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Dez carros clássicos brasileiros que são admirados até hoje

Modelos antigos trazem boas lembranças e são valorizados como peças de coleção. Veja alguns dos nossos preferidos

29/08/2023 - Henrique Koifman / RF1 / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros

Pode ser o carro com que seu avô o levava para passear, ou em que sua mãe buscava você na escola ou mesmo aquele outro, cheio de cromados, mantido impecável pelo vizinho e que você namorava por cima do muro. Para quem gosta de automóveis, muitas das lembranças estão sobre quatro rodas.

Também por isso, e porque achar um deles em bom estado está ficando cada vez mais difícil, modelos nacionais dos anos 1960 e 70 estão acelerando de preço no mercado. Listamos aqui 10 dos carros que mais têm se valorizado – e que estão presentes nos sonhos dos antigomobilistas e saudosistas em geral.

Começando por três fortões que forma uma espécie de “trindade da potência nacional”, que costuma dividir a preferência dos fãs, mais ou menos como os grandes clubes de futebol:

1 – Ford Maverick GT V8

Lançado nos EUA como uma espécie de opção mais popular da linha Mustang e produzido aqui no Brasil entre 1973 e 1979, o Maverick era a aposta da Ford para enfrentar o Chevrolet Opala. Não por acaso, estava disponível em opções de duas ou quatro portas, tal qual o modelo rival na época.

O Maverick nunca chegou nem perto do Opala em vendas, mas sua versão esportiva GT (de Gran Turismo), com um motorzão V8 e jeitão de “muscle car americano”, logo virou o sonho de consumo dos aficionados.

Para a época, sua performance era mesmo forte, com perto de 200 cv de potência bruta tracionando as rodas traseiras, e o acabamento interno era bem caprichado. Hoje, um carro desses em bom estado – geralmente já reformado ou restaurado – pode chegar aos R$ 300 mil.

2 – Dodge Charger R/T

Também criado nos EUA e equipado com um V8 de até 215 cv de potência, esse “Dodjão” foi fabricado aqui no Brasil entre 1971 e 1980. Muito luxuoso, vinha com forrações em couro e madeira que nada deviam aos dos modelos da Terra do Tio Sam.

Assim como o Maverick, o Charger R/T (de “road and track”, ou, estrada e pista, em português) era a versão coupé de duas portas esportiva da família e, embora todos os seus “irmãos” tivessem basicamente a mesma mecânica, trazia ajustes e acabamentos bem mais instigantes.

Como toda a linha Dart, a que pertencia, o Charger chamava a atenção pelas linhas quadradas, mas era reconhecido especialmente pelo rugido inconfundível gerado por seu motor e espalhado por seu escapamento duplo.

Nem dá para dizer que “nunca vendeu bem”, pois custava caríssimo e seu alvo era o segmento mais alto do mercado, onde a quantidade de unidades comercializadas é sempre bem menor que a de modelos menores e mais baratos, claro.

Também como quase todos os automóveis fabricados antes dos anos 1990, sofria de oxidação crônica, especialmente em um clima tropical como o nosso, o que fez com que a maioria deles tenha desaparecido. Hoje, dificilmente se encontra um a venda por menos de R$ 150 mil.

3 – Chevrolet Opala SS

Apesar de seu estilo americanizado, o Opala é um projeto Alemão, da Opel – e que se chamava Rekord em sua terra natal. A versão esportiva SS (de Super Sport) foi lançada no Brasil em 1971, inicialmente com quatro portas – a de duas chegaria no ano seguinte, sendo produzida até 1981.

Em sua configuração mais “braba”, a 250s, o clássico motor de 4.1 litros e seis cilindros da General Motors gerava 171 cv de potência e mais de 32 kgfm de torque, suficientes para dar a esse Opala um desempenho bom o suficiente para rivalizar com os dois modelos anteriores desta lista.

Além das clássicas faixas na carroceria, o SS vinha com bancos dianteiros com desenho especial e inteiriços (como o apoio de cabeça incorporado), volante e painel personalizados. O câmbio era sempre manual, de quatro marchas com alavanca no assoalho.

O Opala SS chegou a ser produzido, também, em uma versão “mirim”, com motor de quatro cilindros – por conta da Crise do Petróleo que jogou o preço da gasolina para cima naqueles meados dos anos 1970, mas esta não é tão valorizada no mercado.

E teve uma irmã perua, a Caravan, com a mesma configuração mecânica e acabamento semelhante e que também é muito admirada até hoje. A versão “clássica”, coupé de seis cilindros, no entanto, é a mais valorizada e um exemplar original e em ótimo estado pode passar dos R$ 200 mil.

