Vectra e Corolla se enfrentam na vice-liderença

É fato que o Civic reina entre os sedãs médios e o objetivo de cada montadora é achar um produto que possa enfrentar o três volumes da Honda de igual para igual. A Toyota briga com a décima geração do Corolla na segunda colocação. A Chevrolet está em terceiro, um pouco longe, mas sempre tentando beliscar os dois primeiros em vendas. Para poder se igualar aos rivais, o fabricante foi ver o que os dois tinham de melhor e o que faltava ao Vectra. Assim, mexeu na frente, dando um toque de esportividade, e aplicou mais potência ao motor.

Colocamos os dois postulantes a líder da categoria para se enfrentar, em suas versões intermediárias e com câmbio automático, para ver quem poderia assumir a ponta. Começamos pelo segundo colocado. O Toyota Corolla XEi tem preço inicial de R$ 69.650 e traz direção elétrica, ar-condicionado digital, computador de bordo, freios ABS com distribuidor eletrônico de frenagem, airbags frontais e laterais e rodas de 16 polegadas. De opcional, apenas bancos revestidos de couro e piloto automático.

O Vectra começa em R$ 64.542 com a diferença de ter direção hidráulica, airbags apenas frontais e piloto automático de série. O carro peca em não trazer freios ABS para a versão automática, mas o comprador pode optar pela versão Elite, que tem, entre outras coisas, o assistente de frenagem e rodas de 17 polegadas. A versão top parte de R$ 70.664, pouco mais de R$ 1.000 em relação ao Corolla intermediário.

Vectra fica mais esportivo; Corolla é o sério da turma

No estilo, o Chevrolet Vectra pedia por uma atualização e ela veio em fevereiro, embora discreta. A grade entrou na nova era de estilo da GM norteamericana, com um friso na cor da carroceria, repetindo o que já aconteceu no Captiva e no Meriva. O detalhe tirou a cara de sisudo do sedã e passou um ar de esportividade ao modelo. Faltaram apenas alterações na traseira, que continua clássica, com lanternas vermelhas e frisos cromados.

O Corolla, quando entrou na décima geração, preferiu seguir caminho contrário do bem-sucedido rival Honda Civic. Em vez de linhas agressivas, o Toyota manteve sua identidade, com traços sérios. Com as mudanças no Vectra, o Corolla é um dos poucos sóbrios da turma de sedãs médios, junto ao Citroën C4 Pallas, e enfrenta os ‘esportivos’, que também contam com o apoio do Renault Mégane, Nissan Sentra e Volkswagen Jetta.

Motor do GM cresceu, mas câmbio não acompanhou

Outra mudança bem-vinda ao Chevrolet Vectra foi no motor. O bloco de 2,0 litros ganhou 12 cv, chegando aos 133 cv de potência (gasolina) e 140 cv (álcool), ambos a 5.600 rpm. Ganhou também no torque, com 18,9 kgfm (g) e 19,7 kgfm (a) a 2.600 giros. O resultado é um motor mais esperto, com foco no trânsito urbano e boas arrancadas. O problema é que o câmbio não acompanhou as mudanças. A caixa de quatro velocidades demora a entender a vontade do motorista e prejudica, principalmente, as retomadas. Com a tecla ‘Sport’ acionada, ele estica mais as marchas e aumenta o ruído interno, mas fica mais esperto. O excesso de ruído e vibrações incomoda em viagens mais longas.

O conjunto da suspensão, modificado, ficou mais confortável sem prejudicar a já boa estabilidade do Vectra. Passar em ruas esburacadas, porém, ainda faz a carroceria chacoalhar. Sente mais quem está no banco traseiro.