04/09/2022 - Henrique Koifman/ RF1 / Foto: Divulgação e Henrique Koifman / Fonte: iCarros
As versões sedã do Honda City, do Toyota Yaris e o Nissan Versa estão entre os (muitos) sedãs compactos disponíveis atualmente no Brasil. Entre eles, qual seria a melhor compra? Neste post, fazemos uma comparação entre os três “conterrâneos” (são todos de marcas japonesas). Confira.
Briga boa
Basta olhar para a quantidade de modelos e marcas que oferecem sedãs compactos em nosso mercado para perceber que eles formam uma das categorias mais disputadas por aqui. Ainda que os SUVs e carros pequenos de dois volumes vendam mais, os sedãzinhos seguem firmes.
Com mais espaço – especialmente para bagagens – que os atuais “donos do mercado”, esses carros de três volumes são os queridinhos dos motoristas de táxi e de aplicativos; de frotistas para aluguel e atendimento a empresas e, também, de jovens famílias em busca de sua praticidade.
E são justamente esses atributos, somados a outras qualidades, como robustez, confiabilidade de suas marcas, bom pacote de acessórios e recursos e bom valor de revenda que colocam nossos três personagens de hoje na disputa.
Japoneses de origem, nenhum deles é de fato produzido na Terra do Sol Nascente: enquanto Yaris e City vêm de fábricas no interior de São Paulo, o Versa é trazido do México. O Nissan é também o único que não possui um irmão de dois volumes por aqui.
Comecemos pelas aparências e conforto
Embora tenham desenhos que vêm de uma mesma escola, os estilos das carrocerias de nossos três sedãs revelam certa personalidade – especialmente em relação a suas dianteiras. Em comum, todos remetem a seus irmãos maiores.
No caso do Toyota Yaris, que foi lançado aqui em 2018 e ainda não passou por mudanças mais significativas, a referência é o Corolla da geração anterior. Suas linhas são fluidas e, no geral, não mostram grandes ousadias.
Faróis e lanternas têm um desenho interessante e, com a pintura da parte central do para-choques dianteiro escurecida – um retoque do modelo 2023 –, ele não destoa do restante da linha atual da Toyota, de lançamento mais recente.
Dos três, ele é o mais alto: 1,490 m, contra 1,477 m do Honda e 1,475 do Nissan, e isso se reflete na ligeira sensação de maior espaço que se tem em sua cabine e, também, na posição um pouquinho mais elevada que é possível escolher para regular o banco do motorista.
A atual geração do Nissan Versa é um pouco mais recente – foi lançada na América do Norte no final de 2020 – e, por isso, ele é mais parecido com o atual mano médio, o Sentra. Seu desenho é mais marcado por curvas suaves que o dos outros dois, o que dá a impressão de maior fluidez.
Alguns detalhes, como o feitio de ponta de lança de suas lanternas traseiras e o spoiler sob o para-choque traseiro, de inspiração esportiva, quebram um pouco isso. E, ainda assim, dos três, talvez seja o que tem o desenho da dianteira mais marcante – afinal, sua grade com desenho em cunha é maior que a dos demais.
Ele é também um tantinho maior no entre-eixos: 2,620 m, contra 2,600 m do City e 2,550 do Yaris. Nesse quesito, aliás, Honda e Nissan praticamente empatam em um jogo de altíssimo nível. Em ambos, o espaço para as pernas dos passageiros no banco de trás é maior do que no Toyota.
Já o City, lançado este ano, se alinha com os outros recentes modelos da Honda – embora, dos três, talvez seja o que guarda menos semelhanças com o irmão maior sedã. Isso porque, enquanto o Civic de 2022 tem um perfil mais ao estilo cupê, o compacto tem seus três volumes um pouco mais marcados.
Com a frente marcada por linhas horizontais, reforçadas por uma grande faixa cromada, ele se destaca pelo conjunto de faróis, full LED na versão mais cara Touring, que lhe dá um jeitão mais tecnológico.
De um modo geral, dos três, é o que ostenta um estilo mais agressivo, dando a impressão de ser um carro mais “brabo” que os demais. Por outro lado, com seus generosos 519 litros de capacidade no porta-malas (contra 482 no Versa e 473 no Yaris), é o que mais bagagens da família pode levar.
