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Fiat 147: 40 anos do 1º carro a álcool do Brasil

Modelo foi o primeiro veículo movido a etanol produzido em série. Unidade funciona exatamente como há 40 anos.

10/07/2019 - Redação / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Em 5 de julho de 1979, chegou às ruas brasileiras o primeiro Fiat 147 a etanol, na época chamado apenas de álcool. A marca Fiat foi pioneira no mundo na produção em série do motor a etanol. Apelidado de “Cachacinha”, o 147 a etanol simbolizou um marco importante para a engenharia automotiva brasileira, que a partir de então entrou na direção do desenvolvimento de tecnologias em prol de veículos mais eficientes e menos poluentes.

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O 147 da foto é um exemplar raro, que na época foi vendido para o Ministério da Fazenda, de Brasília. Faz parte nos dias de hoje do acervo de clássicos da Fiat e está praticamente original, sem restauração.

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“É emocionante ver esse carro de perto não só pela importância de ser realmente o primeiro Fiat 147 a etanol, mas também por estar funcionando perfeitamente com todos os elementos de época originais, como partida a frio e afogador, além de preservar a tampa vermelha do motor e a pintura original, com direito alguns toques de batida de porta”, afirma Robson Cotta, gerente de Engenharia Experimental da Fiat Chrysler Automóveis (FCA).          

O desenvolvimento do carro a etanol

A história do Fiat 147 a etanol remonta a 1976, quando as pesquisas e desenvolvimento do motor movido ao derivado da cana-de-açúcar começaram. Foi o mesmo ano em que o 147 a gasolina foi lançado no Brasil tornando-se o primeiro carro Fiat fabricado no país. “Vivíamos a era do Pró-Álcool, um programa nacional para combater a crise do petróleo”, lembra Robson Cotta.

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Ainda em 1976, em sua primeira participação no Salão do Automóvel de São Paulo, a Fiat expôs um protótipo do 147 a etanol com dezenas de milhares de quilômetros rodados. O ano seguinte foi dedicado ao aperfeiçoamento técnico do 147, além da produção de novas unidades que foram sendo submetidas a diversos testes.    

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Em 1978, a Fiat desenvolveu o motor 1.3 de 62 cv de potência e 11,5 kgfm de torque que, durante os testes, acabou se mostrando mais adequado para o uso do etanol que o propulsor a gasolina de 1.050 cm3, até então utilizado no 147. No início daquele ano, três Fiat 147 a etanol foram entregues ao DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) para serem experimentados no policiamento da Ponte Rio-Niterói.

Em setembro de 1978, um Fiat 147 100% a etanol realizou o que viria a ser o teste definitivo para criação do primeiro motor brasileiro a etanol: uma viagem de 12 dias e 6.800 quilômetros de extensão pelo país, percorrendo uma média superior a 500 km diários, três mil quilômetros por vias de terra e variações climáticas de mais de 30 graus.    

No universo do automobilismo, um dos grandes feitos do Fiat 147 a etanol foi conquistado por mulheres. Considerado o primeiro grande rali internacional realizado no país, o Rallye Internacional do Brasil, disputado em 1979, viu o Fiat 147 Rallye #73 da dupla feminina Anna Cambiaghi (italiana) e Dulce Nilda Doege (brasileira) terminar em quarto lugar na classificação geral e ser o carro brasileiro de melhor classificação na prova que teve nada menos do que 2.200 km de percurso. Elas faziam parte do Team Aseptogyl/Panthères Roses/Concessionárias Fiat.   

Entre os diferenciais do 147 a etanol, a taxa de compressão do motor 1.3 foi bastante elevada, de 7,5:1 da versão a gasolina para 11,2:1, e a carburação passou a trabalhar com mistura ar-combustível bem mais rica (com maior percentual de combustível). Essa era a razão de seu maior consumo – 30% mais alto. “O propulsor ficou com potência pouco maior que a do similar a gasolina, devido à necessidade de conter o consumo: 62 cv brutos contra 61. Por outro lado, a taxa de compressão mais alta favorecia o torque e, portanto, as retomadas e acelerações em baixa ou média rotação. Mas o número que realmente importava era o custo por quilômetro rodado, menos da metade da versão a gasolina, com os preços dos combustíveis na época”, destaca Cotta.

O interesse do consumidor pelo Fiat 147 movido a etanol é confirmado pelos números de vendas. De 1979 a 1987, período em que foi comercializado no Brasil, foram comercializadas 120.516 unidades.    

Desafios de uma nova tecnologia

Supervisor de Engenharia de Produto da FCA, Ronaldo Ávila, que na década de 1980 trabalhava no laboratório químico da montadora, acompanhou de perto os constantes aperfeiçoamentos do 147 a etanol. “Minha equipe analisava as peças dos motores. Era um desafio muito grande: no início havia oxidação. Para que viesse a funcionar com o etanol, o sistema de alimentação como um todo (tanque de combustível, bomba, tubulações, carburador, etc.) precisou ser mais robusto para suportar um combustível extremamente corrosivo”, conta.    

Após muitos testes, a engenharia da Fiat encontrou uma solução para proteger as peças do motor: o uso de níquel químico. “Esse metal cria uma camada de proteção nos componentes, inibindo as ações do etanol”, explica Ávila. Outra providência foi a instalação de conjunto de escapamento aluminizado.          

O legado do 147 a etanol da Fiat

Passados 40 anos deste marco, tudo indica que a FCA, com a marca Fiat, continua forte com o desenvolvimento de propulsores movidos a etanol. Em maio, a marca anunciou que estava desenvolvendo uma nova família de motores turbo flex 1.0 de três cilindros (T3) e 1,3 de quatro (T4).

Além destas duas opções capazes de rodar com etanol e gasolina, a marca trabalha também no desenvolvimento de um motor turbo rodando apenas com etanol, derivado do 1.3 de quatro cilindros e chamado internamente de E4. Segundo a Fiat, a ideia é “reduzir o gap de consumo do etanol em relação à gasolina, que é de 30% atualmente”. Bebendo apenas um combustível, a otimização do motor é maior.
 

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