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Test-drive do VW Nivus, o irmão do meio

Mais alto que um hatch, mais baixo que um SUV clássico, modelo combina ingredientes da família VW em receita diferente

14/04/2021 - Henrique Koifman / Foto: Henrique Koifman / Fonte: iCarros

Acelerando sua participação no segmento dos utilitários esportivos compactos, a Volkswagen, que já tinha abocanhado uma boa fatia do mercado com o seu T-Cross, lançou no ano passado o Nivus.

Mecanicamente igual às versões mais vendidas do irmão “quadradinho” – e, também, do hatch polo, do qual os dois derivam, será que o novo carro tem alguma personalidade própria?

Foi com essa pergunta – e alguma curiosidade – que partimos para o nosso test-drive de uma semana com o modelo em sua versão mais sofisticada, a Highline. 

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Primeiro, por fora

Comecemos por fora, afinal, embora não se deva julgar um livro pela capa, a primeira impressão é a que fica – e juro parar por aqui com os clichês. Aqui, sem dúvida, o modelo se destaca do resto da família, com linhas diferentes, que combinam o estilo aventureiro dos SUVs com pitadas de arrojo dos cupês esportivos.

Embora tenha sido lançado em meados do ano passado e com bons números de venda, o Nivus ainda não é muito comum nas ruas e continua chamando a atenção por onde passa, especialmente nesse Vermelho Sunset que vestia o nosso exemplar.

Mas os atributos vão além da simples novidade: suas linhas são realmente harmoniosas, com ingredientes de design que costumam agradar, como rodas grandes (17”, com efeito aumentado pela moldura em plástico dos para-lamas, que funcionam como a maquiagem que elas usam em torno dos olhos) e a traseira com declive suave – principal marca do estilo cupê.

Reforçam esse arsenal estético o conjunto ótico afilado, equipado com lâmpadas de LED, tanto nos faróis propriamente ditos, quanto nas chamadas luzes de posição ou assinaturas, a grade frontal larga e com detalhes que simulam partes metálicas e um perfil que dá a impressão de a traseira ser mais alta que a dianteira, passando uma “pose” agressiva.

E, lá atrás, há um aerofólio e as lanternas, também em LED, se integram em uma grande barra fumê, como em outros modelos mais recentes da marca e nos SUVs da “co-irmã” Porsche. Bacana.

O interessante é que o carro mantém muitos ingredientes da tal “identidade de marca” – que costuma fazer com que modelos diferentes de uma mesma montadora acabem até sendo confundidos uns com os outros nas ruas –, mas que, nele, parecem ter sido combinados de uma forma diferente, criando – começando a responder a pergunta da abertura – uma personalidade bem sua.

Nem lá, nem cá

Um dos traços dessa personalidade é que Nivus não é tão alto quanto um SUV “normal” – como seu irmão mais quadrado, o T-Cross –, mas, ao mesmo tempo, não é tão baixo quanto um hatch compacto – como seu primo, o Polo Hatch. Todos eles e mais o sedã Virtus, aliás, compartilham a mesma plataforma, chamada MBQ A0.

Na prática, além do estilo, esse “meio-termo” acaba fazendo, também, muito bem à dirigibilidade do Nivus. Mais baixo – ou menos alto, você escolhe –, ele mostra um comportamento mais próximo ao de um carro de passeio comum, o que acaba até combinando mais com as tais linhas esportivas.

E isso você percebe, por exemplo, ao fazer uma curva mais fechada, como num retorno em uma via expressa ou em outra manobra mais brusca, ou mesmo ao dobrar uma esquina. Carros mais altos tendem a oscilar mais ou, no mínimo, passar uma sensação de transferência de peso, enquanto os mais baixos costumam ter um comportamento mais neutro.

O Nivus vai mais por esse segundo caminho. A suspensão é, ao mesmo tempo, macia o suficiente para absorver bem boa parte das imperfeições do asfalto, justa o bastante para manter as rodas coladinhas ao chão, com uma pequena tendência a sair de frente em casos mais extremos. Nada que uma pequena aliviada no acelerador não resolva no ato.

Segurança tecnológica

A tranquilidade, claro, é reforçada pelos controles eletrônicos de estabilidade e de tração e assistência de frenagem, que funcionam como anjos da guarda tecnológicos em momentos de aperto (embora não façam milagres, que fique claro). Com discos nas quatro rodas, aliás, os freios foram uma das coisas que melhor me impressionaram no carro.

O pacote de segurança high-tech inclui ainda alguns recursos de direção semiautônoma, como frenagem automática de emergência em iminência de colisão, ativação de freios também automática depois de uma colisão (para que uma batida não se transforme em várias), ACC (piloto automático adaptativo, que mantém a distância em relação ao carro da frente, reduzindo e acelerando quando necessário) e seis airbags. Tudo de série nesta versão.

