Hyundai apresenta plataforma E-GMP para carros elétricos

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Mais do que “chegar na frente”, na indústria automobilística, eletrificar seus produtos passa a ser questão de sobrevivência. 

Afinal, ao longo dos próximos 10 ou 15 anos, veículos com motores poluentes terão caminhos cada vez mais restritos em boa parte dos mercados – como o europeu e o de vários países asiáticos.

Caso da Inglaterra, por exemplo, onde recentemente foi legalmente estabelecida a proibição da venda de carros movidos puramente a combustão a partir de 2030. 

Não por acaso, o Grupo Hyundai Motor vem se mostrando um dos mais preocupados – e avançados – com a eletrificação de seus produtos. E, este mês, a empresa apresentou uma plataforma dedicada para sua próxima geração de veículos elétricos a bateria (ou BEV), batizada de E-GMP. 

Bem posicionada no mercado europeu e, também, nos EUA, a empresa coreana quer não só manter suas boas vendas nessas regiões, como também ampliá-las graças aos novos veículos “limpos” e, de quebra, agregar a sua marca uma imagem relacionada à alta tecnologia e sustentabilidade. 

Uma só base, muitas possibilidades 

A ideia de criar uma plataforma única – uma espécie de chassis com toda a mecânica, explicando de forma simplificada – para servir de base para toda uma linha de carros elétricos não é nova.

A General Motors já havia apresentado esse tipo de ideia em salões do automóvel da última década do século passado, sem, no entanto, nunca ter chegado a usar esse conceito em sua produção “real”. 

Com um mesmo conjunto de chassis, transmissão, motor (ou motores), baterias e demais componentes, é possível montar uma linha de modelos que pode ir de utilitários a esportivos, de sedãs de passeio a SUVs.

Algo que proporciona um tremendo ganho de escala – tudo o que é fabricado em grandes quantidades, tende a custar menos em termos unitários. 

No caso da plataforma E-GMP, as promessas são sedutoras:  

 – autonomia de mais de 500 km com carga total; 

 – recarga de até 80% em 18 minutos por meio de carregamento rápido, segundo o padrão WLTP*;  

 – veículos capazes de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,5 segundos, com máxima de 260 km/h; 

 – muito mais espaço para os passageiros e maior segurança, em comparação aos carros de hoje; 

 – estrutura de alta resistência, com distribuição de peso otimizada e baixo centro de gravidade; 

 – grande estabilidade 

(*) Procedimento Mundial Harmonizado para Teste de Veículos Leves  

Além disso, o uso dessa base única traz a possibilidade de criar e lançar novos modelos em pouco tempo e de forma flexível, de acordo com as necessidades dos consumidores, com configurações, estilos e aplicações as mais variadas.  

Vendas energizadas até 2025 

Uma maneira tão revolucionária e promissora de produzir carros que fez o Grupo Hyundai planejar o lançamento de novos 25 novos modelos elétricos BEV até 2025, vendendo 1 milhão de unidades em todo o mundo nesse mesmo prazo. 

A E-GMP vai estrear já em 2012, com o modelo IONIQ 5, e seguirá servindo de base para uma série de outros modelos. Diferentemente da configuração utilizada nos veículos elétricos do grupo até aqui, que têm tração dianteira, os futuros lançamentos serão empurrados pelas rodas de trás – ou, eventualmente, pelas quatro rodas. 

A marca Kia também está acelerando na direção da eletrificação, incluída como prioritária em sua estratégia de médio a longo prazo chamada ‘Plano S’.

Em setembro, a marca anunciou sua intenção de aumentar para 20% sua participação nas vendas de carros elétricos até 2025 e revelou que sete novos modelos exclusivamente a bateria serão lançados até 2027. 

Como a Hyundai possui fábricas no Brasil, ainda que nosso país não esteja entre os primeiros mercados na onda da eletrificação, a chegada de modelos criados sobre a plataforma E-GMP é quase certa. A questão parece ser meramente de prazo.  

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