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Pneus: ontem, hoje e amanhã

Conheça mais sobre a história dos pneus, saiba como está o mercado e o que será deles no futuro

09/05/2012 - Rafael Mandelli / Fonte: iCarros

Componente fundamental entre os equipamentos de segurança dos carros, o pneu surgiu como um simples revestimento para evitar que as rodas se desgastassem com o tempo. A origem remonta ao século XIX, época em que, feito de ferro ou aço, era usado para cobrir as rodas de madeira dos carros e vagões de trem para garantir a integridade do aro por mais tempo.

Após anos de pesquisa e invenções mirabolantes que acabaram não dando certo, o americano Robert William Thomson patenteou, em 1847, o que seria o primeiro pneu com câmara de ar - Charles Goodyear já tinha fabricado um pneu vulcanizado acoplado às rodas, mas não usava compartimento com ar. A invenção de Thomson era uma espécie de tubo que podia manter o ar preso em seu interior. Acoplado a uma cinta de couro, a câmara do pneu era presa na roda dos carros e carruagens. A invenção foi o primeiro passo para aumentar o conforto dos passageiros e reduzir o ruído causado pelo atrito da roda com o solo.

Hoje em dia, o pneu é constituído por diversos materiais além da borracha. Derivados de petróleo, produtos químicos e compostos metálicos, como o aço, são fundamentais em sua estruturação. O produto final, uma pasta negra, aquecida a altas temperaturas (processo conhecido como vulcanização) dá origem ao pneu do veículo. Durabilidade, conforto, aderência e capacidade de frenagem são quesitos primordiais em seu desenvolvimento.

O mercado brasileiro

O Brasil é o quarto maior consumidor de pneus do mundo - sendo o sexto em volume de venda de automóveis. De acordo com a Abidipa (Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Produtos Automotivos), o mercado interno não está preparado para suprir esta necessidade. Conforme levantamento da entidade, 30% dos pneus vendidos no Brasil são importados. Marcos Moretta, diretor comercial da Michelin alerta: “em 2015, o País será o terceiro maior mercado de pneus do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos”. Uma conta rápida mostra que só em 2011, o País emplacou cerca de 2,7 milhões de veículos de passeio, o que resulta em aproximadamente 10,8 milhões de pneus (sem contar o estepe nem pneus de resposição).

Para onde vai o pneu?

A destinação dos pneus velhos ainda é um problema comum no Brasil. A resolução n° 258 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) obriga os fabricantes e importadores de pneus a darem um destino ambientalmente correto aos usados. A conta é simples: para cada pneu vendido, o produtor deve recolher um usado.

Os principais fabricantes de pneus no Brasil criaram uma solução. Desde 2007, Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli se juntaram e criaram a Reciclanip (Recicladora da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos), uma entidade que recolhe os pneus que não servem mais. Em 2010, a Continental se juntou ao grupo. O projeto teve início em 1999 com a criação do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Iservíveis, implantado pela Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos).

Nos três primeiros meses de 2012, foram recolhidas 89 mil toneladas de pneus. Assim como todo o restante reciclado desde 2007, este volume já tem destino certo: vão para a indústria cimenteira para servir como combustível para os fornos ou são triturados e viram matéria-prima para asfalto-borracha, pisos de quadras e outros artefatos de borracha.

Cesar Faccio, coordenador da Reciclanip, destaca o espaço ocupado pelos pneus quando rejeitados de forma incorreta. “Os pneus inservíveis, descartados de forma errada, contribuem para entupimentos de redes de esgoto, enchentes e poluição de rios”. Faccio completa conscientizando a população a não queimar pneus fora de uso e fala sobre um dado importante: “um pneu costuma demorar mais de 150 anos para se decompor. Por isso, é fundamental investir em sua reciclagem". Só em 2011, 320 mil toneladas de pneus foram recolhidas. Desde 1999, quando o projeto experimental foi implantado, ao todo, 1,95 milhão de toneladas já foram recicladas. Os fabricantes pretendem investir cerca de US$ 41 milhões na logística para recolhimento de pneus.

Pneu verde já está em fase de testes

Já imaginou um pneu que calibra sozinho? Em março deste ano, durante o Salão de Genebra, a Goodyear apresentou ao público a tecnologia AMT (sigla para Air Maintenance Technology ou tecnologia de manutenção do ar, em português). Por meio de uma pequena bomba, o pneu é calibrado automaticamente com o ar gerado a partir do movimento gerado pelo carro.

A Continental, por sua vez, anunciou que está pesquisando uma maneira menos agressiva de extrair o látex, principal componente da borracha usada para a fabricação do pneu. Em parceria com a Universidade de Müster, na Alemanha, a empresa estuda retirar látex da flor dente-de-leão. Ao contrário da seringueira, principal árvore usada para a produção do látex, o dente-de-leão pode liberar a seiva a partir de um ano após seu plantio. O tempo mínimo da seringueira é de cinco anos.

Novidades no segmento

O pneu Energy XM2 na Michelin, lançado neste ano no mercado brasileiro, é um pneu que agrega um composto chamado Micro Adaptive, que se adapta às menores irregularidades do piso e garante mais aderência. A marca também criou a tecnologia IronFlex que, por meio de cabos entrelaçados e uma estrutura flexível, o pneu se adapta aos obstáculos com mais facilidade. A Pirelli é outra marca que lançou recentemente no Brasil a linha Green Performance. São pneus mais leves e que levam tecnologia que reduz a resistência de rolamento e diminui a quantidade de emissão de C02 com o desgaste da borracha.

Como aumentar a vida útil do seu pneu?

- Calibre os pneus ao menos uma vez a cada quinze dias. A calibragem deve seguir as orientações do fabricante, que estão no manual do proprietário, e do número de pessoas ou carga que o carro vai levar;
- Faça o balanceamento e alinhamento das rodas e da direção do carro a cada seis meses para evitar desgaste precoce e irregular;
- O rodízio dos pneus pode ser feito a cada 10 mil quilômetros rodados;
- O uso de pneus com tamanho e dimensões diferentes das recomendadas pelo fabricante pode ocasionar em desgaste da suspensão e perda da estabilidade do carro.
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