguns momentos e encarar uma via de terra por breves instantes.

O Toyota é ligeiramente maior que o rival, com 1,7 m de altura, 1,8 m de largura, 4,6 m de comprimento e 2,7 m de entre-eixos. O Honda mede 1,6 m, 1,8 m, 4,5 m e 2,6 m, respectivamente. A medida que realmente importa, neste caso, é o vão livre em relação ao solo, de 197 mm do RAV4 e de 172 mm do CR-V. Apesar de pequena, a diferença foi determinante para mostrar a superioridade do primeiro quando a pavimentação da via acaba.

O modelo da Toyota se mostrou mais equilibrado em terrenos mal cuidados, passando solavancos com menos intensidade para a cabine, sem raspar o assoalho nem os para-choques mesmo nas partes mais crueis das ruas. O Honda, por sua vez, exigia cuidado neste tipo de condição, sendo constante o barulho áspero das partes inferiores do carro encostando no chão. Além disso, o acerto de suspensão do último é bem mais firme, fazendo com que os passageiros balancem conforme dita a música orquestrada pela via. Porém, o conforto e o luxo tiraram a desenvoltura dos SUVs, nenhum dos dois modelos consegue fazer o que a velha Rural Willys fazia na lama há 40 anos.

De motorização, o RAV4 começa a justificar seu preço mais alto: conta com um motor 2.5 16V a gasolina de 179 cv acoplado a uma transmissão automática de seis velocidades. Nas versões mais baratas, o modelo da Toyota entrega um motor 2.0 a gasolina de 145 cv e câmbio de relações continuamente variáveis, que também pode contar com tração integral e custa R$ 115.500. Porém, se você pretende sair mesmo do asfalto, a máxima do “quanto mais, melhor” se aplica.

O CR-V utiliza o mesmo motor em todas as configurações. Trata-se do 2.0 16V flex compartilhado com o Honda Civic. O propulsor entrega 155 cv (etanol) e está acoplado a um câmbio automático com cinco marchas.

E isso lá vai fazer alguma diferença? Sim, toda. Numa situação de baixa aderência, o Toyota responde rapidamente, enquanto o propulsor da Honda precisa ganhar giro para começar a desenvolver velocidade. Pode ser o ponto de separação entre atolar ou continuar em frente.

Porém, nem RAV4 nem CR-V são fora-de-estrada de verdade. Ambos contam com um sistema de acoplamento viscoso para transferir a potência ao eixo traseiro e isso só ocorre quando os computadores dos carros identificam que o eixo dianteiro perdeu tração. Porém, no Toyota, há um botão para manter a transferência de força para as quatro rodas constantemente, podendo operar a velocidades de até 40 km/h. No CR-V, o motorista fica refém da central eletrônica.

Mais uma dica para os marinheiros de primeira viagem: o controle de tração pode te atrapalhar na terra. Ao detectar que as rodas estão destracionando, o sistema corta a potência, interpretando que o carro está perdendo o controle no asfalto. Porém, na lama, é pouco útil, dado que é preciso manter as rodas girando, independentemente da tração para não perder o embalo.

Confortos e conveniências

Não é só na lama que a RAV4 se mostra um carro melhor. Ao se voltar para o asfalto, com lama até o capô, o Toyota mostra suas armas. O acabamento é mais bem trabalhado, com apliques em couro no painel e nas portas, locais em que Honda deixou o plástico rolar solto. O primeiro conta ainda com partida por botão e ajuste elétrico para o banco do motorista, itens que não aparecem nem como opcionais no rival.

A suspensão do CR-V, que se mostrou mais rígida na terra, volta a aparecer nas vias pavimentadas. Em tese, isso traria uma vantagem para a estabilidade do carro. Porém, não é o que ocorre. O SUV da Honda aderna mais nas mudanças de direção, com pneus dianteiros que perdem tração nas curvas mais rapidamente que os do RAV4. O Toyota pode até rolar em razão da transferência de peso, mas passa uma maior sensação de segurança e é mais confortável.

Lembram-se da parte em que o “propulsor da Honda precisa ganhar giro para começar a desenvolver velocidade na terra”? Ele se aplica nas ruas também. O CR-V não tem fôlego para acompanhar as arrancadas do RAV4, que conta com um propulsor maior.
 
Escolha de Thiago Moreno - o Toyota RAV-4 4x4 vale o investimento mais alto, entregando melhor desempenho dentro e fora do asfalto, além de um acabamento superior na cabine. Mas lembrem-se: nenhum dos dois serve para encarar trilhas pesadas, pois contam com pneus de uso convencional e o câmbio não tem caixa de redução (que a Willys Rural tinha) nem bloqueio de diferencial, itens que fazem a diferença para sair do atoleiro 

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