A Controlar, empresa que administra o sistema de Inspeção Veicular no município de São Paulo (SP), divulgou o balanço das inspeções realizadas entre fevereiro e junho de 2012 (placas com final de 1 a 3). No período, foram verificados 949.051 carros, motocicletas e veículos a diesel, sendo que, deste total, 19,2% não foi aprovado na primeira inspeção. Os motoristas que passarem duas vezes pela inspeção e não tiveram êxito somam 5,3% até 31 de junho.
Veículos de passeio: maior vilão é a pré-inspeção visual
Engana-se, porém, quem acha que a emissão fumaça é o que mais reprova. O levantamento da Controlar para o primeiro semestre revela que em 50,2% das inspeções que resultaram em reprovação de veículos de passeio se deram ainda na primeira fase, a da pré-inspeção visual, que verifica a integridade dos sistemas. Deste total de reprovações, 27,8% se deu por alterações ou avarias no sistema de admissão, 25% por emissão de fumaça visível, 21,1% por vazamento de fluidos e 14,5% por alterações, avarias ou deterioração do sistema de escape. Foram 829.114 automóveis inspecionados no período, sendo que o índice de reprovação na primeira verificação é de 17,7%.
O segundo responsável por reprovações é a inspeção computadorizada, que verifica efetivamente a emissão de gases CO, CO2 e HC. Do total de não aprovados, 41,1% foi barrado nesta fase. O monóxido de carbono (CO) reprovou 47,3% dos veículos na inspeção computadorizada. Em 25,4% dos casos, o índice de hidrocarbonetos (HC) estava além do esperado e, em 24,5% , CO e HC altos foram o motivo da reprovação. Por último, a inspeção visual (presença de equipamentos responsáveis pelo controle de emissões) reprovou 7,2% do total.
Ela que verifica o estado dos sistemas de controle de emissões de gases e ruídos.
Motocicletas: CO é o principal fator de reprovação
Das 104.946 inspeções realizadas em 84.397 motocicletas entre fevereiro e junho de 2012, 74,9% resultou em aprovação. Dos reprovados, 62% foram barrados na inspeção computadorizada e 32,1% na pré-inspeção visual. Na análise das sondas, o CO foi o principal fator de não aprovação, reprovando a motocicleta em 66,36% das oportunidades. No visual, 64,7% do total de reprovados apresentavam emissão de fumaça visível, enquanto 24,5% tinha funcionamento irregular do motor. O índice de reprovação na primeira inspeção de motocicletas é de 24,5%.
Veículos a Diesel
Leves - entre os veículos leves movidos a diesel, 33.632 inspeções foram realizadas em 22.379 automóveis no primeiro semestre de 2012. O índice de aprovação nesse caso é de 59%. Dos reprovados, 51% não passaram pela pré-inspeção visual e 42,6% foi rejeitado pela análise dos gases. No primeiro caso de reprovação, emissão de fumaça visível e nível de óleo abaixo ou acima do recomendado foram a maior causa de rejeições. Com 41,4% de reprovações na primeira inspeção, esse tipo de veículo obtém a pior performance segundo o levantamento da Controlar
Pesados - o número de inspeções em ônibus e caminhões ainda é baixo devido ao início do período de licenciamento e inspeção desse tipo de veículo começar após os automóveis de passeio e motocicletas. Foram 20.549 inspeções em 7.938 ônibus e 5.223 caminhões com índice de reprovação de 44,2%. Dos rejeitados, 87,5% apresentavam emissão visível e intensa de fumaça preta ou azul. Esse tipo de veículo é o segundo que mais reprova na primeira inspeção, com 30,7% de rejeição.
Inspeção salvou 584 vidas em 2011
De acordo com um estudo do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, os benefícios da inspeção veicular salvaram o equivalente a 584 vidas na capital paulista e em 39 municípios da região metropolitana e evitaram 1.515 internações hospitalares por problemas respiratórios e cardiovasculares graças à diminuição na emissão de material particulado na atmosfera. Em termos financeiros, é uma economia de R$ 160 milhões segundo o estudo da USP. O valor economizado é 20 vezes superior ao que foi pago pela inspeção desses veículos.
Inspeção é necessária até para veículos com um ano de uso
"Por que carros com um ano de uso precisam passar pela inspeção?". Essa é uma das principais dúvidas dos paulistanos que precisam levar o carro para a inspeção. Quem responde é Harald Peter Zwetkoff, presidente da Controlar: "o responsável por determinar quem precisa fazer a inspeção é Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e eles consideraram o perfil do motorista brasileiro, o uso do automóvel e o estado da frota circulante".
De acordo com um levantamento da empresa, em 2011, 1.554.015 veículos com tempo de uso entre um e três anos foram inspecionados e 164.312 foram reprovados, mostrando que não é só porque o carro é novo que ele está funcionando de maneira correta. Zwetkoff complementa: "O uso de combustível de má qualidade pode afetar os sistemas do carro e fazer com que ele polua. As modificações também reprovam, pois um veículo novo sem catalisador pode poluir até 15 vezes mais que um modelo com a peça."
Serviço:
Calendário para inspeção veícular
Final da placa / início do agendamento / prazo da inspeção
Veículos movidos a gasolina, etanol, flex, GNV, diesel leve, ônibus e motocicletas
1 / 2 de janeiro / de 1 de fevereiro a 30 de abril
2 / 2 de fevereiro / de 3 de março a 31 de maio
3 / 3 de março / de 2 de abril a 30 de junho
4 / 3 de abril / de 3 de maio a 31 de julho
5 / 3 de maio / de 4 de junho a 31 de agosto
6 / 3 de maio / de 4 de junho a 31 de agosto
7 / 4 de junho / de 3 de julho a 30 de setembro
8 / 4 de julho / de 3 de agosto a 31 de outubro
9 / 3 de agosto / de 3 de setembro a 30 de novembro
0 / 3 de setembro/ de 3 de outubro a 31 de dezembro
Caminhões
1 e 2 / 4 de junho / de 3 de julho a 30 de setembro
3, 4 e 5 / 4 de julho / de 3 de agosto a 31 de outubro
6, 7 e 8 / 3 de agosto / de 3 de setembro a 30 de novembro
9 e 0 / 3 de setembro / de 2 de outubro a 31 de dezembro
Taxa de inspeção: R$ 44,36