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Dirigimos uma Ford Ranger 2020 que não é para brasileiros

Ranger XLS 3.2 com câmbio manual não é oferecida no Brasil, mas estava escondida na frota destinada aos brasileiros

03/07/2019 - João Brigato / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros

Muitos mercados fazem inveja ao Brasil com modelos que não são para o nosso bico. A Argentina, por exemplo, tem mais versões da Ford Ranger 2020 do que nós. Além da série especial Black e da parruda Raptor que não serão vendidas por aqui, a marca oferece a Ranger com motor 3.2 e câmbio manual apenas para os argentinos. E é justamente nessa caminhonete que andei.

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A confusão

O lançamento da Ford Ranger 2020 foi simultâneo entre Brasil, Argentina, Chile e Peru. Com nada menos do que 50 picapes rodando entre os jornalistas, todas equipadas com motor 3.2 cinco cilindros diesel, a frota de 37 Ranger destinadas aos brasileiros era totalmente composta por modelos com câmbio automático. Ou deveria.

Duas Ranger 3.2 diesel com câmbio manual, que eram destinadas aos argentinos, se misturaram às brasileiras e por ali ficaram. Cada mercado possui especificidades de equipamentos e versões. A nossa Ranger, por exemplo, tem reconhecimento de placas de trânsito na versão Limited, coisa que argentinos, chilenos e peruanos não tem.

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Os argentinos ainda apreciam muito o câmbio manual, sendo oferecido até em modelos grandes como a Ranger e em sedãs médios. Por aqui, a transmissão manual é encontrada apenas nas versões 2.2 XLS manual e XL de entrada. Quem quer o motor 3.2 mais forte, tem apenas o câmbio automático de seis marchas como opção.

Elefante branco

Para a lógica brasileira, um carro do tamanho e preço da Ranger ter câmbio manual é praticamente uma heresia. A caixa é oferecida nas versões XLT e Limited nma Argentina. Caso fosse vendida no Brasil, seriam preços na casa dos R$ 170 mil e R$ 180 mil. Já imaginou algum brasileiro comprando uma caminhonete tão cara manual? Pois é, por isso ela não é vendida por aqui.

O casamento da transmissão manual de seis marchas com o torcudo motor 3.2 cinco cilindros turbo de 200 cv e 47,9 kgfm de torque é bom. Essa configuração já foi oferecida na Ranger quando essa geração estreou em 2012, mas lá carecia de refinamento. As trocas eram imprecisas e longas, algo não visto no novo modelo.

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Suas trocas são relativamente curtas e fáceis, ainda com a certa resistência e tocada borrachuda típica de uma picape. O acerto é surpreendentemente bom para um carro desse tamanho e potência. Como o motor é silencioso, pouco vibra e tem força em rotações baixas, as trocas são feitas cedo em situações de rodagem mais contida.

Essa evolução sentida na transmissão foi estendida ao restante da Ranger em áreas também aplicáveis à versão automática. A suspensão foi totalmente retrabalhada na caminhonete média, ganhou nova barra estabilizadora e coxins reforçados e uma completa reestruturação do sistema de amortecimento.

Na última vez que a Ranger 3.2 trouxe opção de câmbio manual para o Brasil, seu comportamento saltitante incomodava. Agora, mais firme e contida, ela se comporta com delicadeza tanto em asfalto quanto na terra. Ela preenche um ótimo meio termo de comportamento entre a estradeira VW Amarok e a lameira Toyota Hilux, sem fazer concessões como suas rivais quando invadem um o terreno da outra.

A direção é leve: com assistência elétrica, deixa a Ranger fácil de manobrar mesmo com 5,35 m de comprimento, 1,82 m de altura e 1,86 m de largura. A Ranger de 2012 tinha direção apenas hidráulica, era pesada e o volante grande não ajudava muito nessas horas, algo que a Ranger 2020 corrigiu com maestria. 

Conclusão

Do ponto de vista entusiasta, qualquer pessoa que aprecia um bom câmbio manual adoraria ter uma picape desse tamanho com 200 cv e tração traseira com pedal de embreagem. No entanto, do ponto de vista do mercado, não faz o menor sentido.

O comprador de picapes médias não é mais o mesmo de antigamente: ele quer a robustez e a versatilidade desse tipo de caminhonete, mas também quer luxo. E justamente essa necessidade de sofisticação e facilidade de vida está associada à transmissão automática. Divertida? Sim e muito, mas não é para o mundo real. Talvez nem mesmo para os argentinos.

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