Vale a pena gastar R$ 73 mil num Ford Fiesta 1.0?

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Ford Fiesta Titanium Plus custa R$ 73.700

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Modelo é equipado com o motor Ecoboost 1.0 turbo a gasolina

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Câmbio de dupla embreagem vem de série

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Motor é potente e econômico

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Mas o câmbio não acompanha

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Cabine usa muitos plásticos para um carro desse valor

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Central multimídia e painel já têm aparência datada

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As reclamações começaram logo cedo e a vida do Ford Fiesta Ecoboost não foi fácil desde o seu lançamento. Apesar de ser um dos 1.0 mais potentes do Brasil, superando até alguns concorrentes com motores 1.6 aspirados, o público não conseguiu entender a conta de R$ 73.700 por um carro com motor “mil”. Esse é o valor cobrado pela versão Titanium Plus, única a oferecer o propulsor mais moderno. Porém, o carro tem sim predicados que dão pistas de seu custo elevado.

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Equipamentos de série

Por se tratar da versão mais completa disponível para o Fiesta hatch, a lista de equipamentos é extensa. A direção tem assistência elétrica e o ar-condicionado é digital e automático. Tanto o acionamento dos vidros quanto o de travas e espelhos é elétrico.

Demais itens incluem bancos com revestimento de couro e regulagem de altura para o motorista, sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para o joelho do motorista), espelho interno eletrocrômico, chave presencial com partida por botão, sensores de chuva e crepuscular, piloto automático, rodas de liga leve de 16 polegadas e rádio com conectividade via Bluetooth e USB.

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Ficha técnica

A grande estrela do Fiesta Ecoboost é o motor 1.0 de três cilindros turbo a gasolina de mesmo nome que fica sob o capô. De acordo com a Ford, ele gera 125 cv de potência e 17,3 kgfm de torque. Nessa configuração, a única opção de câmbio é o Powershift, um automatizado de dupla embreagem com seis velocidades.

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Nas medidas, o hatch tem 3,97 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,46 m de altura e 2,49 m de distância entre-eixos. O porta-malas é capaz de acomodar até 281 litros de bagagens e o carro pesa 1.178 kg.

Dados da Ford dão conta de que o Fiesta Ecoboost consegue acelerar de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos com esse conjunto e o consumo urbano é de 12,2 km/l, enquanto o rodoviário fica em 15,3 km/l.

Ecoboost vai muito bem. Poweshift nem tanto

Aqui temos um caso típico de um motor muito bom, mas acoplado a um câmbio que não consegue acompanhar a perfomance do propulsor. Enquanto o Ecoboost entrega força em rotações bem baixas e mostra fôlego para continuar ganhando giro, o câmbio Powershift insiste em manter marchas mais baixas e rotações elevadas ao menor sinal de elevação. Mesmo após superá-la, leva tempo até passar a marcha.

Você pode usar as trocas manuais, mas a operação por botões na alavanca não é cômoda e leva tempo para se habituar. Além disso, mesmo nessa opção mais “esportiva”, as trocas demoram. Não há borboletas atrás do volante.

Quanto tempo? Segue o exemplo: eu costumo usar a redução de marchas para aproveitar o freio-motor e poupar os freios do carro em descidas longas. Nessa situação, no Fiesta, você aciona o botão para reduzir, o câmbio desacopla a embreagem, deixa o carro ganhar embalo (que é exatamente o que eu queria evitar), eleva a rotação para equipará-la à marcha selecionada, acopla novamente a embreagem e só então começa entregar o freio-motor. O tempo que você levou para ler é superior ao da operação, mas não por muito. Falando em freios, os traseiros continuam sendo a tambor como em toda a linha Fiesta.

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Mas seria injusto dizer que o câmbio só tem pontos negativos. No uso diário, é difícil perceber a operação da transmissão, que atua quase como um automático convencional, salvo ligeiros trancos no anda e para no trânsito. E mesmo quando demora a subir marchas, o isolamento acústico é suficiente para mascarar o motor em rotações elevadas a ponto de ser perceptível apenas por meio da leitura do tacômetro.

Quanto ao acabamento, se o isolamento acústico é bom, já não se pode dizer o mesmo dos materiais. Plásticos rígidos, mas bem montados, não condizem mais com um carro que ultrapassou a barreira dos R$ 70 mil. A capa do painel de instrumentos tem uma aparência especialmente frágil. O visual também precisa ser revisto, pois o interior não muda desde 2011, quando o carro foi lançado, e os sinais da idade estão aí, na forma de um rádio cheio de botões como um telefone e a central multimídia que nem tela colorida tem.

Compromete o uso? Não, mas em tempos em que até um Chevrolet Onix LT 1.0, que custa um pouco mais que a metade do valor do Fiesta, já tem central multimídia com tela sensível ao toque e espelha smartphones via Android Auto e Apple Car Play, está na hora de rever alguma coisa.

Compare o Fiesta Hatch com seus concorrentes

Depois de andar cerca de 600 km com o hatch, atingi uma média de consumo de cerca de 11 km/l na cidade e 13,5 km/l na estrada, números bem razoáveis e próximos aos declarados, ainda mais considerando que rodei com o carro carregado na estrada e sempre com o ar-condicionado ligado.

Mas nem tudo merece críticas no Fiesta. O acerto de suspensão, por exemplo, continua sendo referência em sua categoria, assim como a carroceria e a direção, que é rápida nas respostas. Assim, o Fiesta permanece um carro com uma condução divertida e que incentiva a tocada mais entusiasmada, mandando bem nessa situação. Não fosse a lentidão do Powershift, seria uma ótima opção de carro eficiente, equipado e ao mesmo tempo divertido. Talvez versões mais em conta ou a opção de câmbio manual resolvessem, pois o Fiesta é cheio de predicados para fazer bom uso e popularizar o 1.0 Ecoboost da Ford.

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