Nem oito e nem 80. Quem acha que um sedã 1.0 é pouco, mas não precisa arcar com o consumo de um 1.8, pode achar nos motores de 1,4 litro o carro ideal. Isso fez nascer o Fiat Siena 1.4 e, logo depois, o Chevrolet Prisma, que só tem essa opção de motorização. O mesmo aconteceu com o também três-volumes Chevrolet Corsa, que perdeu as opções 1.0 e 1.8 e parte de R$ 35.256. Optamos, porém, pelas versões mais baratas para este comparativo.
O Prisma sai mais em conta; parte de R$ 32.834. O Siena começa em R$ 37.890, mas justifica a diferença por vir com computador de bordo, faróis biparábolas e de neblina de série. Com mais R$ 5.090, é possível levar um pacote que inclui ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas. No Prisma, estes acessórios só vêm juntos na versão mais cara, que custa R$ 40.133. O Fiat ainda pode ter airbag duplo e freios ABS, indisponíveis no sedã da Chevrolet.
O desenho dos dois sedãs tem uma coisa em comum. Os dois foram inspirados em modelos pertencentes a segmentos superiores, em uma tentativa de parecerem maiores e mais caros. O Prisma nasceu para ser semelhante ao Vectra. A traseira é alta e as lanternas se destacam. A frente é a mesmo do Celta depois de reestilização, também inspirada no médio da marca. O Siena, em sua terceira plástica, levou uma foto do Alfa Romeu 156 para o cirurgião. As lanternas são afiladas na horizontal e invadem a tampa reta do porta-malas. As laterais ganharam um vinco na altura dos ombros e detalhes cromados. A frente se difere do irmão Palio pelos faróis maiores e de duas parábolas.
Na hora de levar bagagem, o Siena sai na frente outra vez. O porta-malas tem capacidade para 500 litros, contra os 439 litros do Prisma. Os dois, porém, cometem a mesma falha, pois a dobradiça das tampas são alças que invadem o espaço das malas. O Chevrolet, ao menos, trata melhor os passageiros do banco traseiro com mais espaço. Na frente, o motorista e o passageiro do Siena ficam mais confortáveis.
Prisma anda mais, mas posição de dirigir é melhor no Siena
Na hora de andar com os dois sedãs 1.4, é mais fácil achar uma boa posição de dirigir no Siena. O banco tem regulagem de altura, assim como o volante. Esses itens fazem muita falta no Prisma, no qual o assento é alto contra uma direção baixa demais. Para um motorista de aproximadamente 1,80 metro, os joelhos quase encostam no volante.
Nenhum dos dois é exemplo de bom acabamento. O Prisma peca pelo excesso de plástico pouco agradável ao toque. Volante e alavanca do câmbio são ásperos e pouco ergonômicos. O Siena tem uma aparência bem melhor por dentro, mas há falhas nos encaixes das peças e na pintura de alguns itens. Os difusores de ar do Fiat ficam em uma posição muito baixa. O ideal é uma saída mais alta para gelar o interior rapidamente. No Chevrolet, elas estão no lugar correto, mas são pequenas demais.
Com o pé no acelerador, o Prisma respondeu melhor. Ele é bom na arrancada e nas retomadas, mesmo carregado. Com álcool, são 97 cv de potência a 6.200 rpm e 12,9 kgfm de torque a 3.200 rpm. O Siena também não decepciona, mas de dentro da cabina pode-se ouvir um esforço maior do propulsor de 86 cv de potência a 5.750 rpm e 12,5 kgfm de torque a 3.500 rpm em comparação ao rival.
Em curvas, a suspensão do Prisma é mais firme e se comporta melhor. O conforto dos passageiros não é prejudicado neste quesito. O Siena sofre do mesmo mal do Palio por ser mole demais. Agrada a quem procura um rodar mais suave, mas não a quem gosta de um carro estável. O sedã da Chevrolet conta com uma direção mais direta e com o câmbio de engates mais precisos que o do Siena, mas ainda com folgas, principalmente na quinta marcha.
O consumo divulgado pelas fábricas é bem semelhante nos dois modelos. Com combustível vegetal, o Siena faz 9,5 km/l na cidade e 13 km/l na estrada. O Prisma fica em 9,3 km/l e 13,1 respectivamente. Com gasolina, o Fiat consome 13,4 km/l na cidade e 17,5 km/l na estrada. A Chevrolet é ainda mais otimista, indicando 13,1 km/l em ciclo urbano e 18,5 km/l em ciclo rodoviário.