05/07/2019 - João Brigato / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Os anos 1990 e começo dos 2000 foram difíceis para a Porsche. A marca quase foi a falência e estava bem mal financeiramente. O sucesso do Boxster ainda não era suficiente para colocar dinheiro em caixa e desenvolver as novas gerações de seus esportivos.
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Foi aí que uma genial cartada foi dada pela marca alemã: por que não fazer um SUV de luxo que anda como um Porsche? Nascia em 2002 o Cayenne, o carro que mudaria para sempre a história da marca e de toda indústria do automóvel. Muitos puristas acharam que a marca estava louca de lançar um SUV. Mas sempre que você babar em um 911 na rua, agradeça ao Cayenne.
Lado Porsche
A evolução do Cayenne a cada geração é nítida, e nessa que é sua terceira, atingiu o estado de arte. Ele consegue equilibrar muito bem seu lado SUV e seu lado Porsche: basta um toque de um botão ou dois para que ele assuma cada uma de suas personalidades. Mesmo nessa versão de entrada sem nome de R$ 423.000, consegue honrar ambos os lados.
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Debaixo do capô reside um motor 3.0 V6 de 340 cv e 45,9 kgfm de torque. Forte e elástico, da conta das mais de duas toneladas do Cayenne com sobra. Com o 0 a 100 km/h cumpridos em 5,6 segundos (ou 5,9 sem o pacote Sport Chrono), ele é capaz de grudar as costas dos cinco ocupantes com tanta força que vai achar mais divertido que uma montanha russa.
Esse efeito é multiplicado pelo controle de largada, uma das especialidades da Porsche, acionado junto ao modo Sport Response. Nessa configuração, o Cayenne usa o máximo de sua força por 20 segundos como se gritasse a você: “eu sou sim um Porsche”. Não é um SUV que anda como um superesportivo, isso é tarefa do Cayenne Turbo, mas não falta força ali.
Com suspensão a ar ajustável eletronicamente, o Cayenne se transforma ao toque de um botão. Andei a maior parte do teste com a suspensão em modo intermediário de firmeza, que permitia abusar mais nas curvas fortes sem o SUV pender para os lados, mas ainda com conforto suficiente para passar por buracos com tranquilidade.
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Com o Cayenne no modo mais baixo e mais duro de suspensão, ele não parece ter os 4,91 m de comprimento, 2,19 m de largura e 1,69 m de altura que ostenta. O grandalhão ganha agilidade e contorna curvas como um bom hatch médio. A direção em modo Sport fica mais direta e um poquinho mais leve, ajudando no dinamismo.
Lado SUV
Mas se tanta esportividade não é muito sua praia, o Cayenne também sabe ser um SUV comportado. Basta coloca-lo em modo normal para que as coisas fiquem um pouco mais serenas. A direção fica mais pesada e lenta, deixando mais claras suas proporções e tamanho. A suspensão em modo macio deixa nítida a transferência de massa em curvas mais fortes.
O que contribui para a suavidade do Cayenne é a transmissão automática de oito marchas Tiptronic. As trocas são totalmente imperceptíveis em modo normal, deixando sempre a rotação baixa para economizar combustível. Outro recurso ecologicamente correto é o start-stop, capaz de desligar o V6 quando o Cayenne está a menos de 6 km/h. A suavidade do sistema é digna de elogios.
Outro ponto SUV do Cayenne é seu espaço interno. Ele é simplesmente gigantesco. Mesmo uma pessoa de grande porte como eu, que tenho 1,87 m de altura, consegue sentar atrás de um motorista igualmente alto e ainda sobrar uma boa dose de espaço. O porta-malas também é enorme, levando 770 litros de bagagem.
A cabine esmerada tem estilo moderno e materiais de qualidade. Vistoso, o console central de plástico brilhante concentra todos os comandos físicos do Cayenne. A visão não é tão boa e alguns comandos ficam escondidos pela manopla de câmbio, requerendo certo costume.
Em telas, o Cayenne é bem servido. Tem uma ótima central multimídia, com visor grande e definição excelente. Com respostas rápidas e menus claros, ela carece apenas de Android Auto, oferecendo apenas Apple CarPlay. Há também duas pequenas telas ao lado do conta-giros, sendo totalmente configuráveis.
Conclusão
A importância do Cayenne para a história do automóvel é gigantesca. Ele salvou a Porsche, fez com que muitas marcas percebessem que os SUVs combinam com esportividade e luxo. Por causa dele, tantos rivais surgiram e a Porsche fez mais SUVs, como o Macan, e tantos outros esportivos incríveis.
Ser o grande campeão de vendas da Porsche por tantos anos e por três gerações não é nada fácil. Mas ele tem seus méritos. É bom de dirigir como um Porsche tem que ser e é um SUV robusto, confortável e luxuoso como você espera dos seus R$ 423 mil. Por permitir que a Porsche continue a fazer esportivos insanos e por ser também um bom carro, meu muito obrigado a você Cayenne por existir.
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