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Mercedes-Benz GLA 45 AMG: um sonoro palavrão | Avaliação

Em um mundo em transformação, o Mercedes GLA 45 AMG se despede de maneira gloriosa e com um belíssimo som

24/09/2019 - João Brigato / Fotos: João Brigato / Fonte: iCarros

Não da para negar que os carros a combustão estão com os dias contados. A Mercedes-Benz já anunciou que não desenvolverá mais propulsores movidos a gasolina ou diesel. Além disso, o crescimento de híbridos e elétricos vem crescendo verticalmente. Em seu último ano de vida, já que a nova geração está pronta, o Mercedes-Benz GLA 45 AMG passa pela avaliação de despedida.

Porta de entrada

Os Mercedes-Benz AMG são conhecidos por serem rápidos, caros, extravagantes e por produzir uma sinfonia em seus escapamentos – daquele tipo que só quem gosta de verdade de carro entende.

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Com motor 2.0 quatro cilindros turbo e nascido em uma plataforma de tração dianteira, era de se esperar que o GLA não fosse tão AMG assim quanto seus irmãos de tração traseira e motores V6 ou V8. Mas não é exatamente isso que acontece. O GLA 45 é violento e prazeroso ao dirigir

Sinfonia de Stefan

Produzido a mão na Alemanha e assinado por um engenheiro chamado Stefan, o motor 2.0 quatro cilindros do GLA 45 AMG é uma obra de arte. São 381 cv e brutos 48,5 kgfm de torque. Pode não parecer, mas ele ronca grosso e produz o mais belo som que já ouvi de um motor quatro cilindros.

Como um AMG puro, ele é capaz de ronronar em baixa rotação como um leão prestes a estraçalhar sua presa. Ele te catapulta a 100 km/h em apenas 4,4 segundos com o modo Sport Plus ativado.  A primeira vez em que acelerei forte o GLA 45 AMG meu corpo instantaneamente soltou um inevitável palavrão por cada poro.

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E não foi apenas por culpa aceleração vigorosa que me fez grudar no banco, mas sim pelo som emitido pelo GLA. O escapamento esportivo ronca alto e cria explosões ao trocar cada uma das sete marchas da transmissão automatizada de dupla embreagem. O trecho “rom pom pom pom” da música Man Down de Rihanna nunca combinou tanto com um carro.

Desloca baço

As trocas de marcha só se fazem sentir nos modos esportivo. Ainda bem! Pois esse comportamento contribui para a experiencia esportiva do GLA 45. Em modo Comfort, você não sentirá sua atuação do câmbio, já que o Mercedes tenta manter as rotações mais baixas quanto possível e priorizar o conforto. Se bem que essa característica não é tão atribuída assim ao GLA AMG.

Com suspensão muito dura e pneus run flat, o GLA não tem rodar tão suave. Em asfalto castigado ele reflete cada imperfeição para a sua coluna. Apesar disso, não é duro suficiente para causar tantos desconfortos como outros esportivos, sendo bastante possível usá-lo no dia-a-dia sem problemas.

É preciso sacrificar o conforto para que, junto da tração integral 4MATIC, o SUV compacto devore curvas com a mesma facilidade que uma criança come um chocolate. Os pneus 235/40 R20 grudam no asfalto, permitindo ao GLA contornar curvas com força suficiente para deslocar o seu baço.

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Essa agilidade é em grande parte atribuída à direção rápida e ágil. O volante é revestido de couro e traz Alcântara na região em que o motorista segura a maior parte do tempo. Tem a espessura certa e a velocidade de reação correta, além de ser mais pesado que em um GLA comum por conta do tempero esportivo.

Destaques de equipamentos para o GLA 45 AMG estão itens como piloto automático adaptativo (não tão moderno quanto o dos atuais Mercedes que praticamente dirigem sozinhos), aquecimento nos bancos dianteiros que também tem regulagem elétrica, teto solar panorâmico, Android Auto e Apple Car Play, leitor de DVD e controle de largada.

Sinais do tempo

Se andando o GLA 45 AMG impressiona, em outros aspectos ele já entrega sinais do tempo. O SUV foi lançado em 2013 e reestilizado há dois anos. A nova geração já está praticamente ponta e será lançada no ano que vem. Com seus irmãos de plataforma Classe A, Classe B e CLA totalmente renovados, as rugas do GLA ficaram claras.

A cabine tem visual interessante, mas datado. A central multimídia é pequena demais e não é sensível ao toque, dificultando sua operação, requerendo costume para operar pelo rotor no console. Faz quanto tempo que você não vê teclas de telefone em um painel? Pois o GLA as têm, junto a uma infinidade de outras teclas para controlar o rádio

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O acabamento é esmerado como se espera de um Mercedes-Benz, incluindo revestimento macio ao toque nas portas dianteiras e traseiras. Há uma sessão de plástico decorada com imitação de fibra de carbono e alguns adesivos, que deixa uma aparência de versão esportiva de hatch de marca generalista.

Outro ponto em que a idade pesa ao GLA 45 AMG são as luzes. Todos os comandos trazem iluminação âmbar e há luz decorativa no retrovisor com o mesmo tom. No mundo dos LEDs multicoloridos, fica claro que esse é um carro pensado dez anos atrás. Os comandos do ar-condicionado digital em posição baixa também não contribuem.

Sem painel de instrumentos digital como nos atuais Mercedes, o GLA 45 AMG mostra sua veia mais esportiva. A manopla de câmbio em posição regular, não como haste atrás do volante, também é uma adição bem-vinda.

É SUV?

Pensado com o prazer ao dirigir como prioridade, o GLA 45 AMG não parece ter sido planejado para além de duas pessoas. Enquanto o banco do motorista tem ótimo suporte e é confortável para longas viagens mesmo em velocidade mais alta, o espaço traseiro é escasso. O GLA é apertado, tem linha de cintura alta e teto baixo, atiçando a claustrofobia de quem senta atrás.

O porta-malas de 421 litros é suficientemente grande para ele, além de ser auxiliado pela abertura elétrica. Mas vale lembrar, é preciso apertar uma tecla para abrir, já que a chave é presencial apenas para ligar o motor, não para destravar as portas ou abrir a mala por gestos.

Com pouca altura do solo e porte príximo ao de um VW Golf, o GLA 45 AMG está mais para um hatch médio que para um SUV. São 4,44 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,48 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. Sua vantagem perante ao Classe A AMG, que é um hatch, é a suspensão ligeiramente elevada que permite passar por valetas sem largar o para-choque no meio do caminho.

Externamente o visual ainda agrada apesar do tempo. Os para-choques agressivos, as rodas grandes de 20 polegadas e os detalhes em preto dão personalidade ao GLA AMG. Há que destacar a sutileza dos LEDs de faróis e lanternas. Ao terminar de dar seta a barra de LED dos faróis retorna sutilmente para a coloração branca – um charme.

Conclusão

Cobrar R$ 379.900 por um carro prestes a sair de linha e é apertado pode parecer insanidade. Mas insano de verdade é o jeito que o Mercedes-Benz GLA 45 AMG anda. Não é o mais rápido e barulhento Mercedes-AMG, mas é brutal e divertidíssimo de dirigir como carros com essa sigla devem ter. Só seu ronco e escapamento pipocante já valeriam muito à pena esquecer a razão por agluns minutos.

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