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Até o renovado Stilo se rendeu ao conforto: acaba de perder o pedal da embreagem

11/03/2008 - Eduardo Hiroshi / Fotos Marcelo Spatafora / Fonte: iCarros

Até o renovado Stilo se rendeu ao conforto: acaba de perder o pedal da embreagem Antes restrita aos sedãs, a transmissão automática é um conforto hoje desejável em outras categorias, incluindo a dos carros esportivos. De acordo com estudo interno da General Motors, 13% dos carros entre 1 e 2 litros são vendidos com o opcional, percentual que sobe para 30% nos veículos acima de 2 litros. No segmento dos hatches médios, apenas o Fiat Stilo não contava com o opcional – que chega agora com a transmissão automatizada Dualogic. E é com este equipamento que o modelo enfrenta dois de seus rivais, o Nissan Tiida, com transmissão automática de quatro velocidades, e o Volkswagen Golf, com a nova caixa de seis marchas. O Stilo recebe a transmissão junto com a sua primeira plástica mais significativa. Ford Focus e Peugeot 307 ficaram de fora porque não oferecem novidades em suas transmissões. E o Vectra GT, lançado no ano passado, ficou de fora porque a unidade disponível na frota de imprensa da GM sofreu acidente e não chegou a tempo de ir para a pista com os rivais. No teste, confrontamos as vantagens do custo-benefício pregadas pela Nissan, a modernidade defendida pela Fiat e a eficiência anunciada pela Volkswagen. Acompanhe o duelo nas próximas páginas. 3º Lugar - Nissan Tiida O Nissan Tiida é uma mistura de estilos. De frente, lembra vagamente o Honda Fit. Atrás, parece o Peugeot 307. A lateral não conversa com a dianteira e nem com a traseira. Em suma, não é um carro que seduz ao primeiro olhar. Mas qualquer má impressão se desfaz ao se entrar no modelo: a avaliação é sempre positiva depois de dirigir o Tiida por algum tempo. Dos três carros deste comparativo, ele é o que tem maior espaço interno e é o que oferece aos passageiros conforto de modelos de categoria superior. Uma grata surpresa, já que ele é derivado de um carro de categoria inferior, o Renault Clio de terceira geração (o brasileiro está na segunda). O Tiida oferece bom nível de acabamento, empatado com o Golf, com materiais de boa qualidade e aparência. A posição de dirigir, intermediária entre a do Fiat (a mais alta de todas) e a do VW (mais baixa), agrada. Os bancos, bastante largos, parecem poltronas. Não são adequados para quem gosta de dirigir esportivamente, pois faltam apoios laterais. Mas o Tiida parece não ter sido feito para ser esportivo. Seu motor, um 1.8 de 124 cv, é o melhor do comparativo. A rigor, seu maior defeito é o fato de não ter versão bicombustível, recurso que se tornou praticamente obrigatório no mercado nacional. O Tiida, vale lembrar, é importado do México e não terá a opção flexível tão cedo, embora a Nissan já tenha cogitado em oferecer o recurso. De resto, muitas vantagens: é o mais potente e tem funcionamento suave e homogêneo. As qualidades se refletiram na pista de testes. O Tiida foi o melhor dos três, atingindo a velocidade máxima de 177,4 km/h, contra 176,7 km/h do Golf e 172,4 km/h do Stilo. Na aceleração de 0 a 100 km/h, nova vitória, com o tempo de 12,2 segundos. O Golf demorou 13,8 segundos. O Stilo, na lanterna, 15,7 segundos. No teste de retomada de 60 km/h a 120 km/h, importante para verificar a capacidade de fazer ultrapassagens, o Tiida ganhou com 14,1 segundos, contra 15,2 do Golf e 16,8 do Stilo. Outra vantagem do Tiida é que seu projeto é o mais moderno de todos. Lançado em 2004 no Japão e em 2006 nos Estados Unidos, ele chegou ao Brasil em julho do ano passado. Além disso, o carro tem garantia de dois anos, enquanto o Stilo e o Golf oferecem