Vamos entrar
Por dentro, ainda que haja diferenças bem expressivas de desenho e – a depender da versão – de materiais, o padrão desse trio é equilibrado. Todos seguem a (boa) escola japonesa no que diz respeito a ergonomia, simplicidade (sem pobreza) e praticidade.
Entre os três, o Yaris é o que tem o jeitão, digamos, mais conservador. Tanto no desenho de painéis de porta, tablier e instrumentos, quanto na combinação de cores e texturas. Nada que pareça antiquado, mas bem mais discreto que os apliques em branco, por exemplo, usados no Honda e no Nissan.
Nos painéis de instrumentos, por ser mais recente, o City leva vantagem, com suas versões intermediária e topo de linha fornecendo as informações em uma tela de TFT de 7″ com alta resolução e várias opções de configuração – incluindo até um indicador de força G, como nos superesportivos.
No Toyota, os mostradores analógicos são bem simples, mas de fácil leitura. As demais informações são expostas em uma pequena tela digital, com interface sem maiores sofisticações ou coloridos. Você pode conferir um test-drive com o modelo aqui.
Já no Versa mais simples, o arranjo é mais clássico, com dois grandes relógios para velocidade e rpm e uma pequena tela com o computador de bordo. Nas versões mais caras, porém, metade do painel é digital em tela de TFT configurável, combinando uma série de recursos e informações.
Os bancos dos três modelos são confortáveis e fáceis de ajustar, embora tenham – novamente – estilos um tantinho diferentes. Enquanto no Toyota e no Nissan a pegada é mais pelo lado do funcional-confortável, o Honda remete (novamente) um pouquinho mais para o lado esportivo.
Assim, há mais apoio lateral para motorista e – ia escrever co-piloto, o que seria um exagero – acompanhante e é possível ajustar a posição do condutor para um nível mais baixo que o dos outros dois, o que combinado com o arranjo de volante e painel, numa configuração (com o perdão do provável exagero) de cockpit.
Câmbios iguais, motores nem tanto
O Versa é – ou era? – o único dos três a oferecer aqui uma opção de entrada manual – o Sense MT, que você pode conferir neste teste que fizemos aqui no iCarros [https://www.icarros.com.br/noticias/testes-e-comparativos/nissan-versa-sense-manual:-em-busca-do-custo-beneficio/29970.html]. A dúvida é porque, embora conste de sites de concessionários, esta versão mais barata não aparece mais no site da montadora.
As demais versões do Versa, assim como todas as dos dois rivais, contam com um câmbio automático do tipo CVT, ou continuamente variável. Mas, enquanto no Nissan há simulação de seis marchas, mas não a opção para troca manual, que tanto o Honda quanto o Toyota, oferecem.
Nesses dois, há simulação de sete velocidades e é possível reduzir ou subir as marchas por meio de borboletas no volante. Já a famosa teclinha “sport”, que mantém os giros do motor mais altos, tornando a performance um pouco mais agressiva (e divertida), está presente nos três modelos.
Em termos de motor, porém existem diferenças. Eles são até parecidos em termos de torque – 14,9 kgfm para o 1.5 do Yaris, 15,5 kgfm para o 1.6 do Versa e 15,8 kgfm para o 1.5 do City. Mas, quando o assunto é potência, o Honda é mais forte, com 126 cv, seguido pelo Versa (114 cv) e pelo Yaris (110 cv).
Esses cavalinhos a mais se explicam, entre outras coisas, pelo Honda, mais recente, ser o único da turma a contar com injeção direta de combustível e aparecem na forma de uma sensação um pouco mais “esportiva” que nos outros, quando o aceleramos em partidas (largadas) e retomadas.
Um pouco, mas ainda distante do esportivo, especialmente por ele, o câmbio CVT que, com seu regime de funcionamento, mantendo os giros “estacionados” nas faixas de maior eficiência, corta um tanto do barato de se acelerar esses carros. Mas esta, afinal, não é sua proposta, mesmo.