Uma trinca da Volkswagen

4 – VW Kombi 

A VW Kombi passou a ser produzida aqui no Brasil em 1957 e só saiu de linha em 2013. Ao todo, 1,56 milhão delas saíram das linhas de produção da marca. Por essa longevidade, era tratada pelos operários da VW como “a Velha Senhora” e, por essas décadas todas, liderou o mercado em seu segmento.

Essa popularidade toda faz da Kombi um dos modelos mais facilmente reconhecíveis e que desperta maior simpatia nas ruas, mesmo para quem não entende nada de carro. Nos EUA e na Europa, de uns 15 anos para cá, também por saudosismo, passou a ser muito valorizada como item de coleção.

A demanda por esse utilitário com formato de pão de forma lá é tão grande, que exemplares – especialmente os de sua primeira geração (1957-75), apelidada de corujinha – passaram a ser literalmente caçados aqui no Brasil para serem levados para o primeiro mundo.

Hoje, uma Kombi de passageiros, Standard ou de versão mais caprichada, em bom estado pode custar até mais de R$ 100 mil reais (lá fora o valor pode ser ainda muito maior que isso) e mesmo exemplares de suas gerações mais recentes estão bem valorizados.

Além do charme – e da possibilidade de fazer dela “o carro de curtição” (fun car) da família, para passeios sem pressa e piqueniques –, é um veículo de manutenção simples e ainda barata, com boa oferta de peças e componentes mecânicos.

5 – VW Fusca

Esse é o integrante mais óbvio da lista. O VW Fusca foi fabricado aqui no Brasil entre 1959 e 1996 e, embora tenha recebido uma série de retoques estéticos e melhorias ao longo do tempo, manteve sempre a sua essência – e simplicidade. Ao todo, foram produzidas aqui 3,3 milhões de unidades.

O incrível é que, segundo o Denatran, em 2022, 26 anos após o encerramento de sua produção, havia mais de 1,9 milhão de fuscas em circulação pelo país. Tal qual a Kombi, ele tem mecânica simples e de manutenção barata e, tirando alguns itens de acabamento, boa oferta de peças de reposição.

O interessante é que, hoje, é possível encontrar por aí tanto fuscas “inteirinhos”, sejam mantidos como joias desde 0 km ou recentemente reformados, como também sucatas ambulantes, que parecem contrariar as leis da física para continuarem a circular, com preços proporcionais a seu estado.

O Fusca tem milhares de aficionados, alguns reunidos em clubes que promovem encontros e passeios periodicamente, mas nem sempre os carros mais antigos são os mais valorizados.

Assim como um modelo original de 1.200 cilindradas do começo dos 1960, bem restaurado, pode chegar a valer mais de R$ 80 mil, outro, dos anos 1980 ou 90, que tenha sido pouco rodado, pode chegar perto desse valor.

Isso sem falar dos modelos incrementados (antigamente, chamados de envenenados), que recebem em oficinas especializadas kits mecânicos de grande potência, freios e suspensão modificados e componentes de acabamento de seu “primo rico”, o Porsche 911. Um desses pode chegar aos R$ 120 mil ou mais.

6 – VW Passat TS

Lançado em 1976, essa versão esportiva foi um dos grandes responsáveis por popularizar o Passat por aqui. Antes, a Volks era conhecida por seus motores refrigerados a ar (como os do Fusca e da Kombi) e por seus modelos simples, robustos, confiáveis – e lentos.

Ele vinha com uma mecânica mais forte que a do Passat “comum”: motor 1.6 de declarados 96 cv de potência e 13,2 kgfm de torque, o que era suficiente para fazer com que seus 900 kg de peso fossem movimentados com desenvoltura, levando 13 segundos para ir de 0-100 km/h e chegando aos 160 km/h de velocidade máxima.

Com esses números, ele era capaz de desbancar os três fortões que abrem esta lista na arrancada – sendo ultrapassado por eles algum tempo depois. Isso se não houvesse curvas pelo caminho. Com suspensão moderna e bem ajustada e tração dianteira, o TS ficou famoso por sua estabilidade – ponto fraco dos rivais.

Sua carroceria tinha desenho do festejado designer italiano Giorgetto Giugiaro e, em sua primeira geração (de 1976 a 78) ostentava quatro faróis redondos sobre uma grade escura na dianteira, num estilo ao mesmo tempo simples e alinhado com a tendência europeia.

Hoje, um exemplar original (há vários Passat comuns caracterizados como TS por aí) e em bom estado chega fácil aos R$ 80 mil.