só um (embora a Volks dê três anos de cobertura para motor e câmbio). Ganha pontos por oferecer, na versão top de linha, os air bags e os freios ABS de série, itens que são opcionais em seus rivais. Seu câmbio, de quatro marchas, é produzido pela própria Nissan no Japão e funciona razoavelmente. É ágil, escolhe rapidamente as marchas e dá poucos trancos, mas costuma se confundir em várias situações. Subidas de serra, por exemplo, são um desafio, pois o sistema passa a procurar as marchas e perde muito tempo com isso. Na análise individual das caixas, fica em terceiro, atrás da Dualogic do Stilo e da AG6 Tiptronic do Golf. Em outros países onde é vendido, o Tiida pode ser equipado com transmissão CVT (continuamente variável). Se o Tiida é o mais espaçoso e o de melhor desempenho, por que ficou em terceiro? Por vários motivos. Ele não dá prazer ao dirigir. É um carro excessivamente suave, com direção leve demais. Tem alma e comportamento de minivan. Não é, necessariamente, uma má escolha, mas esse tipo de acerto não combina com a proposta do veículo. Além disso, a Nissan ainda padece por ser recém-chegada e não conta com uma boa estrutura de assistência técnica. Por fim, é o modelo com as peças mais caras. 2ºLugar - Fiat Stilo Depois de cinco anos de mercado, o Stilo passa pela primeira cirurgia estética – na verdade um leve banho de loja para se manter vivo até a chegada do sucessor, o Bravo, em 2009. As sutis mudanças poderiam passar por uma oferta de kit de personalização, desses que se encontram em lojas de acessórios e confirmam que a Fiat não deve investir mais em seu único hatch médio. As modificações ajudam a dar aparência mais agressiva ao modelo, mas em alguns detalhes a marca não foi feliz: os apliques na parte inferior do pára-choque traseiro imitando ponteiras de escapamento têm gosto duvidoso. E os repetidores das setas nos espelhos externos parecem exagerados para o tamanho reduzido das carcaças. Se a plástica se resume à perfumaria, a oferta do câmbio automatizado (que a marca chama de ‘automático’) é um item importante. O Stilo, único carro do segmento que só tinha a opção de câmbio manual, passa a contar com sistema Dualogic desenvolvido em parceria com a Magneti Marelli e disponível apenas para as versões 1.8 e 1.8 Sporting. É uma tecnologia parecida com aquela que estreou no ano passado com a Chevrolet Meriva Easytronic. Como a solução é recente no Brasil, ainda tem espaço para evoluir – no caso da Fiat, já deverá estar melhor aperfeiçoada quando passar a equipar o Linea, previsto para o fim deste semestre. A marca associa a transmissão à imagem da Ferrari de Fórmula 1. Mas não é exatamente isso que a nova transmissão oferece. Especialmente porque está acoplada a um motor ultrapassado. A caixa Dualogic, maior destaque do carro, dá pequenos trancos nas passagens de marchas e não colabora numa tocada mais vigorosa. Saídas em ladeiras exigem que o motorista pise fundo no acelerador, e o câmbio, em algumas situações, caça marchas como o Tiida. Para uma condução mais confortável, há alguns macetes: ao perceber que o carro vai trocar de marcha, o ideal é tirar o pé do acelerador, como se houvesse pedal de embreagem e, na hora de pisar fundo, usar o modo manual. O Stilo é o único dos três com motor flex. O problema é que o 1.8, com suas bielas curtas, é áspero. Parece um típico motor norte-americano: bom nas arrancadas, mas sem fôlego em médias e altas rotações. Não tem funcionamento homogêneo. Se não fosse pela questão do espaço, que é inferior ao do Tiida, o Stilo venceria no quesito vida a bordo. Ele oferece vários mimos ao motorista e aos passageiros, como a direção elétrica com assistência variável, que deixa o volante 50% mais leve