20/07/2015 - Texto: Thiago Moreno / Fotos: Gabriel Aguiar / Fonte: iCarros
Vamos brincar de tunar um Classe A? Pegue o Mercedes-Benz A 250, adicione alguns detalhes em fibra de carbono, aerofólios, cintos vermelhos. Ah, as rodas, bem grandes de preferência. Se você olhar o A 45 AMG apenas por fora, sem andar no carro, vai achar que a brincadeira é real. Apesar de ser o cidadão mais pacato de Affalterbach (cidade alemã onde a AMG foi fundada), o modelo faz a promessa de ser o carro mais em conta da preparadora oficial da Mercedes. E olha que ele custa nada pacatos R$ 259.900, R$ 90 mil a mais que o A 250 convencional.
Para ser “de entrada” tem que ser sensato. Usa um motor de quatro cilindros turbinado como manda a regra politicamente correta do downsizing (uso de motores com cilindrada menor para reduzir consumo e emissões). É o único AMG que não traz um V8 sob o capô. Poxa, tem até um botão “ECO” e start/stop pra ser mais econômico! Isso tudo, além de mimos como teto solar, ar-condicionado automático de duas zonas e sensores de estacionamento.
Só não o chame de pacato. As consequências podem ser devastadoras.
Cuidado com o acelerador, se não... “Aaaah lelek, lek, lek”
Se o exterior diz pouco sobre a dinâmica do carro, o que entrega a jogada? Apesar de ser o menor motor da AMG, o bloco 2.0 turbo a gasolina gera nada menos que 360 cv de potência e 45,9 kgfm de torque. Para se ter uma ideia, o A 250 - que também é 2.0 turbo - entrega “apenas” 211 cv e 35,7 kgfm. Ambos têm câmbio de dupla embreagem com sete velocidades, mas só o A 45 tem tração integral.
De medidas, o AMG tem 1.417 mm de altura, 21 mm a menos que o modelo convencional. Ele também é mais comprido (4,4 m contra 4,3 m) e mais pesado, pois tem 1.555 kg ante 1.465 kg do A 250. O porta-malas permanece carregando 341 litros.
Os dados também impressionam. Aceleração de a 100 km/h? 4,6 segundos, dois a menos que o Classe A mais potente. A velocidade máxima é 250 km/h, mas só porque ele é limitado eletronicamente.
Enquanto no modo Confort o carro faz tudo para ser econômico e eficiente, são os modos Sport e Manual que interessam mais. É neles que o escape começa a urrar mais alto e explosões no escape acompanham cada troca de marcha. Pode não ser chamativo como os irmãos C 63 AMG, E 63 AMG ou ainda o AMG GTS, mas não perde nada no quesito teatro.
Com o pé fundo no acelerador, é pancada nas costas de um lado, pescoço doendo com a aceleração de outro. E se continuar nesse ritmo você perde a CNH antes de o A 45 perder fôlego. Nada além do esperado para o 2.0 de quatro cilindros mais potente do mundo. Você já viu o tamanho da turbina? Digna de carros altamente preparados para competição. Os discos de freio são grandes para suportar o desempenho, só o dianteiro já tem diâmetro de 350 mm, ou 13,7”, mais que a roda inteira de muito carro popular. Por causa disso, as rodas do AMG são de 19 polegadas calçadas por pneus 235/35.
Em curvas, o comportamento é exemplar. A combinação de rodas grandes, pneus de perfil baixo, suspensão mais firme e tração integral faz com que nenhuma via pública seja páreo para a aderência gerada pelo conjunto. A direção com assistência elétrica é direta, exigindo pouco esterço para fazer as rodas virarem. Só tome cuidado com o botão que desliga o controle de tração. Se você acioná-lo e não for um piloto certificado, é melhor se preparar para o passinho do volante, pois “virando, virando, virando para um lado” e “virando, virando, virando para o outro” vai ser inevitável. No seu limite, o A 45 pode tender a sair de traseira.
Civilizado sim, comportado jamais!
Apesar de fazer por merecer o emblema AMG, o caçula da família ainda é um hatch familiar de quatro portas com capacidade para levar quatro adultos. Ele está pronto para atender qualquer cidadão de bem - com segundas intenções, claro. Porém, alguns de seus “desvios de caráter” são impossíveis de esconder. Mais baixo, com apêndices aerodinâmicos e reforços estruturais sob o chassi, o A 45 raspa. Simplesmente raspa. Pega a frente e o meio em mais ocasiões que o conveniente. É preciso tomar cuidado até com desníveis na rua.
O lado bom da turbina grande é que, quando ela enche, é porrada nas costas com certeza. O problema é que, até esse momento, o carro pode demorar a responder. Entre 2.000 e 6.000 rpm é um AMG de verdade. Até as 2.000 vira um A 250. Essa característica acaba por gerar um vício no motorista: o de esperar a turbina encher. É ruim, mas é um ruim muito bom.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre o modelo
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