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Freelander 2, o Land Rover que não gosta de lama

Segunda geração do modelo esbanja tecnologia e conforto, mas gerenciamento eletrônico dos sistemas tornam o veículo mais vulnerável para uso off road

16/05/2007 - Por Ricardo Panessa; fotos Divulgação / Fonte: iCarros

A Land Rover orgulha-se de ser a única montadora do mundo a produzir exclusivamente veículos com tração nas quatro rodas. A fama de desbravadores conquistada pelos seus veículos desde 1948, quando apresentou a primeira versão do atual jipe Defender no Salão de Amsterdã, na Holanda, deve-se principalmente ao excepcional desempenho fora de estrada proporcionado por esse modelo nos quatro cantos do planeta. Mas até mesmo a sisuda montadora britânica, adquirida posteriormente pela BMW e Ford, teve que dobrar-se às benesses da tecnologia e, desde o lançamento dos demais modelos da marca –Range Rover, em 1970; Discovery, em 1989; e Freelander, em 1997-, vem reforçando a imagem de robustez e alta performance de seus veículos, especialmente no fora de estrada, porém seguindo a tendência mundial de tornar os modelos 4x4 mais confortáveis, eficientes e fáceis de dirigir, como os automóveis comuns, incorporando um volume cada vez maior de eletrônica embarcada. O Freelander 2, o ´baby` da Land Rover que acaba de chegar ao Brasil, cumpre bem esse papel. Compacto, moderno, confortável e eficiente como um automóvel Premiun, oferece como diferencial um sofisticado sistema de gerenciamento eletrônico chamado Terrain Response. Esse mecanismo, baseado na leitura de sensores, coordena e adapta o funcionamento e as respostas do motor, transmissão e demais sistemas auxiliares como DSC (Controle de Distribuição de Torque), ABS (Controle Eletrônico de Tração e Freios), HDC (Controle de Descida de Declives), e RSC (Sistema de Estabilidade Dinâmica), além de gerenciar também as configurações do acoplamento central. Funcionando em conjunto, esses recursos eletrônicos otimizam o desempenho do Freelander 2 de um modo geral, e especialmente em algumas condições específicas, como lama, areia, grama, neve ou asfalto. Ao simples girar de um botão no console central, o sistema adapta as reações do veículo de acordo com as condições do piso. Porém, se algum desses sistemas integrados sofre pane, os demais também deixam de funcionar. Isso foi o que aconteceu durante o teste-drive de lançamento do modelo, semana passada em Porto de Galinhas, próximo a Recife, PE, através de trilhas fáceis até mesmo para veículos 4x2. Havia uma poça d´água no caminho... Seguindo lentamente em comboio através de estradas secundárias e trilhas de terra próximas ao mar, o máximo que o Freelander teve que enfrentar de dificuldades durante o trajeto foram algumas poças d´água e um pequeno trecho de cerca de 100 metros de areião na praia. Nada que pudesse parar qualquer veículo, muito menos um Land Rover. A não ser, é claro, que surgisse algum problema... E o problema surgiu. Com menos de 50 quilômetros de trilha, o painel do meu Freelander já tinha enlouquecido; algumas luzes-espia acesas no painel indicavam que algo não estava bem, embora o veículo continuasse rodando normalmente. Apenas na hora de selecionar o modo ´areia` é que o sofisticado (e aparentemente delicado) sistema Terrain Response avisou: ´não estou funcionando´! Nada muito assustador, pois o veículo continuava operante, inclusive distribuindo a tração 4x4 de acordo a solicitação. Mas os recursos ultra-modernos de controle de descida, de frenagem, de distribuição de torque e de estabilidade dinâmica deixaram de funcionar. Depois de algumas horas de checagem por parte da equipe técnica, o problema foi resolvido. Segundo os engenheiros da Land Rover que acompanharam o evento, a pane foi ocasionada por um pedaço de pau submerso que atingiu o cabo do sensor do sistema de freios ABS. Nada grave como pane em si, mas decepcionante para um veículo com proposta multiuso, que deveria ter seus sistemas de gerenciamento eletrônico melhor protegidos, pelo menos contra as vicissitudes de um caminho de terra normal. Melhor no asfalto do que na terra O novo motor a gasolina de 3.2 