Em marcha

Durante nossa avaliação, andei a maior parte do tempo em trânsito urbano e percorri um trecho de uns 100 km de vias expressas e rodovias. No dia a dia, somente comigo, ou com quatro adultos a bordo, o Nivus se mostrou confortável e silencioso e prático.

Se seu motor 1.0 Tsi de 128 cv de potência e 20,4 kgfm de torque dá conta do recado até com alguma sobra. Embora não permita grandes arroubos esportivos – a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em comportados 10 segundos –, não nega força em retomadas, subidas de serra ou ultrapassagens.

O motor é o mesmo que equipa versões de Polo, Virtus, T-Cross e, também o UP! (embora ligeiramente mais fraco), tem três cilindros, é turbo e entrega praticamente todo o torque logo nas rotações mais baixas. Isso quer dizer que, na prática, basta você acelerar um pouquinho para obter a força necessária para 90% de suas necessidades.

O câmbio automático de seis velocidades tem um papel decisivo nessa performance. Ele tem um comportamento, digamos, sereno e, mesmo na posição “S” – que retarda a troca de marchas, fazendo o motor girar um pouco mais alto – gerencia a força com mais foco no conforto que na emoção.

Principalmente nos momentos de arrancada ou retomada, há também uma ligeira demora (de fração de segundos) entre os movimentos de seu pé direito e os das rodas. Nada que chegue a incomodar muito. Juntando a isso uma boa posição de dirigir (outro mérito da “meia altura” do modelo), o Nivus é um carro gostoso de dirigir e que não cansa o motorista.

Tamanho de SUV, conforto de hatch

Não pude testar seu porta-malas de 415 litros – com a pandemia, estou fazendo as compras de casa virtualmente, com entrega –, mas dá para perceber que ele é um bom coadjuvante para uma ida ao supermercado ou a um fim de semana fora.

Em termos de espaço interno para os passageiros, no entanto, não há abundância. Com a mesmíssima distância entre-eixos do hatch Polo, esse SUV ofereceu acomodação para quatro adultos conviverem sem briga durante o passeio. Mas, para isso, este motorista de 1,87m aqui teve de chegar seu banco um pouquinho mais para frente que o habitual.

Além do espaço em si, todo o interior do Nivus é virtualmente igual ao do Polo, incluindo painéis, acabamentos etc. As próprias portas – todas as quatro – são comuns aos dois modelos, favorecendo a economia de escala. Como o T-Cross tem como origem o sedã Virtus, mais comprido, oferece mais espaço para as pernas dos habitantes do banco de trás.

E esse pacote faz com que o SUV cupê, tal como o hacth, combine um acabamento e uma montagem bem caprichados e de bom gosto com um verdadeiro festival de plásticos duros texturizados, aplicados em todos os painéis. Acolchoamento somente em parte das alças internas das portas dianteiras, nada mais.

Hightech

Além do estilo e do porte, porém, o que mais difere o Nivus de seus parentes próximos, os já mencionados Polo, Virtus e T-Cross, é o pacote tecnológico. Dele fazem parte os recursos de segurança que já listamos e itens de série como a multimídia com tela de 10,1 polegadas que, além do que já vem com o carro, permitirá que se baixe novos aplicativos que serão lançados.

Com o novo sistema, chamado VW Play, o distinto proprietário do carro poderá, por comando de voz, tirar dúvidas sobre o carro, consultar o Google e até encomendar – futuramente – uma pizza. Desde que conecte o carro ao seu smartphone, pois não há chip de telefonia residente no Nivus.

Se isso nem faz lá tanta falta, mais uma ou duas portas USB para ligar ou carregar celulares e outros gadgets seriam bem-vindas. Há apenas uma porta no console central da frente e outra sob a saída do ar-condicionado diante do banco de trás. Se for viajar com duas crianças ali, prepare-se.

Vamos à ficha técnica do modelo (dados da montadora):

Motor

Dianteiro, transversal, três cilindros em linha, 1.0, 12V, turbo, injeção direta, flex

Potência: 116 cv (gasolina) / 128 cv (etanol) a 5.500 rpm

Torque: 20,4 kgfm (gasolina/etanol) a 2.000 rpm

Câmbio

Automático, seis marchas (com opção de troca manual por borboletas no volante)

Tração dianteira

Direção

Elétrica com 10,9m de diâmetro de giro (espaço necessário para fazer uma volta completa).

Suspensão

Independente, McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira

Freios

Discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira

Pneus

205/55 R17

Dimensões

Comprimento: 4,27 m

Largura: 1,75 m

Altura: 1,49 m

Entre-eixos: 2,566 m

Capacidades

Tanque - 55 litros

Porta-malas - 415 litros

Peso

1.199 kg

Preço da versão Highline: R$ 105.840

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