Logo na tampa traseira
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Rádio AM/FM e CD player
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Os japoneses e a sua engenharia reversa conquistaram uma grande fatia, ou seria melhor dizer uma enorme fatia, do polpudo mercado norte-americano de automóveis. Mas, eles tiveram ajuda dos árabes, que lá na década de sessenta no finalzinho dela começaram a fazer o preço do petróleo subir de forma desenfreada. Isso não desmerece a engenharia de olhinhos puxados, pelo contrário. Foi a eficiência dos japoneses que provocou a maior parte dos efeitos que vivemos, hoje, quarenta anos depois: carros mais potentes, motores muito mais eficientes e motoristas sorridentes.
A eficiência e as soluções mecânicas, em sua maioria não foram criadas pelos japoneses isso é mais coisa de engenheiro alemão, projetista inglês ou de mentes brilhantes nascidas do lado errado do mundo, a antiga cortina de ferro , mas eles os aperfeiçoaram e os tornaram, graças à produção em larga escala, compatível com nossos bolsos etc. Mas, enfim, em um carro japonês nós conseguimos enxergar traços americanos e europeus misturados; engenharia mecânica eficiente, habitáculos que privilegiam as boas acomodações e plataformas sempre azeitadas. Uma receita que tem obtido sucesso nos mercados onde é oferecida.
Aqui no Brasil, a coisa não é diferente. Os japoneses chegaram sem fazer grande alarde, mantiveram uma postura comedida, mas com bons produtos e preços razoáveis conquistaram espaço no mercado. Eles não lideram ou aparecem com presença expressiva no ranking das montadoras, mas já tomaram conta do gosto do consumidor brasileiro de classe média.
A Honda, estabelecida no Brasil há mais tempo como fabricante de motocicletas segmento dos transportes onde é líder absoluta , fez bonito com o Civic desde que o colocou por aqui e está repetindo a receita com o Fit. Aliás, o melhor do Fit é seu nome. Em inglês to fit ou fit significa ajustado, de bom tamanho, na medida certa. Mas, uma coisa é incrível! Na Europa, onde é líder de segmento, referencial para outras montadoras e onde o termo Fit seria mais bem compreendido, ele se chama Jazz. Bom, isso prova que o carro é bem ajustado seja qual for seu nome.
A versão EX, avaliada aqui, é a mais recente e vem equipada com uma solução tradicional de engenharia que é muito mais americana do que européia ou japonesa: maior capacidade cúbica. A Honda trouxe um novo motor, mais eficiente (70 cv/l do 1.5 VTEC contra 57,14 cv/l do 1.4 i-DSI) e com potência e torque máximos em uma situação geográfica sobre o conta-giros mais favorável, espaçados por apenas 1000 rpm.
O câmbio que a nossa versão de avaliação usava é o mais solicitado pelos consumidores brasileiros que aprenderam a apreciar as comodidades do CVT (caixa de velocidades continuamente variáveis). Mas, é importante frisar que este câmbio ganhou viço com a adoção do novo motor.
Entre as boas coisas o chassis ainda é o que fala mais alto: a plataforma muito rígida, com a coluna A bem avançada e a solução de alojar o tanque de combustível sob os bancos dianteiros bom para a amarração da carroçaria e para a distribuição de peso, principalmente com o carro vazio e tanque pela metade. A direção com assistência elétrica é absolutamente precisa tanto em velocidade quanto em manobras de garagem e a suspensões dianteira e traseira se destacam por trabalhar em freqüência quase uníssona. Somamos a estas qualidades o perfil de trabalho do novo motor VTEC 1.5 litros: equilibrado, com boas respostas em rotações intermediárias e bastante econômico. Totalmente em alumínio, ele soma pouco peso à estrutura e, por ser bem mais eficiente que a versão 1.4 litros, assegura uma boa relação peso/potência, coisa que percebemos andando com o carro tanto em estradas quanto pelas ruas da cidade.
É interessante, contudo, podermos elogiar o nível de ruídos na cabina quando guiando de forma mais esportiva. A engenharia da marca segue à risca alguns conceitos, às vezes, pouco compreendidos, como a redução de peso a custa de se suprimir algum isolamento acústico do cofre do motor. Collin Chapman, o homem da Lotus, aplaudiria isso e João Amaral Gurgel, que gostava de dizer O que um carro não tem não quebra e um dos poucos brasileiros a ousar produzir automóveis por estas bandas, assinaria em baixo.
Ao volante a sensação é de estarmos guiando um monovolume mais baixo. As portas são finas, mas isso não determina serem frágeis, o que se percebe claramente quando as fechamos: o som do fechamento é abafado e as frestas nas junções, tanto internas quanto externas, são mínimas.
Rodamos mais de 2.800 km com o Fit EX e duas coisas, entre os trechos de estrada e urbanos por onde andamos, ficaram muito evidentes: o conforto para os passageiros do banco traseiro e o reduzido consumo de combustível. O pedal do freio, que deveria seguir os padrões americanos grande e deslocado para a esquerda , ao contrário, é pequeno e pouco confortável para os que gostam de usar o pé esquerdo quando guiando com câmbio CVT.
Respostas firmes tanto nas partidas quanto em retomadas e a possibilidade de se guiar de várias formas diferentes tornam este Honda um carro bom para o chefe de família que não precise de muito espaço para as bagagens do fim-de-semana (porta-malas com 353 litros até a tampa) , que, às vezes, guia de forma mais esportiva. Mas, ele também é bom para a mulher que vai ao Supermercado ou Shopping e pode rebater o encosto traseiro até conseguir abrigar 1.321 litros em compras. Ufa!
O EX possui duplo airbag frontal, cintos de três pontos para quatro dos cinco ocupantes o central traseiro é abdominal , ABS e EBD sob o sistema de freios.
Internamente o EX conta com amenidades como ar condicionado, sistema de áudio com rádio AM/FM e CD player, ponto de força para 12 volts no console, ajuste de altura para o banco do motorista e volante de couro. Porta-trecos diversos também compõem o habitáculo.
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