O nome por trás da marca: Walter Chrysler

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Walter Percy Chrysler nasceu em 1875 no estado do Kansas (EUA), e teve uma bem-sucedida carreira no ramo de ferrovias antes de se tornar um mito na indústria automobilística.  

Filho de um maquinista de locomotivas e mecânico, seguiu os passos do pai, graduou-se em mecânica por correspondência e rodou por diversas companhias ferroviárias em diferentes estados até chegar a gerente das oficinas da American Locomotive Company (ALCO), na Pensilvânia, no fim da primeira década do século XX. 

Um diretor da ALCO e executivo da General Motors, James J. Storrow, incentivou Chrysler a entrar para a fervilhante indústria automobilística, e em 1911 ele já estava trabalhando para a Buick em Flint, Michigan.  

Com várias ideias de sucesso para diminuir o custo da produção, mas ganhando a metade do que ganhava na ALCO, Chrysler pediu demissão.  

Foi convencido pelo Chefão da GM, William Durant, a continuar em Flint, com um argumento de peso: US$ 10 mil por mês durante três anos, um salário astronômico para a época, mais um bônus de US$ 500 mil em ações ao fim de cada ano.  

Ao se demitir depois do fim do contrato, recebeu cerca de US$ 10 milhões por suas ações na GM e tornou-se um dos homens mais ricos dos EUA.  

Contratado para recuperar a Willys-Overland ganhando US$ 1 milhão por ano, Chrysler cumpriu seu papel, mas não conseguiu realizar seu sonho, comprar a empresa e lançar um carro com seu nome.  

Este sonho só começou a se concretizar no início de 1923, quando comprou a Maxwell Motors, de Detroit. No fim do ano estava nas ruas o sedan econômico, durável e capaz de superar a velocidade de 100 km/h que tinha imaginado. 

O Chrysler B-70 (o setenta se referindo à velocidade em milhas por hora que o carro alcançava) ou Six (seu número de cilindros) tinha motor de seis cilindros em linha e 3,3 litros, com 69 HP, montado sobre coxins de borracha para absorver vibrações, além de outros luxos só encontrados em carros muito mais caros, como freios com comando hidráulico nas quatro rodas e filtros de ar e óleo.

Em um ano foram fabricadas 32 mil unidades do Chrysler B-70, vendido com nove tipos diferentes de carroceria e uma publicidade agressiva. No início de 1925 a Maxwell Motors passava a se chamar Chrysler Corporation.  

Com mais alguns modelos lançados, a Chrysler era a quarta maior fábrica de automóveis dos EUA em 1927. Depois de lançar as marcas De Soto e Plymouth, Walter Chrysler comprou a Dodge em 1928, levando de quebra a marca de caminhões Graham.  

No mesmo ano, comprou a marca de caminhões Fargo e começou a construir em Manhattan o Edifício Chrysler. A revista Time elegeu Walter Chrysler o Homem do Ano de 1928. 

Em 1929 veio o Crash (quebra) da Bolsa de Nova York e com ele a Grande Depressão. Mesmo assim, o Chrysler Building foi inaugurado em 1930, com seus 319 metros de altura.  

Havia uma disputa com o Banco de Manhattan, que também estava levantando um arranha-céu em Nova York, pelo título de edifício mais alto do mundo, batalha vencida por Chrysler através de uma cúpula de aço e uma antena que somam 56 metros, já que não havia autorização da prefeitura para construir mais andares habitáveis que os do projeto original.  

Um ano depois, na mesma Manhattan, foi inaugurado o Empire State, que ficou com o título de mais alto do mundo na época.  

Antes de deixar a direção da companhia, em 1936, Chrysler ainda lançou modelos icônicos como o Imperial CG, com motor de oito cilindros em linha, 6,3 litros e 135 cv, que chegava a mais de 160 km/h, e o Airflow, primeiro carro com desenho aerodinâmico, desenvolvido em túnel de vento, a ser produzido em série.

De tão revolucionário, o Airflow espantou o conservador consumidor americano e não foi um sucesso de vendas.  

Em 1938, ano da morte de sua esposa, Chrysler sofreu um AVC e nunca se recuperou, morrendo em casa, em Nova York, em 1940. Atualmente a Chrysler pertence à Stellantis. 

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