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VW T-Cross Comfortline: o potencial novo líder | Avaliação

A categoria de SUVs compactos nunca foi fácil, e com o T-Cross a VW promete engrossar o caldo

30/04/2019 - João Brigato / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Foi-se o tempo em que a vida dos SUVs no Brasil era fácil. O EcoSport reinou por muitos anos, tendo larga vantagem perante os rivais que, em sua maioria, eram importados. Foi Honda HR-V, Jeep Renegade, Nissan Kicks e Hyundai Creta chegarem para a festa do EcoSport acabar e transformar a categoria de SUVs compactos em uma das mais disputadas do mercado brasileiro.

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Não há como negar que a Volkswagen está atrasada para a festa. Enquanto os queridinhos do mercado estão se renovado, a alemã chega com o inédito T-Cross. Lançado simultaneamente no Brasil, China e Europa, o SUV compacto da Volks tem como objetivo ser um dos modelos mais vendidos da categoria. Mas será que potencial para isso ele tem? Avaliamos a versão Comfortline 200 TSI de R$ 99.990 que deve ser a mais vendida.

Quem chega por último

Diferentemente de você que quando era criança seria a mulher do padre ao chegar por último, quem faz isso no mercado automotivo tem certas vantagens e desvantagens. Observar os rivais e compreender onde eles acertam e erram foi o mote da Volkswagen para fazer o T-Cross. O revés disso é ter perdido uma boa quantidade de vendas e ter de construir a fama de um novo produto em um mercado recheado de nomes de peso.

No caso do T-Cross, a Volkswagen tratou de esticar o modelo para o mercado brasileiro e chinês. Dar um visual mais robusto por aqui, além de trazer a opção de teto com pintura contrastante, o bibelô dos SUVs atuais. Nas medidas ele pode até não impressionar, sendo menor que alguns rivais diretos. São 4,19 m de comprimento, 1,76 m de largura e 1,55 m de altura.

Só que o truque está no entre-eixos de 2,65 m. Com ele, o T-Cross ficou espaçoso. A segunda fileira de bancos abriga facilmente dois adultos altos com conforto. Um terceiro passageiro passa aperto, mas têm à disposição duas entradas USB e uma saída de ar. Já o porta-malas com seus 373 litros não impressiona. Há, no entanto, uma prateleira removível e uma inclinação diferente nos bancos que transformam a área útil para carregar 420 litros.

Em design vale um destaque. O T-Cross tem algumas tipicidades da Volkswagen, mas é diferente o suficiente dos irmãos para ninguém reclamar. Ele tem estilo robusto, efeito causado pela carroceria quadrada. Na traseira, a lanterna conectada foge do estilo padrão da marca, pena que o meio não acende e seja apenas uma enorme peça plástica preta sem função. Aliás, seu papel é parecer bonito e diferente. Nada além disso.

O que vem pela frente

Para ir na contramão dos rivais e apostar na futura tendência de mercado, o T-Cross é turbinado. Há uma cara versão Highline 1.4 TSI com seus 150 cv e 25,5 kgfm de toque. Mas a estrela da linha é o 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm de torque. O motor estreou no up! mas se provou capaz de gerir modelos mais pesados ao migrar para Golf e Polo. No T-Cross ele faz bonito.

É econômico, responde bem na cidade e estrada, além de ter torque disponível em rotações mais baixas. Não caia na ilusão de ser apenas um motor 1.0, já que o T-Cross anda melhor que rivais 1.6 e 1.8. Segundo a marca o consumo é de 7,6 km/l com etanol na cidade e 9,5 km/l na estrada. O ronco é instigante, mas não tem quase nada de esportivo. Aliás, essa é uma característica que está cada vez menos próxima da Volkswagen.

Tal qual o Jetta, o T-Cross trocou a suspensão tipicamente firme por um estilo mais macio. Ele não chega a ser molenga como o EcoSport ou robusto como o Renegade. Segue a tocada do HR-V: confortável o suficiente para não estragar a aptidão para as curvas. Já a transmissão prima pelo conforto. Tem trocas imperceptível na maior parte do tempo e é ágil na cidade. Reduções rápidas na estrada demoram mais do que o esperado, mas não chega a ser algo alarmante.

Golf por Golf

Se você ficou triste com a morte do Golf no Brasil por conta do T-Cross, saiba que em alguns aspectos ele supre a falta que seu irmão fará, em outros não. Em equipamentos a versão Comfortline de R$ 99.990 agrega ar-condicionado digital, banco do motorista com ajuste de lombar, câmera e sensor de ré, monitoramento de pressão dos pneus, rodas de liga-leve de 17 polegadas, frenagem pós colisão, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, controle de tração e estabilidade, seis airbags, freios a disco nas quatro rodas, direção elétrica com ajuste de altura e profundidade, assistente de partida em rampa, faróis de neblina e luzes diurnas de LED.

Nessa faixa de preço e comparativamente ao que o Golf Comfortline oferecia, o T-Cross está bem servido. Agora na questão acabamento, aí que o falecido hatch médio precisava ensinar alguns truques para o irmão mais novo. Não há plástico emborrachado ou superfícies imitando couro, como faz Renegade e HR-V. Aqui é tudo plástico duro, ainda que sensivelmente melhor que em Polo e Virtus, irmãos de plataforma do SUV.

O estilo é moderno, horizontalizado e tem até uma elegante faixa luminosa (opcional) que se revela à noite. Todo desenho do painel é feito a destacar a central multimidia. Com tela grande de 8 polegadas opcional, a central é rápida, tem tela com boa definição e os bem-vindos Android Auto e Apple Car Play. Pena a entrada USB usada pelo celular ser tão mal posicionada no console central. Inevitavelmente o cabo ficará enrolado na manopla de câmbio. A tela grande faz parte do kit Exclusive & Interactive de R$ 3.950 que adiciona ainda partida sem chave, seletor de modo de condução e retorvisor com rebatimento elétrico.

Na versão avaliada equipada com o kit Design View de R$ 1.950 ele ganha bancos revestidos de couro, manopla de câmbio também em couro e faixa marrom no painel. Nosso T-Cross veio na cor roxa que a Volkswagen chama de Vermelho Crimson e, confesso, apesar de ser bonito, não combina com o marrom da cabine. Com todos os pacotes e cor, o T-Cross Comfortline avaliado chega a R$ 107.290. Uma conta um tanto quanto salgada.

Conclusão

O Volkswagen T-Cross provou que tem tudo para sacudir o segmento dos SUVs no Brasil. Seu potencial para a liderança é real. É bonito, anda bem e tem tecnologia. Ele é caro, realmente, mas a maioria dos rivais nessa categoria também é. Seu desafio será superar bem estabelecidos Renegade, HR-V, Creta e Kicks. Com o T-Cross, a Volkswagen conseguiu fazer um bom carro que, por um acaso, é um SUV.

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