Tesouros dos anos 1960

7 - Simca Chambord

Primeiro modelo de luxo produzido no Brasil, a partir de 1959, o Simca Chambord é também, provavelmente, o modelo com maior quantidade de cromados que já saiu de uma linha de montagem nacional. Seu projeto era originalmente norte-americano, desenvolvido pela marca francesa.

Com o charme-ostentação dos carros dos anos 1950, ele sobreviveu por aqui até 1966. No início, a pouca potência de seu motor V8 não estava à altura de sua aparência, o que lhe rendeu o pouco honroso apelido de “Belo Antônio”, personagem, digamos, pouco viril vivido pelo ator italiano Marcello Mastroiani no cinema naquela época.

Com melhorias, chegou a contar com suficientes 140 cv de potência em suas últimas séries, mas seu maior charme, ainda hoje, é visual. Foi coadjuvante, como carro de polícia rodoviária, de uma popular e reprisadíssima série de TV nacional e, por isso, é lembrado com carinho por quem tem mais de 50 anos.

Sua produção total foi de pouco mais de 50 mil unidades e, hoje, encontrar um exemplar em bom estado e com sua mecânica original é bem difícil e nunca por menos de uns R$ 80 mil.

8 - DKW Fissore

Desenvolvido especialmente para o Brasil e produzido somente entre 1964 e 1967, o DKW Fissore tem desenho italiano e linhas ao mesmo tempo clássicas e à frente de seu tempo. Ao todo a Vemag, representante brasileira da marca alemã, fabricou 2.638 unidades desse elegante sedã de duas portas.

Poucas delas ainda estão rodando por aí, várias delas empurradas por motores diferentes do que trouxe de fábrica. Isso porque os DKW utilizavam um diferente motor de três cilindros e dois tempos, que entre outras características, utiliza uma mistura de gasolina e óleo lubrificante como combustível.

Embora essas características façam com que ele tenha um tipo de público admirador um pouco mais restrito, o Fissore tem se valorizado bastante no mercado de clássicos e, hoje, um exemplar bem restaurado e com motor original não sai por menos de R$ 80 mil. E deve subir bem mais nos próximos anos.

9 - Willys Interlagos

Versão nacional do francês Renault Alpine A 108, o Interlagos foi produzido pela Willys Overland do Brasil entre 1962 e 1965 em versões conversível, cupê e berlineta. Em suas versões mais potentes, vinha com um motor de 998 cc (1.0) que podia gerar até 70 cv de potência.

Parece pouco, mas pesando cerca de 500 kg, ele era nervosinho e acelerava rápido para os padrões da época, chegando a incríveis 160 km/h. Não por acaso, fez muito sucesso nas corridas daqueles tempos, nas mãos de pilotos como os irmãos Emerson e Wilson Fittipaldi.

O Interlagos foi também o primeiro carro nacional produzido em série por uma grande marca a utilizar carroceria de fibra de vidro.

O Interlagos era um carro caro para a época e menos de mil unidades dele foram fabricadas, o que torna exemplares remanescentes bem valorizados. Um em bom estado e que ainda tenha a mecânica original (era comum colocar nele o motor do Fusca) não sai por menos de R$ 160 mil.

Fechando a lista, o “caixotinho nervoso”

10 - Fiat 147 Rallye

Quando lançou seu primeiro modelo no Brasil, em 1976, a Fiat até impressionou o público por suas inovações mecânicas – como o motor e a caixa de marchas colocados na posição transversal e o grande espaço interno que o pequenino Fiat 147 oferecia. Mas não por sua performance.

Para honrar sua fama de esportividade, dois anos depois, chegava ao nosso mercado o Rallye, que nada mais era do que uma versão esportiva do mesmo 147. Só que, além de detalhes como faixas, bancos com apoio de cabeça, rodas e volante especial, o carrinho vinha com um motor mais forte.

Os 72 cv de potência, menos de 800 kg de peso e um escapamento que dava um tom diferente – e mais impressionante – ao seu ronco, o Fiat Rallye era um carro divertido de dirigir. E que, com sua incrível estabilidade, era capaz de andar junto com modelos mais potentes, especialmente em trechos sinuosos.

Depois rebatizado como Racing, esse Fiat invocadinho foi produzido até 1983, mas suas versões mais valorizadas são justamente as mais quadradinhas, produzidas até 1979 – depois a frente da linha 147 foi redesenhada, perdendo o seu estilo quadradinho.

Com sorte, é possível encontrar uma delas com sua configuração original e sem muita ferrugem (problema crônico) por cerca de R$ 20 mil. E esse é um daqueles modelos que provavelmente vai se valorizar bastante nos próximos anos.

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