O J5 aposta nos compradores de sedãs médios manuais
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Assim como a estrela símbolo da marca, a porta traseira tem um quê de Chrysler - no caso, o antigo Neon
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Interior foi desenhado no Japão
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Ar-condicionado é digital
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Painel traz os quatro mostradores que são padrão: conta-giros, velocímetro, medidor de combustível e temperatura do motor
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Minivan J6 possui medidas similares à do J5
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Capacidade é de cinco pessoas
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Ar-condicionado, ao contrário do J5, é analógico
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Difusor de ar-condicionado traseiro e porta-revistas são essenciais em um carro familiar
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Foi confirmada nesta terça (15) a vinda de mais uma marca chinesa ao Brasil. Representada pela SHC, empresa do ex-presidente da Citroën do Brasil Sérgio Habib, a JAC Motors lançará seus primeiros três modelos no Salão do Automóvel de São Paulo em 2010.
Os primeiros que aportarão no País serão o J3 (hatch e sedã compactos), J5 (sedã médio) e J6 (minivan). Não foram divulgados valores ou detalhes sobre as versões que serão oferecidas, mas, segundo Habib, "os preços ficarão pouco abaixo dos modelos similares já existentes no mercado" - no caso, VW Polo, Toyota Corolla e Citroën Xsara Picasso, respectivamente. A meta da SHC é vender 35 mil carros em 2011, através de uma rede de 50 concessionárias próprias e credenciadas. Os carros terão garantia de três anos.
Maior revendedor Ford do Brasil e futuro importador da Aston Martin, Sérgio Habib afirmou na coletiva que a escolha da JAC se deu por conta da personalidade e qualidade dos produtos da empresa. "Algumas montadoras chinesas fazem cópias descaradas de modelos já existentes, que são mais baratos mas não possuem a qualidade dos originais", afirmou o empresário. Habib havia assinado uma carta de inteções com a BYD, mas acabou desistindo do projeto.
A fabricante é conhecida por fabricar carros idênticos aos seus concorrentes ocidentais. O modelo mais vendido da BYD na China é o F3, cópia do Toyota Corolla da geração anterior. "Teria de vender o F3 com preço inferior a um Corolla usado antigo", explicou Oliver Van Ruymbeke, presidente da SHC.
As previsões da SHC para o Brasil são otimistas, com 5% do mercado brasileiro para as marcas chinesas - atualmente as já consolidadas sul-coreanas Hyundai e Kia possuem 3% das vendas no Brasil. "Tem gente que não quer outro Civic ou outro Corolla. Eles querem é novidade", justificou Habib. O investimento previsto para a instalação da marca no País e importação dos primeiros lotes é de US$ 100 milhões, segundo o empresário.
Mirando mais alto"Não vale a pena trazer modelos de baixo custo da China para o Brasil devido aos gastos com frete e taxas de importação", afirmou Habib antes de apresentar os três primeiros JAC a serem vendidos por aqui. Sem ser possível ver os carros - as primeiras unidades chegam em março ao País para homologação - não é possível saber se o acabamento do J3, J5 e J6 vai condizer com a categoria em que vão competir. Mas os números são atraentes.
Com a missão de concorrer com hatches premium, o J3 virá na configuração sedã e hatchback. Como ele, temos no mercado Citroën C3 e VW Polo - este último também com as duas opções de carroceria. Segundo a fábrica, o J3 é equipado com um motor Mitsubishi 1.3 com 94 cv de potência e 11,6 mkgf de torque. Sem especificar os itens de série, um executivo da empresa afirmou que o J3, assim como os outros dois modelos, virá com airbag duplo e ABS de fábrica.
Com comprimento (4,6 metros), largura (1,76 metros) e entre-eixos (2,71 metros) similares ao Honda Civic e Toyota Corolla, o J5 vai atingir os sedãs médios pelos calcanhares. "Inicialmente traremos o J5 apenas com câmbio manual, pois na faixa de preço em que ele se posicionará a transmissão automática é minoria", disse Habib, indicando que as pretensões de mercado do J5 situam-se na faixa de R$ 55 mil a R$ 66 mil, junto com as versões de entrada (e manuais) dos principais sedãs médios do mercado. O J5 virá com motor 1.8 de 143 cv e 16,8 kgfm de torque.
Com o mesmo motor e entre-eixos do J5, a minivan J6 terá como concorrentes Citroën Xsara Picasso, Chevrolet Zafira e Renault Scénic - o segmento, que inclui modelos mais caros como C4 Picasso e Town & Country, representa 1,1% do mercado nacional. Além do câmbio manual, a J6 tem como desvantagem a capacidade de cinco passageiros, ao contrário da maioria das rivais, capazes de levar até sete pessoas.
No final da apresentação, a conclusão é que se pode prever pouco sobre o desempenho dos carros da JAC no Brasil. Contudo, uma frase que vem sendo repetida exaustivamente há dois anos por diversos executivos foi novamente dita por Sérgio Habib, em tom profético: "Você vai começar a ver carro chinês no Brasil, de um jeito ou de outro."