A Citroën nunca foi uma marca conhecida por seguir tendências. Foi assim com o DS original da década de 1950, com suspensão hidráulica e volante de raio único, e é o que a montadora resgata com o lançamento do DS5, resposta da Citroën para um mercado premium dominado por carros de origem alemã (leia-se Audi, BMW e Mercedes-Benz). Preço para isso ele tem: R$ 124.900. Para fazer valer seu custo, o modelo tem como principal arma seu design único, misto de hatch, minivan, perua e cupê, ao qual o mercado dá o nome de crossover e, conceitualmente o lançamento se encaixa bem nesta definição. A pretensão de vendas da marca para o DS5 é ousada como seu desenho: 500 unidades por mês.
Com 4,5 m de comprimento, 1,6 m de largura e 1,5 m de largura, o DS5 é grande e, de perfil, lembra mesmo uma perua com sua silhueta alongada. Por dentro, espaço não falta para cinco ocupantes, sendo que todos contam com apoios de cabeça e cinto de segurança de três pontos; a segurança também inclui seis airbags. Oferecido em versão única, com controle de estabilidade, o DS5 conta com 468 litros no porta-malas, acessado por uma porta ao estilo hatchback.
A lista de equipamentos é extensa e traz tela multimídia de sete polegadas com GPS e conectividade via Bluetooth, bancos dianteiros com ajuste elétrico, função memória e massagem para o motorista, teto de vidro panorâmico individual para os passageiros da frente, rodas de 18 polegadas e ar-condicionado de duas zonas com saída para o banco traseiro.
Mecanicamente, o Citroën DS5 é empurrado por um motor 1.6 16V turbo a gasolina capaz de gerar 165 cv de potência. O propulsor é o mesmo já utilizado em modelos da Peugeot, como o 308, 3008 e 408, e da própria Citroën, como o DS3. Para o crossover, o câmbio é automático de seis velocidades com modo manual. Porém, para o condutor fazer as trocas de marcha, é preciso operar a alavanca, uma vez que o carro não dispõe de borboletas atrás do volante para essa função.
Por fora, bela viola. Por dentro...
...Outra bela viola. O interior, assim como o desenho do carro, foi um dos itens que mais mereceram atenção da equipe da Citroën. O resultado desse trabalho é visto nos detalhes, como a terceira janela lateral, feita em policarbonato, uma vez que a superfície era muito complexa para ser coberta por vidro. Chamar sua parte interna de cabine não é nenhum eufemismo, uma vez que a marca se inspirou na aviação. Isso pode ser visto nos botões que remetem a interruptores que estão no console central e no teto, como num avião.
O acabamento não tem falhas e agrada ao toque em todas as superfícies com os quais os passageiros entram em contato. Além disso, há três tetos de vidro panorâmicos separados: um para o motorista, um para o passageiro e um para o banco traseiro. O relógio analógico próximo ao botão de partida completa essa pequena dose charme individual francês que fez sucesso com a linha original do DS.
Na visão da marca, o DS5 precisava ser prático como um hatch, seguro e espaçoso como uma minivan, ter o perfil alongado das peruas e, para completar, proporcionar prazer ao dirigir como um cupê. Com um chassi rígido, o carro encontra seu habitat na estrada em longas viagens, em que o carro se mostra confortável sem comprometer a estabilidade. Porém, o carro ficou devendo apenas um propulsor um pouco mais potente, já que, para o porte do DS5, o motor 1.6 turbo precisa trabalhar duro. Não decepciona, mas também não impressiona nas acelerações.
Para ser considerado um crossover, um carro precisa unir características de ao menos duas carrocerias diferentes. O DS5 quis cumprir quatro, três das quais consegue realizar bem. No mercado que a Citroën pretende vendê-lo, é uma boa opção para quem quer conforto sem abrir mão de um estilo único.
Teste drive a convite da Citroën