Porque o VW Virtus GTS custa mais de R$ 100 mil | Impressões

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O brasileiro é bastante sensível ao preço de um carro. Quando o Toyota Corolla passou dos R$ 100 mil pela primeira vez há uns bons anos na versão Altis, ele foi duramente criticado. Hoje todo sedã médio praticamente custa a partir de R$ 100 mil. Agora chegou a vez dos sedãs compactos invadirem essa faixa de preço com o Volkswagen Virtus GTS.

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Por R$ 104.940, o Virtus GTS é mais caro que o Jetta de entrada, com o qual compartilha motor e transmissão. Contudo, a experiência de dirigir o Virtus GTS é completamente diferente da do Jetta. Se você quer saber melhor qual a diferença entre eles em equipamentos e números, clique aqui.

Respira e vai

Enquanto o Jetta é mais pacato e confortável, o Virtus GTS aposta na esportividade. Não chega a ser um carro de circuito, em que a convivência na cidade se torna insuportável. O GTS é feito para quem gosta de acelerar até uma certa dose, sem abrir mão de um carro prático para o dia-a-dia.

Tal qual o Polo GTS, o seu irmão sedã vem equipado com motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque ligado a uma transmissão automática de seis velocidades. Seria interessante um câmbio manual para acentuar seu caráter esportivo? Sim, mas sabemos que na prática seria uma opção pouco vendida.

O Virtus GTS entrega força em baixa rotação, impulsionado pelo turbo. O motor enche rápido e ganha velocidade com relativa facilidade, grudando o corpo do motorista no banco com uma leve patada. Acima dos 5 mil giros, o motor perde fôlego e faz crescer a velocidade com mais timidez.

Nessas horas, as borboletas atrás do volante deixam a experiência com o sedã esportivo mais orgânica. A transmissão automática tem trocas rápidas e praticamente sem trancos. Nas reduções mais bruscas, no entanto, demora um pouco para entender o chamado do acelerador.

Mesmo na função S do câmbio, essa demora nas reduções é notável. Apesar disso, ele é capaz de despencar da sexta marcha para a terceira diretamente após reagir. Outro ponto é o acerto conservador do câmbio que sobe de marcha relativamente cedo após o pedal do acelerador ser aliviado, não mantendo o motor cheio em uma curva, por exemplo.

Montanha-russa

Por falar nas curvas, é nesse cenário que o Virtus se mostra mais acertado que o Polo. O entre-eixos 9 cm mais longo e a traseira com perfil aerodinâmico permitem ao sedã GTS maior abuso nas curvas. Ele se mantém estável e grudado em solo, não como um Renault Sandero RS ou uma montanha-russa, mas no mesmo nível de um sedã médio bem acertado.

Em altas velocidades o Virtus GTS também brilha. Ele flutua menos que o Polo GTS, mantendo a carroceria estável e sólida. O bom isolamento acústico aplicado pela Volkswagen faz com que apenas o ruído do vento apareça, ainda que de maneira discreta sem parecer que o carro vai decolar.

Tal qual acontece com o Polo GTS e com o Jetta GLI, o som artificial do motor incomoda bastante. A Volkswagen equipou o Virtus GTS com uma caixa de som próxima ao para-brisa que replica o som do motor que reverbera no interior. O som grave pouco natural ecoa de maneira irritante.

A direção mais firminha que o Virtus Highline também contribui para esse comportamento. Ela é rápida e direta, passando um certo feedback da estrada. Por ser progressiva, atinge a firmeza ideal para manter a trajetória e a confiança do motorista ao andar com o pé mais pesado.

Valor agregado

Um dos grandes pontos que justificam o valor mais alto do Virtus GTS é sua lista de equipamentos. Por R$ 104.940 nenhum sedã médio entregará a mesma quantidade de itens e tecnologia, visto que a maioria estará em sua versão de entrada. Lembrando que o VW pode chegar a R$ 108.670 com pintura metálica e som Beats.

O GTS traz painel de instrumentos digital, uma ótima central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, bancos esportivos revestidos de couro e tecido, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, faróis full-LED (lanternas de LED só no Polo GTS), chave presencial, sensor de chuva e de farol.

Com porta-malas de 521 litros e entre-eixos alongado, o Virtus GTS é bastante espaçoso. Passageiros altos conseguem se acomodar facilmente atrás com espaço para a cabeça e pernas, além de ter à disposição saídas de ar. Já o porta-malas é 221 litros maior que o do Polo, praticamente o porta-malas de um Fiat Mobi de vantagem.

O acabamento deixa a desejar, com uso extensivo de plástico duro. Apesar de bem montado e sólido, algumas regiões do painel são mais sensíveis e tendem a criar zonas de barulho com facilidade. Falta mais tecido ou material macio nas portas e um couro de melhor qualidade no volante, como o que era usado no Golf.

Conclusão

O Volkswagen Virtus GTS é um sedã compacto sem concorrentes no Brasil. Custa o mesmo de um sedã médio, entrega performance semelhante, mas a lista de equipamentos é mais generosa. Por outro lado, ainda é um sedã compacto, ou seja, acabamento não é seu forte.

Ele é um carro verdadeiramente divertido, feito para quem quer uma pegada mais esportiva sem renunciar ao conforto e praticidade para usá-lo todos os dias. Traz tecnologia e visual diferenciado como seus grandes trunfos atrativos. Sim, é caro, como a grande maioria dos carros no Brasil. Mas o VW Virtus GTS entrega a experiência que se espera por mais de R$ 100 mil.

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