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O importado que virou nacional vale a pena?

Relembre carros que já foram vendidos no País importados e agora têm RG brasileiro. Quais as vantagens e desvantagens?

20/05/2016 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Thiago Moreno e divulgação / Fonte: iCarros

Diversas marcas anunciaram investimentos em fábricas no Brasil desde 2012, quando entrou em vigor o programa Inovar-Auto (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores). O objetivo? Ganhar benefícios fiscais como a redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Já estão em operação as novas unidades de Audi (São José dos Pinhais/PR), BMW (Araquari/SC), Mercedes-Benz (Iracemápolis/SP), Jeep (Goiana/PE), Nissan (Resende/RJ) e Chery (Jacareí/SP).

Contudo, alguns projetos ainda não saíram do papel. É o caso da planta da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ), que deve iniciar a produção do Evoque em breve, seguida pelo Discovery Sport. A previsão era que o Evoque nacional chegasse no início de 2016, mas a empresa disse que ainda não há uma data definida para isso acontecer. A JAC também precisou adiar a fábrica de Camaçari (BA) para 2017 - inicialmente prevista para o final de 2014 - e agora sem investimento de capital chinês.

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Mas se as empresas ganham benefícios com a nacionalização de seus carros, o que os brasileiros ganham com isso? Modelos melhores? Mais equipados? Preços mais baixos? Confira a seguir os carros já nacionalizados e o que mudou com a produção em solo brasileiro.

1. Nissan Kicks

O novo crossover compacto da Nissan será feito em Resende (RJ) ainda em 2016. Mas enquanto a fábrica brasileira não fica pronta para receber a novidade, o modelo virá inicialmente importado do México, feito na planta de Aguascalientes. Não haverá nenhuma mudança com a nacionalização, ou seja, o carro será exatamente igual ao importado. Os preços também não deverão mudar, embora os valores ainda não tenham sido divulgados.

2. Nissan March

Quando foi reestilizado em 2014, o hatch passou a ser feito em Resende (RJ), recebendo o nome de New March. Mas por alguns meses o novo modelo conviveu no mercado brasileiro com o antigo, que continuou a ser importado do México apenas com motor 1.0 e uma lista de equipamentos mais simples. Com a nacionalização, o March recebeu somente mudanças visuais, ficando cerca de R$ 1.000 mais caro que o mexicano. O motor 1.0 mais moderno com três cilindros veio apenas no início do ano seguinte, em 2015, quando o sedã Versa também deixou de vir do México e passou a ser feito em Resende já com o novo motor e o novo visual.

3. Chery Celer

Até então importado da China, o Celer passou a ser feito em Jacareí (SP) em 2015, tanto com carroceria hatch como sedã. Junto com a nacionalização veio um desenho mais moderno e motor 1.5 recalibrado para oferecer maior potência. Mas quem esperava uma redução de preços desanimou logo que a produção nacional foi anunciada. Naquele momento, a Chery já admitia que os valores iriam subir com a mudança de foco da empresa dos preços baixos para produtos com mais qualidade.

4. Chery QQ

O compacto QQ já está sendo produzido em Jacareí (SP), devendo chegar às lojas ainda neste mês. O carro nacional não terá alterações em relação ao importado, mantendo o mesmo visual e a mesma motorização 1.0. Os preços ainda não foram anunciados, mas a Chery não acredita que haverá redução em função da nacionalização. Vale lembrar que o próximo modelo da fabricante chinesa a ser feito no País será o SUV Tiggo, o que atualmente não tem data para acontecer.

5. Audi A3 Sedan

Quando passou a ser nacional, feito em São José dos Pinhais (PR), o A3 Sedan sofreu três grandes mudanças: ganhou motor 1.4 turbo flex (indo dos 122 cv para 150 cv de potência), substituiu o câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas por um automático sequencial de seis velocidades e trocou a suspensão traseira independente por um conjunto por eixo de torção. Apesar das perdas, os preços foram mantidos nas duas versões de entrada 1.4. Já a topo de linha foi nacionalizada um mês depois, ganhando motor 2.0 a gasolina com 40 cv e 10 kgfm a mais quando comparado ao 1.8 a gasolina que equipava o modelo importado da Hungria, além de uma transmissão automatizada S Tronic de seis marchas e dupla embreagem substituindo a automatizada de sete velocidades do 1.8. Nessa configuração, houve uma redução de preço de R$ 2.200 na época de seu lançamento.

