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Com X60, Lifan pede um novo começo

SUV marca nova fase da marca no País, que entra com operação própria e encerra parceria com a Effa

15/05/2013 - Thiago Moreno, de Punta del Este (Uruguai) / Fotos: Thiago Moreno e Divulgação / Fonte: iCarros

Após lançar uma campanha de televisão em que instigava os espectadores a "chutar" o preço de seu novo carro, a Lifan divulgou o valor oficial do SUV X60: R$ 52.777. Oferecido em versão única, o modelo é equipado com motor 1.8 a gasolina de 128 cv a 6.000 rpm e 16,8 kgfm de torque a 4.200 rpm e câmbio manual de cinco marchas. Pelo valor, o X60 brigará de frente com as versões de entrada do Ford EcoSport (R$ 54.800) e do Renault Duster (R$ 49.900). marca não escolheu o valor de R$ 52.777 à toa. Os três últimos dígitos remetem ao logo da Lifan, representando três veleiros. O nome da empresa vem do mandarim “Li”, força, e “Fan”, vela de barco.

Como diferencial, o SUV terá um longa lista de equipamentos de série,  como direção hidráulica,  ar-condicionado,  vidros e espelhos  com acionamento elétrico, tela central multimídia com gps embutido, sensor de estacionamento e câmera de ré  na traseira, bancos em couro sintético, sistema Isofix de fixação de cadeirinhas infantis, duplo airbag frontal e freios ABS com EBD. As rodas são de alumínio com 16 polegadas calçadas por pneus 215/65.  

Dotado apenas de tração dianteira, o X60 pesa 1.330 kg, tem 4,3 m de comprimento, 1,8 m de largura, 1,7 m de altura e 2,6 m de entre-eixos. O modelo é importado da China desmontado; as peças são montadas numa linha de produção da Lifan no Uruguai, de onde chega ao Brasil com garantia de cinco anos. 

O passado ficou para trás?

Apesar de a competitividade no papel ser relevante, a Lifan precisará lutar no mercado brasileiro contra o trauma dos tempos em que a marca era representada no País pelo grupo Effa. Após a parceria ter sido desfeita, lojas se fecharam e alguns clientes ficaram sem ter a quem recorrer em caso de falta de peças. Na capital paulista,  por exemplo, a representante da Lifan mais próxima fica em Osasco, município vizinho na região metropolitana de São Paulo (SP).  

A isso a Lifan responde com a promessa de abrir 25 novos concessionários até o final de 2013. São 25 atualmente em todo o Brasil e o número deve dobrar. Há até um serviço de assistência 24h para quem comprar um X60. Prova de que a marca está se esforçando para dar uma nova impressão aos consumidores. Além disso, há uma garantia de cinco anos. "Nós queremos colocar o X60 de volta na lista de quem quer um SUV", justifica Luiz Zanini, Diretor de Marketing da Lifan brasileira. "Nós temos noção de que precisaremos trabalhar muito, pois o mercado brasileiro está disputado. Entraremos para o longo prazo", diz José Roberto Favarin, vice-presidente da Lifan do Brasil.

A linha de montagem uruguaia da marca tem capacidade hoje para fazer 20 mil veículos por ano, mas a empresa quer dobrar esse número até o final de 2014 - a Lifan assumiu a operação que era do Grupo Effa no Brasil em outubro de 2012. De lá para cá, estabeleceram-se em Salto (SP) e gastaram US$ 15 milhões (cerca de R$ 30 milhões) para estabelecer um estoque de peças.

“Não esquecemos dos que já são proprietários de um Lifan (como o 320 ou o 620). Eles também serão atendidos”, informa Yin Minshan, presidente e fundador da marca. “Traremos a Foison Pick-Up ainda em 2013 e as respectivas evoluções do 330 e 630". Como a Lifan pretende comercializar 400 unidades por mês do X60, a unidade uruguaia da empresa terá capacidade sobra para produzir esses futuros lançamentos.

De cara nova

Minshan ainda afirma que o X60 será a “nova cara” da Lifan no Brasil e é no visual que o SUV tem a sua arma. Linhas robustas, com para-lamas largos e grande grade frontal, marcam o modelo. O visual é moderno e se difere dos rivais no segmento. Mas “quem vê cara não vê coração”, já diria o ditado. Será necessário mais que um visual bem resolvido para reconquistar o público brasileiro. Além da farta lista de itens de série, o Lifan X60 mostra um acabamento simples, com muitos plásticos, mas sem falhas de montagem.

O que o público daqui mais sentirá falta será a falta de regulagem de altura para o banco do motorista, o que dificulta ao condutor encontrar uma posição ideal de condução. Enquanto os instrumentos se mostram pequenos, o restante dos comandos dentro da cabine tem operação simples, mesmo a tela multimídia.

Apesar de o motor ter comando varável das válvulas de admissão, o torque chega em um regime alto, algo que é mais sentido pelo peso do carro. Na prática, é necessário elevar as rotações a mais de 3.000 rpm para se obter uma resposta. Porém, nessa faixa de giro, o barulho do motor e o zunido do câmbio já invadem a cabine.

Mesmo a Lifan tendo instalado suspensões independentes nas quatro rodas, deixou o acerto voltado para o conforto. O X60 rola muito em mudanças de direção e é vulnerável a ventos laterais. O pedal do freio também exige muito curso para se obter a frenagem. São indícios que nem tudo já está ao gosto do consumidor brasileiro, como é o caso do interior e tom claro. O mercado do Brasil tende a escolher cores mais escuras para a cabine. Porém, apenas 34% dos componentes do carro são produzidos na região do Mercosul e a Lifan precisará trabalhar para “tropicalizar” o X60.

Vai vender? O X60 é a prova de que a Lifan aprendeu algumas lições sobre o mercado brasileiro. O visual é bem acertado e a lista de equipamentos faria alguns rivais passarem dos R$ 60 mil, mas a marca dependerá de uma boa política de pós-vendas para fazer sucesso. E isso é muito mais que um carro atraente.

Viagem a convite da Lifan do Brasil

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