abaixo de 36 km/h, o enorme teto solar batizado (adequadamente) de Sky Window, o ar-condicionado de duas zonas, entre outros. Mas tudo isso é opcional, encarecendo o veículo. No entanto, olhando sob outro ponto de vista, pode-se dizer que o Stilo é o carro que mais permite combinações de equipamentos, permitindo ao seu dono personalizá-lo. De fato, nenhum dos seus rivais oferece os mesmos itens na lista de equipamentos. O Stilo abre boa vantagem na relação custo-benefício, item fundamental para que ficasse em segundo neste comparativo. Sua caixa Dualogic é a mais barata do trio: R$ 2.490, contra R$ 4.015 cobrados pela Nissan e R$ 5.550 a mais praticados pela Volkswagen. Além disso, seu pacote de peças também é o mais barato (R$ 1.673, contra R$ 2.500 do Golf e impraticáveis R$ 3.393 do Tiida), assim como o preço do seguro – que foi cotado tendo como base o modelo 2007. 1º Lugar - Volkswagen Golf 2.0 Sim, o Golf tem alguns problemas. É o modelo de projeto mais antigo (foi lançado na Europa em 1998 e chegou ao Brasil um ano depois) e uma das conseqüências da idade é o mau aproveitamento do espaço interno: a cabine é acanhada, especialmente para os passageiros do banco traseiro. A última reforma estética, feita no começo do ano passado, foi criticada pelos fãs do modelo que esperavam aqui algo similar ao Golf geração 5 alemão. A plástica, muito festejada pela fábrica, acabou não agradando aos compradores do modelo: falta proporção entre a dianteira e a lateral da carroceria que se manteve praticamente inalterada. As lanternas traseiras também não combinam com o conjunto. A se destacar no desenho, resta a bela coluna traseira, uma das marcas registradas do modelo. Ainda assim, é o que tem desenho mais agradável entre os três. É um carro caro – e seu calcanhar de Aquiles é o alto preço do seguro, fenômeno que inibe possíveis compradores. O motor 2.0 é antiquado. Embora pertença à família EA, é um descendente direto do velho AP de dois litros usado no Santana. Isso se reflete na baixa potência para um engenho 2.0 (apenas 116 cv). Os números comprovam: a potência específica (proporcional à cilindrada) é de 58,6 cv/litro, contra 63,4 cv/l do Stilo e 68,9 cv/l do Tiida. Aqui, ele só leva vantagem na rotação de torque máximo – 2.400 rpm. Mas o Golf também tem qualidades. É o que melhor trata o motorista e tem um ingrediente apreciado pelos compradores de hatches médios: a esportividade. Nesse item, o Golf é um dos modelos mais divertidos que o dinheiro pode comprar. E esportividade pode ser traduzida de várias formas: na melhor posição ao volante, na melhor estabilidade, no melhor acerto de suspensão, entre outros itens. O câmbio automático de seis marchas com seletor para trocas manuais, fabricado pela japonesa Aisin, é o melhor dos três carros avaliados. Embora caro, está à frente. Para eliminar as perdas mecânicas, todas as marchas, exceto a primeira, possuem sistema de bloqueio. E, o melhor de tudo, as trocas são muito rápidas e eficientes. Deixa poucas saudades do câmbio manual. No fim das contas, fica a sensação de que o câmbio, do ponto de vista técnico, é bem superior ao motor a que ele está acoplado. Uma pena que a Volkswagen não tenha nada mais moderno para oferecer nesta categoria. Se o Golf for o seu carro, há um pênalti para bater: nessa configuração, o modelo fica devendo o motor bicombustível – e a própria fábrica já anunciou que está desenvolvendo uma versão de dois litros flex para este ano. Espere mais alguns meses antes de comprar. Se não tiver paciência para aguardar até lá, leve o Stilo, caso queira um modelo high-tech, ou o Tiida, se preferir um hatch rápido, mas com alma de minivan.
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