 6. Audi Q3

Também feito em São José dos Pinhais (PR), o SUV Q3 virou nacional em maio deste ano. A única mudança em relação ao modelo vendido até então foi a adoção de ajustes elétricos para o banco do motorista na versão de entrada Attraction. Importado da Espanha, o Q3 já tinha sido reestilizado em junho de 2015, apenas mantendo o desenho que já era oferecido. Foram mantidos também o motor 1.4 TFSI turbo a gasolina de 150 cv e o câmbio automatizado de dupla embreagem e seis marchas. Quem esperava a adoção do propulsor flex já presente no A3 Sedan se decepcionou, mas o SUV também não recebeu outras alterações feitas no sedã, como a mudança da suspensão traseira. Também ficou desapontado quem achava que os preços cairiam com a nacionalização. Na verdade, o SUV compacto ficou cerca de R$ 6.000 mais caro. As versões 2.0 com tração integral seguem importadas.

 7. Volkswagen Golf

Junto com os modelos nacionais da Audi, o VW Golf agora sai de São José dos Pinhais (PR) em todas as versões. A atual geração chegou ao País primeiro importada da Alemanha e depois do México. Agora o hatch é nacional sem receber qualquer mudança visual. A principal alteração está sob o capô com a nova opção de motor 1.6 MSI flex de 110 cv com gasolina ou 120 cv com etanol na configuração de entrada Comfortline. Já a versão intermediária Highline passou a trazer um 1.4 turbo TSI flex de 150 cv (com gasolina ou etanol). As duas motorizações substituem a anterior 1.4 turbo TSI a gasolina de 140 cv.

A transmissão também mudou: sai a automatizada de dupla embreagem e sete marchas e entra uma automática de seis velocidades. Há ainda opção de câmbio manual de cinco marchas (com o motor 1.6) e de seis marchas (com o motor 1.4). Outra mudança importante é a suspensão traseira, que deixa de ser independente para ser do tipo eixo de torção, mesma alteração feita no Audi A3 Sedan nacional. Quanto aos valores, houve uma redução de R$ 2.200 na primeira configuração, enquanto a intermediária aumentou R$ 5.500 e a topo de linha GTI subiu R$ 2.700 – esta última não mudou mecanicamente em relação ao modelo importado.

 8. BMW X1

A segunda geração do BMW X1 foi lançada no Brasil inicialmente importada da Alemanha, passando a ser produzida em Araquari (SC) um mês depois, onde o modelo já era feito desde novembro de 2014 na geração anterior. De lá saem também o Série 1 (desde fev/2015), o Série 3 (desde set/2014) e o X3 (desde ago/2015), além do MINI Countryman. No caso do X1, a nacionalização não trouxe nenhuma mudança visual. Nem de preço. A única alteração é que o SUV passa a ter motor 2.0 flex – o importado era movido apenas a gasolina. Nem os números de desempenho mudaram.

9. MINI Countryman

Por falar no Countryman, ele virou nacional em outubro de 2015, sendo o quinto modelo a sair da fábrica de Araquari (SC). Quando passou a ser feito em solo brasileiro, o crossover já estava à venda no País em sua segunda geração, já que algumas unidades haviam sido importadas anteriormente. Por isso, ele não sofreu nenhuma alteração em relação ao importado, nem mesmo de preço. Ele é feito aqui na opção Cooper S nas versões Top e ALL4 com tração integral. As configurações Cooper S Exclusive de entrada e a topo de linha esportiva John Cooper Works continuam importadas.

10. Mercedes-Benz Classe C

Primeiro carro da Mercedes a ser fabricado no Brasil, o sedã Classe C já está em produção em Iracemápolis (SP). Contudo, o carro nacionalizado não traz mudanças de preço em relação ao importado da Alemanha, ganhando apenas motor flex. Desde a versão básica, o Classe C passa a ser dotado do motor 1.6 flex turbo com injeção direta. Não há outras mudanças visuais ou mecânicas. O preço também seguiu o mesmo em relação à versão importada com motorização apenas a gasolina.

Dólar é o vilão? - Para Antonio Megale, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), ele tem sim parte da culpa. "As marcas nem sempre conseguem nacionalizar toda a produção. Elas nacionalizam a carroceria e outras etapas, mas continuam importando alguns componentes, principalmente as premium com os itens mais tecnológicos, o que faz com que o câmbio influencie no valor final. Por isso, à medida em que elas ganhem maior escala de produção, devem conseguir transferir essas tecnologias para o País gradualmente, obtendo um índice de nacionalização maior e reduzindo esse impacto", afirma. Quer dizer que se o câmbio se estabilizar os preços podem baixar? Megale acredita que sim, mas aponta outro problema, os custos elevados de produção no Brasil. "O custo Brasil cresceu muito e não conseguimos produzir com o mesmo nível de competitividade com alguns países", completa. O professor de finanças Wilson Pires, do Departamento de Administração do Centro Universitário FEI, concorda. "As montadoras têm que embutir no valor dos veículos os seguros, a mão de obra cara e os fretes altos por causa de roubos e estradas em más condições. Isso interfere em toda a cadeia produtiva", explica o especialista.

 

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