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Ford EcoSport Titanium: efeitos da globalização | Avaliação

Criado no Brasil para o mundo, EcoSport tenta agradar a brasileiros, indianos, americanos e europeus

15/04/2019 - João Brigato / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Quando o segmento de SUVs no Brasil vendia menos do que os hatches médios, o Ford EcoSport era o rei. Foi ele o primeiro a atuar nesse segmento e mostrar para o mundo que era possível criar um modelo mais parrudo feito nas bases de um hatch compacto. A receita do sucesso era incontestável, tanto que os rivais vieram e o EcoSport não ficou mais sozinho.

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Hoje, o EcoSport figura na sexta posição do ranking dos SUVs mais vendidos, com uma certa distância para o quarteto Jeep Renegade, Nissan Kicks, Honda HR-V e Hyundai Creta, além do médio Jeep Compass. As mudanças promovidas na atual segunda geração ajudaram a dar fôlego no Eco, mas a última cartada da Ford foi a linha 2020, que trouxe a Titanium sem estepe, de R$ 103.890.

Indiano

Criado no Brasil, o Ford EcoSport de segunda geração sempre teve pretensões globais. Isso fez com que o modelo estacionasse nos 4,09 m para se beneficiar dos impostos reduzidos na Índia para carros com menos de 4 metros de comprimento. Seu lado indiano prejudicou o espaço interno, especialmente na segunda fileira de bancos, comprometido pelos 2,52 m de entre-eixos. O porta-malas de 356 litros também não é dos maiores. Ao menos tem uma prática tampa que nivela o espaço em três níveis.

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Dos indianos também veio a ideia de deixar o acabamento interno mais claro. A versão Titanium traz couro bege e algumas partes plásticas na mesma coloração. O resultado traz sofisticação para o habitáculo, especialmente porque o couro aparenta qualidade e os bancos são confortáveis. Mas aí seu lado brasileiro entra em cena.

Brasileiro

O EcoSport Titanium tem erros e acertos em seu acabamento. Toda superfície superior do painel, parte que recebe coloração preta, é emborrachada. Herdado do aposentado Focus, o volante é acolchoado, tem boa pegada e comandos à mão. Há ainda couro macio exatamente na região onde o cotovelo se apoia nas portas.

Se parasse por aqui, a cabine do EcoSport estaria até acima da média da categoria. Contudo, onde há plástico rígido é que o SUV decepciona. As portas são revestidas de plástico duro com textura bastante áspera, elemento que é repetido na parte de baixo do painel, só que dessa vez pintado em bege.

A região mais crítica é das portas: os puxadores possuem rebarbas e a região dos comandos dos vidros tem qualidade parelha a dos primeiros carros chineses que desembarcaram no Brasil há dez anos.

Mas há um ponto em que os brasileiros valorizam muito e que o EcoSport acertou em cheio: a central multimídia. Bem posicionada, ela tem tela de ótima definição, é rápida, tem uso fácil e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay. Entre os SUVs compactos, o Eco tem uma das melhores centrais disponíveis no mercado.

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A lista de itens de série também é recheada: 7 airbags, controle de tração e estabilidade, teto solar, sistema de som premium da Sony, piloto automático, revestimento de couro nos bancos, sensor de chuva e farol, chave presencial, sensor e câmera de ré, partida por botão, volante com regulagem de altura e profundidade, além de alerta de ponto cego.

Americano

Os americanos sempre apreciaram os gigantescos e confortáveis SUVs e nesse quesito, apesar de suas medidas mais contidas, o EcoSport segue na mesma pedida. O motor 1.5 três cilindros aspirado de 137 cv e 16,2 kgfm de torque entrega a força necessária para fazer com que o Ford ande bem.

Na cidade e na estrada, o motor entrega força adequada para sua categoria: não sobra como alguns rivais turbinados e nem falta como concorrentes mais pesados. A transmissão trabalha no melhor jeito americano possível: é suave em todas as condições. As trocas são totalmente ausentes de trancos, se tornando quase imperceptíveis, mesmo em altas velocidades ou com pé em baixo.

Não tem a mesma agilidade do antigo câmbio de dupla embreagem PowerShift, por isso vacila um pouco nas reduções. Ainda assim, é mais robusto e confiável: diversas unidades do EcoSport pré-facelift apresentaram problemas no câmbio, o que até gerou ações da Ford.

Outro lado americano do EcoSport está na suspensão. Ele é macio e confortável na maior parte do tempo. Isso faz com que o modelo não honre o apetite para curvas que seus irmãos de plataforma Ka e New Fiesta têm. No Eco, você sente a transferência de peso acontecendo momentos depois de finalizar a curva.

Na estrada, são sentidas leves flutuações, enquanto na cidade esburacada, o EcoSport pode pular um pouco. O que compromete o conforto total são os pneus run-flat que equipam a versão Titanium. Por conta de reforços estruturais que permitem rodar com ele furado até 80 km (sem ultrapassar 80 km/h), o EcoSport ficou mais sensível aos buracos e transmite mais imperfeições do asfalto.

Europeu

Essa mudança de pneus teve uma simples razão: remover o estepe pendurado na traseira. Se esse recurso já foi moda quando os aventureiros explodiram em vendas no Brasil, hoje apenas o EcoSport ainda faz uso desse recurso. A priori, a ideia era transmitir robustez, evocar os jipes do passado e disfarçar os 4 m de comprimento. Mas esse era um item que incomodava aos europeus e precisou mudar.

Com a nova solução, a placa subiu para a tampa do porta-malas, ganhando a companhia de um friso cromado. O para-choque foi levemente modificado com a inclusão de uma sessão plástica cinza no local da placa. O visual casou bem, mas ainda fica aquela sensação de que falta algo, afinal, toda traseira do EcoSport foi pensada para receber o estepe.

Essa característica justifica ainda a abertura do porta-malas lateralmente, não para cima como em todos os seus concorrentes. Ela exige uma área maior para abertura total, mas é leve e tem operação fácil. Destaque para a genialidade da maçaneta camuflada na lanterna traseira.

Puxando seu lado europeu também no design da dianteira, o EcoSport Titanium chama a atenção por conta da grade frontal cromada, faróis com LED diurno e projetor, além de luzes de neblina junto às luzes de direção. O estilo geral é agressivo e bonito, algo que o EcoSport sempre foi. Sem apelar para um excesso de plásticos pretos, ele parece robusto.

Conclusão

O Ford EcoSport já foi o rei do segmento, mas seus rivais entenderam a receita, a aperfeiçoaram e superaram o primogênito dos SUVs compactos. Se o EcoSport ainda é seu modelo dos sonhos, a versão Freestyle pode ser uma pedida melhor. Custando R$ 12 mil a menos (R$ 91.890 contra R$ 103.890 do Titanium) ela abre mão da chave presencial, sensor de ponto cego, teto solar e dos sete airbags, mas entrega o essencial na categoria.

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