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JAC T80:mais caro chinês é surpreendente acerto | Impressões

Preço de Jeep Compass, porte de Volkswagen Tiguan e espaço para sete para ser um dos melhores chineses do Brasil

15/02/2019 - João Brigato / Fotos: João Brigato / Fonte: iCarros

Historicamente, fabricantes orientais passam por um período de amadurecimento de seus produtos de maneira muito rápida. Foi assim com os japoneses entre os anos 1960 e 1980, com os coreanos entre 1990 e 2010 e agora chegou a vez dos chineses. Se já foram sinônimos de baixa qualidade e produtos baratos, marcas como JAC e Chery vêm se esforçando a largos passos para ir contra a má fama e se igualar à concorrência internacional. Basta ver o que a JAC fez com o T80.

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No primeiro contato que tive com o mais caro carro chinês à venda no Brasil, o JAC T80 surpreendeu positivamente. A evolução entre esse SUV de grande porte e o J3, primeiro carro da marca a desembarcar no Brasil, é gritante. O T80 tem estilo equilibrado, interior refinado, bom posicionamento de preço entre os rivais e um conjunto mecânico interessante. Mas, por ainda ser um carro em fase de evolução, apresenta alguns pequenos vacilos.

Sala de concertos de Shangai

Custando R$ 139.990 (ou R$ 146.980 com o teto solar opcional e o sistema de som premium), o JAC T80 é o carro chinês mais caro do Brasil. Apesar disso a marca confia que venderá cerca de 600 unidades até o final do ano, com média de 50 a 60 T80 por mês. Número modesto, mas coerente com o tamanho da operação da JAC no Brasil. Seu preço o coloca como rival de Jeep Compass, Hyundai Tucson e Kia Sportage, enquanto o porte está mais para Lifan X80, Kia Sorento e VW Tiguan Allspace. E é justamente aí onde o JAC se destaca.

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São 4,79 m de comprimento, 1,90 m de largura e 1,76 m de altura abrigando sete passageiros com conforto. O espaço na segunda fileira é suficiente para três adultos grandes viajarem sem aperto, onde os bancos contam com encosto reclinável e assentos deslizantes, podendo priorizar o espaço para bagagem ou pessoas. Todos os assentos são confortáveis, até mesmo na terceira fileira de bancos. Ela é mais apertada, inevitavelmente, mas mesmo eu com 1,87 m de altura, consegui sentar por ali durante alguns minutos. Para isso foi preciso que a segunda fileira ficasse um pouco à frente, preciso admitir.

A cabine surpreende pela qualidade do acabamento. Os plásticos com texturas estranhas presentes no T40 são substituídos por revestimentos macios ao toque, até mesmo nas portas traseiras, onde muitas marcas economizam. Bonito, o painel é todo revestido por couro e tem visual que lembra muito os modelos da Mercedes-Benz. As saídas circulares, inclusive, têm operação idêntica à usada pela marca alemã. Há ainda um elegante relógio analógico entre as saídas que da um toque a mais de elegância.

O vacilo no quesito material está na imitação de fibra de carbono usada na parte superior do painel e no console central. Ela é áspera, parecia manchada na maioria dos modelos do test-drive e não combina em nada com um SUV que prima pelo luxo. Chega ao ponto de ser cafona. As costuras vermelhas no banco e volante também tentam passar esportividade onde não deveriam, mas esse detalhe é passável. O couro dos bancos, vale ressaltar, aparenta bastante qualidade e há regulagem elétrica para os passageiros dianteiros, além que aquecimento, resfriamento e massagem. Quem diria tudo isso em um carro de menos de R$ 200 mil?

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Painel de instrumentos totalmente digital conta com três tipos de configurações diferentes, tem fácil leitura e é vistoso. Os comandos do console central são inclinados e pouco intuitivos, precisando que o motorista desvie o olhar da estrada por alguns segundos até entender o que está fazendo. Outro problema é a central multimídia, que não tem Android Auto e Apple CarPlay, apenas um sistema improvisado de espelhamento. Ao menos há entradas USB para carregamento de celulares e saídas de ar na fileira traseira.

Aqui vale uma dica, por R$ 6.990 o pacote opcional que inclui sistema de som premium e teto solar panorâmico se faz valer. O teto ajuda a deixar a cabine arejada e iluminada, mesmo na última fileira, já que se estende até a cabeça dos passageiros do meio. Já o sistema de som Infinity Premium com 280 Watts e 10 alto-falantes o transporta para a Sala de Concertos de Shangai. A qualidade sonora é de fazer inveja a carros de marcas premium.

Expectativa versus realidade

A JAC divulga bons números para o T80. Equipado com motor 2.0 quatro cilindros turbo de 210 cv e 30,6 kgfm de torque a 1.800 giros. Ele fica atrelado a uma transmissão de dupla embreagem com seis marchas desenvolvida e produzida pela própria JAC. Animadores, não? Mas na prática, o SUV assume um perfil bem mais pacato e sereno do que se esperav. Não é tão animador quando um Tiguan R-Line com seu 2.0 TSI de números semelhantes, mas isso não quer dizer que o JAC ande mal.

Retomadas são rápidas e fazem com que o SUV embale com bastante facilidade. Contradição fica por conta das arrancadas, onde o turbo demora a encher e o T80 se arrasta por alguns segundos antes de desenvolver potência. Apesar de a fibra de carbono do painel tentar passar esportividade e os números também, ele se comporta como um SUV de sete lugares. A marca divulga 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, que é um bom tempo para um grandalhão de 1.775 kg.

Expectativa quando comparada à realidade também pode surpreender. Por preferência dos chineses, os carros feitos por lá tendem a ter suspensão mais macia e, quando não muito, molenga. A JAC sempre retrabalhou o conjunto para o mercado brasileiro e o T80 chamou a atenção por não parecer nem um pouco chinês. O conjunto é mais firme e controlado, permitindo que ele trafegue em velocidades altas na estrada sem parecer balançar atoa, como alguns rivais. Acima de 140 km/h a dianteira parece flutuar um pouco, mas é algo sutil.

A direção é bastante leve nas manobras e ganha peso em velocidade, mas ainda sim se mantém mais confortável. Ele conta com três modos de direção que modificam a dureza do conjunto. Já o freio ainda trabalha com mais curso de pedal que o desejado, outra característica comum aos chineses, o que causa um certo estranhamento nos primeiros metros.

Para apreciar o bom sistema de som do T80, a JAC o equipou com um bom isolamento acústico. O ronco do motor invade a cabine apenas quando trabalhado até as últimas rotações, mas aí que surge um problema. Ao acelerar com força, os passageiros da segunda e terceira fileira conseguem ouvir nitidamente o barulho da bomba de combustível sugando toda gasolina de dentro do tanque. Conforme o pé é aliviado do acelerador, o barulho some.

Conclusão

Pagar mais de R$ 100 mil em um chinês pode assustar muita gente, mas pense que alguns anos atrás o preconceito com os coreanos era o mesmo. Hoje você descarta um carro somente por ser produzido pela Hyundai ou pela Kia? Certamente que não. Provando que evoluiu muito com o T80, a JAC apresenta um SUV bem acertado e de preço (teoricamente) alto, porém justificável. Vacilos existem? Sim, como todo carro. Contudo, não são dignos de descartar o T80 da sua lista de compra, como acontecia com chineses mais antigos. E se você precisa de um SUV de sete lugares, só há uma alternativa mais barata que ele, o Lifan X80, mas não tenha dúvida, o JAC T80 já está alguma décadas à frente.

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