Novo Chevrolet Cruze Sport6 LTZ melhorou onde precisava
Segunda geração recebeu motor turbo com melhor desempenho e menor consumo, além de uma bela atualização visual
18/01/2017 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Meses depois do sedã, o Chevrolet Cruze Sport6 chegou à nova geração. Mais bonito, mais econômico e com melhor desempenho, o hatch agradou todos que tiveram contato com o modelo durante a avaliação do iCarros, do visual interno e externo ao conforto dentro da cabine. Mas o preço que cobra por tudo isso é caro. A versão LTZ avaliada sai por R$ 103.290, mas com os opcionais vai a R$ 113.090, fora a pintura, que pode acrescentar mais R$ 1.500.
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E vale? Vale! A evolução do Cruze Sport6 em relação à geração anterior é enorme. A nova identidade visual da marca caiu muito bem ao modelo, sem que ele perdesse a sua própria identidade. Isso quer dizer que cada carro da Chevrolet tem os traços da fabricante, mas não são todos iguais, como aconteceu com a Volkswagen. Por falar na rival, vamos traçar um breve paralelo entre o hatch e seu maior concorrente, o VW Golf.
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Motorização e consumo: Sport6 x Golf
O novo Cruze Sport6 recebeu as mesmas alterações mecânicas do sedã, ou seja, motor 1.4 turbo flex que rende até 153 cv de potência e 24,5 kgfm de torque com etanol. O câmbio segue automático de seis marchas. O consumo segundo o Inmetro é de 7,6 km/l na cidade e 9/3 km/l na estrada com etanol no tanque. A versão LTZ pesa 1.331 kg.
No Golf, na mesma faixa de preço, temos a versão Highline com motor 1.4 turbo flex que entrega até 150 cv e 25,5 kgfm com etanol, com câmbio automático de seis velocidades. O consumo pelo Inmetro é de 7,7 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada com o combustível vegetal. O peso é de 1.252 kg.
Ou seja, os números de desempenho não são muito diferentes entre os rivais, mas o Golf tem a vantagem de ser mais leve. Mas cobra um pouco mais, com preço inicial de R$ 105.870.
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Impressões ao dirigir
O Sport6 é extremamente agradável ao volante, com boas respostas ao pisar no pedal do acelerador. Aliás, o comportamento é bastante similar ao sedã. Para fazer uma ultrapassagem, é só pisar fundo que o carro responde graças ao uso de injeção direta de combustível, comando de válvulas variável na admissão e no escape e de uma turbina de pequeno diâmetro, o que gera um “lag” (tempo para a turbina encher) muito pequeno. Segundo a Chevrolet, 90% do torque está disponível já a partir de 1.500 rpm.
As trocas do câmbio são suaves, sem trancos ou oscilações, mesmo em reduções. Pena que ficaram faltando as borboletas atrás do volante, não oferecidas nem como opcional. Quem quiser fazer as mudanças de marcha manualmente precisa mover a alavanca para a esquerda. No mais, a dirigibilidade é boa. Digna de elogios, aliás.
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Elogios também para o consumo, que foi de 6,1 km/l na cidade com etanol na geração anterior para 7,6 km/l nas mesmas condições. Isso representou ir da nota “D” na classificação em sua categoria para a nota “A”. Muito bom!
A suspensão é macia, mas sem comprometer a estabilidade. O acerto ficou tão confortável e filtra tão bem o piso que é difícil lembrar no dia a dia que há eixo de torção atrás. A direção elétrica também agradou, com peso na medida para fazer manobras e bom raio de giro. Até o sistema Start/Stop é sutil no Sport6. Ele desliga e liga o carro de modo bastante suave.
Acabamento e espaço interno
Por dentro, o acabamento em dois tons recebeu muitos elogios. Os materiais são agradáveis ao toque e criam um ambiente com ares de requinte. Os comandos ficam todos à mão, com os botões dos retrovisores externos na porta e comandos no volante para o computador de bordo e o controlador de velocidade – os botões de áudio ficam na parte de atrás do volante, posição muito prática.
Infelizmente, banco do motorista com regulagens elétricas é opcional e faz parte de um pacote que acrescente R$ 9.800 ao valor do carro. Por outro lado, há ajuste de altura e profundidade no volante de série.
O espaço no banco traseiro é bom e acomoda três adultos, com destaque para o túnel central baixo, o que ajuda no conforto de quem viaja no meio. O porta-malas de 300 litros é grande para as bagagens da família – para comparar, no Golf, são 313 litros.
Equipamentos de série
A versão LTZ é a mais completa e já vem equipada com ar-condicionado, direção elétrica, partida por botão e remota pela chave, assistente de partida em rampa, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré, alerta de pressão dos pneus, controle de tração e de estabilidade, faróis e lanternas de neblina, isofix, controlador de velocidade, Start/Stop, airbags frontais, laterais e de cortina, luz diurna, sistema OnStar, rodas de liga leve de 17 polegadas, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, trio elétrico, retrovisores externos com rebatimento elétrico, retrovisor interno antiofuscante, teto solar elétrico e MyLink com GPS, USB, Bluetooth, função streaming de áudio e espelhamento de smartphones via Android Auto e Apple CarPlay.
Há apenas um pacote opcional, de R$ 9.800, que inclui alerta de colisão frontal, alerta de ponto cego, assistente de faixa, farol alto adaptativo, sistema que estaciona o carro sozinho (vagas paralelas e perpendiculares), banco do motorista com ajustes elétricos e carregador sem fio para celular via indução eletromagnética (necessário um aparelho compatível com essa tecnologia).
Explicando um pouco melhor, o assistente de faixa faz correções na direção automaticamente se notar que o condutor está saindo da sua faixa de rodagem sem acionar as setas. Ele utiliza uma câmera da parte superior do para-brisa para identificar as faixas na via.
Já o alerta de colisão frontal monitora a velocidade do carro em relação ao veículo à frente, emitindo um aviso sonoro e visual (luzes vermelhas piscam no para-brisa) para chamar a atenção do motorista se necessário. A imagem de um carrinho aparece em verde no painel para informar que foi detectado um veículo na mesma faixa, mudando para amarelo se a distância ficar pequena ou se você estiver se aproximando muito rapidamente. Ele consegue identificar carros a uma distância de cerca de 60 metros e opera automaticamente acima de 40 km/h. O condutor também pode regular a distância que quer ser alertado – são três níveis possíveis - pressionando um botão no volante ou até desativar o sistema. Vale destacar, porém, que ele não aciona os freios.
Custo/benefício
O Cruze Sport6 completo como o modelo avaliado cobra caro, mas vem recheado de tecnologias que tornam o dia a dia muito mais confortável – e seguro. E ao dirigi-lo, ele é bem acertado, fazendo valer o investimento. As revisões programadas cobram R$ 3.300 até os 60 mil km, sendo que as três primeiras saem, respectivamente, R$ 256, R$ 596 e R$ 388. Tudo colabora para o sucesso do hatch, mas vai ser difícil chegar mais perto de VW Golf e Ford Focus no ranking de vendas. Em 2016, o modelo da Chevrolet emplacou 3.587 unidades frente às 5.966 unidades do Golf e às 6.766 do Focus.
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