litros, seis cilindros em linha, 24 válvulas, instalado transversalmente, que equipa o Freelander 2 é um dos pontos fortes do modelo. Desenvolvido pela Volvo Automóveis, outra integrante do Premier Automotive Group, grupo de marcas Premium da Ford do qual também faz parte a Land Rover, esse propulsor tem dimensões compactas e desenvolve 233 cavalos de potência a 6300 rpm e torque de 317 Nm a 3200 rpm. O sistema de gestão do motor, eletrônico, é claro, decide qual o perfil de comando de válvulas é o mais adequado para cada situação. Um perfil é ideal para regimes de alta rotação , e o outro para baixas rotações, resultando na disponibilização de 80% do torque máximo entre 1.500 e 6.250 rpm. Funcionando em conjunto com uma caixa de câmbio automática de seis velocidades, com modo seqüencial Command Shift, o motor gira macio e silenciosamente, respondendo com prontidão ao pedal do acelerador, tornando a condução do Freelander no asfalto extremamente prazerosa. Segundo a fábrica, o modelo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e atingir velocidade máxima de 200 km/h. O consumo, 10% inferior à versão anterior, é de 8,9 km/litro em média. Assim, enquanto o piso da estrada é bom, o Freelander 2 dá show de desempenho. Embora a Land Rover divulgue que as suspensões independentes do modelo sejam mais macias que as da concorrência, na prática, quando acaba o asfalto, o que se notou é exatamente o contrário. A impressão obtida durante o teste-drive é de que os amortecedores estão atuando sob carga máxima, deixando o carro muito duro sobre pisos irregulares. Mesmo com molas helicoidais nas quatro rodas e barras estabilizadoras nos dois eixos, o Freelander em nada lembrou as maravilhosas suspensões de longo curso do Defender e Discovery, deixando esvair durante o trecho de terra, todo o prazer obtido durante a condução no asfalto. Algo um tanto frustrante para quem já ´saboreou` conduzir os tradicionais Land Rover e suas insuperáveis suspensões. Mini Range Rover Em aparência, o Freelander 2 fatalmente é comparado à uma versão compacta do Range Rover, o top de linha 4x4 mais cobiçado pelos ricos e famosos que apreciam investidas off road. Mas traz também inspiração visual do Discovery 3, do qual herdou a forma atual, as linhas arrojadas da coluna traseira e a simplicidade do desenho. Do Range Rover, surgiu a fluidez das linhas, que se concentram no porta-malas e a imponência em sua altura e robustez. O design geral do veículo ficou mais simples, mais luxuoso e mais atraente. As colunas A, mais estreitas, contribuem para melhor visibilidade. As elevações laterais do capô auxiliam o condutor a dirigir com mais precisão tanto em estradas quanto fora delas. Sua altura elevada do solo também contribui para uma melhor performance off road. Internamente, os ícones de conforto e requinte presentes nos outros modelos da marca também se encontram no Freelander 2. A qualidade e o acabamento foram melhorados, com a utilização de materiais nobres. O revestimento dos bancos e tapetes são de alta qualidade, e junto com os detalhes metálicos e os itens em madeira nobre, completam o acabamento de luxo. Os instrumentos são de fácil leitura e bem organizados, de acordo com sua função. Os visores de velocidade, conta-giros e nível do tanque de combustível são do tipo analógico, em forma circular, e ficam posicionados bem à frente do motorista. O console central do inclui porta-copos, diversos porta objetos, com um grande porta-luvas, e bolsões nas portas dianteiras e traseiras, além de suportes para garrafas de até um litro. O porta-malas, com capacidade para 755 litros, é um dos maiores no segmento. Com os bancos rebatidos, essa capacidade pode chegar até a 1670 litros. A altura elevada do piso facilita o acesso até mesmo ao fundo do compartimento de bagagens. O Freelander 2 está disponível na rede de 24 concessionárias da marca, nas versões S (a partir de R$ 132 mil), SE (a partir de R$ 145 mil), e HSE (a partir de R$ 169 mil), com diversos catálogos de cores, acessórios e equipamentos. A Land Rover oferece garantia de 36 meses ou 100 mil quilômetros para o modelo.
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