Disputa acirrada entre C4 Pallas e Corolla

De um lado, a confiabilidade japonesa. De outro, o refinamento francês. A mistura dos dois daria origem a um mestiço imbatível. Puxou a inteligência do pai. Herdou a beleza da mãe. Toyota Corolla e Citroën C4 Pallas, nas versões topo de linha, reservam o que há de melhor na sua ascendência, mas neste caso, infelizmente, não há como ter miscigenação. Nesta disputa, o C4 Pallas emociona mais que o Corolla. Mais potente, peca apenas por não ser bicombustível (como o primo Peugeot acabou de ganhar um propulsor flex, em breve ele deverá ser estendido ao Pallas, já que ambos dividiam a unidade a gasolina). Maior, leva 580 litros no bagageiro e três adultos com conforto na parte de trás. A versão SE-G do Corolla, com motor de 1,8 litro flexível, custa R$ 86.360. A Exclusive do Pallas, com uma unidade 2 litros a gasolina, sai por R$ 77.760. Ambos os modelos são bonitos, completos, possuem boa dirigibilidade e espaço. C4 Pallas e Corolla em detalhes Os dois sedãs de luxo contam com os mesmo equipamentos de série, com a vantagem de o Corolla ter faróis de xenon com lavador, airbag lateral e acionamento elétrico dos bancos do motorista, opcionais para o Pallas (com estes equipamentos, o Pallas chega a R$ 84.495, mas sem lavador nos faróis). Airbag frontal, freios ABS, sensor de estacionamento e de chuva, faróis com acendimento automático com regulagem e de neblina, piloto automático, retrovisor eletrocrômico, ar-condicionado digital, CD player com MP3, rodas de liga leve de 16 polegadas e bancos de couro estão presentes de fábrica nos dois modelos. Como faz em toda a sua linha, a Toyota não oferece opcionais. A Citroën dispõe de dois pacotes: um com airbag frontal, laterais e de cortina, e outro, ou airbag frontal, tórax, cortina, ESP, alarme e bancos de couro elétrico. Os assentos com este tipo de revestimento podem ser adquiridos separadamente, assim como faróis de xenon multidirecionais (mudam o sentido da luz conforme a direção do carro). Nesta categoria de veículos, faz falta um teto solar. Por baixo do capô e ao volante dos dois sedãs O 2.0 a gasolina do Pallas desenvolve 143 cv de potência a 6.000 giros e 20,4 kgfm de torque a 4.000 rotações. A transmissão automática possui opção de trocas manuais; são quatro velocidades. A primeira impressão que o Pallas passa é a de ser um veículo pesado. E o câmbio parece confirmar essa sensação, já que no modo drive, as resposta são um pouco lentas. Em comparação ao Corolla, ele realmente é. São 1.409 quilos contra 1.260 quilos, além de 16 centímetros a mais no comprimento (4,7 metros e 4,54 metros, respectivamente). O motor, porém, garante um bom desempenho nas arrancadas e retomadas de velocidade se estiver associado à opção de trocas manuais, demonstrando mais disposição. O Corolla, em virtude do menor peso e tamanho, e também da direção eletroassistida (no Pallas, é eletrohidráulica progressiva) tem um excelente dirigibilidade no trânsito. O motor 1.8 trabalha com álcool e gasolina. A potência é de 136 cv a 6.000 rpm e o torque, atingido aos 4.200 rpm, é de 17,5 kgfm. O câmbio opera nos modos drive, low, segunda e terceira, além de contar com overdrive para diminuir o consumo e o ruído do motor na estrada. Na nova geração, o Corolla teve a primeira e segunda marchas encurtadas e a terceira e quarta alongadas. Tanto no Pallas como no Corolla, a suspensão absorve bem as irregularidades do terreno. A dianteira do Pallas é mais baixa, portanto, é preciso ir com calma na hora de ultrapassar valetas e lombadas. Espaço é trunfo do C4 Pallas Com entreeixos de 2,71 metros, o C4 Pallas abusa do espaço interno e no porta-malas (580 litros). A direção com cubo central fixo traz os principais comandos. Translúcido, o computador de bordo fica na parte de cima. Para quem gosta de perfumaria – literalmente – a Citroën conta com desodorizador de ambiente com diversas fragrâncias, que pode ser colocado ao lado da saída de ar. O Corolla não leva ninguém no aperto, mas perde no entreeixos, de 2,60 metros, e no bagageiro, de 470 litros. Os comandos, com localização tradicional, estão bem localizados e à mão do motorista.