Na prática, os três modelos andam bem parecido, o que dá para confirmar, novamente, por seus números:
Aceleração de 0 a 100 km/h em segundos (etanol) / velocidade máxima em km/h (etanol)
Honda City – 10,6 / 186
Nissan Versa (CVT) – 10,7 / 180
Toyota Yaris – 11,8 / 182
Outra vantagem do City, por conta de seu motor um pouco mais atualizado, está nos dados de consumo. Confira na comparação:
km/litro – cidade etanol/gasolina – estrada etanol/gasolina
Honda City – 9,2 / 13,1 – 10,5 / 15,2
Toyota Yaris – 8,9 / 12,9 – 10,5 / 14,7
Nissan Versa (CVT) – 8,0 / 11,7 – 10,0 / 13,9
Segurança e outros recursos
Os três modelos vêm com bons pacotes de segurança, especialmente – claro – em suas versões mais completas. O básico, porém, é oferecido em toda a linha – caso dos air-bags, seis no City e no Versa e no Yaris (que tem como diferencial um sétimo, para proteger os joelhos do motorista, na versão topo de linha XLS).
Todos vêm com controles eletrônicos de estabilidade e de tração, assistente de partida em rampa e sistema de frenagem ABS com assistência de frenagem de emergência e alerta de colisão. No Honda e no Toyota, há assistente e alertas para mudança de faixa, ausente no Nissan.
Por sua vez, o Versa conta com alerta de tráfego cruzado traseiro, fora do cardápio dos demais. No City Touring, basta acionar a seta para a direita para que uma imagem de uma câmera na lateral surgir na tela da multimídia, eliminando pontos cegos.
Estes são também indicados nos outros dois modelos, mas por meio de alertas visuais e sonoros, mas somente o Honda oferece três opções de “enquadramento” para sua câmera de ré, que pode mostrar um plano superaberto (grande angular), normal ou apenas o solo, próximo ao para-choque.
E quanto eles custam?*
Honda City
EX - R$ 113.200,00
EXL - R$ 121.200,00
Touring – 130.900,00
Toyota Yaris Sedã
XL - R$ R$ 97.290,00
XS - R$ 106.490,00
XLS - R$ 118.690,00
Nissan Versa
1.6 Sense MT - R$94.890,00 (no site do concessionário AB San Diego, do Rio, em 1/09/2022)
1.6 Sense CVT – R$101.330
1.6 Advance CVT – R$ 109.370
1.6 Exclusive CVT – R$ 121.690
(*) valores sugeridos pelas montadoras para o Distrito Federal, apurados em 1/9/2022
Conclusão
Como você deve ter percebido ao longo deste post, há um certo equilíbrio entre nossos três “competidores”, especialmente no que diz respeito à (boa) fama de suas marcas, embora tenham cada um lá a sua personalidade – e características.
Em termos de estilo, podemos dizer que o Yaris é o mais voltado para o conforto – incluindo uma suspensão mais macia e respostas mais suaves –, enquanto o City, mais firme e com posição de dirigir mais baixa e reações que passam a sensação de maior arrojo, pende para o esportivo.
O Versa fica entre os dois. Ele tem justamente nesse equilíbrio um de seus maiores argumentos de venda, além de ser um carro que não cansa – como pude comprovar em um longo test-drive.
Entre os três, por ser o mais recente, o Honda City chega na frente em quesitos como eficiência energética (bebe menos) e tecnologia – sobretudo em itens como câmeras de monitoramento, painel de instrumentos e funções do computador de bordo. Por outro lado, é o mais caro da trinca.
O que modelos como esses têm de mais atraente é sua versatilidade, pois mesmo com um porte compacto, oferecem espaço suficiente para uso tanto urbano quanto em viagens, inclusive de famílias com filhos (e sua parafernália). Nisso, os três “japas” mandam bem.
Argumentos expostos, qual dos três seria a sua escolha?
Acompanhe as novidades do mundo automotivo pelo iCarros no:
Facebook (facebook.com/iCarros)
Instagram (instagram.com/icarros_oficial)
YouTube (youtube.com/icarros)
Veja o resultado na hora e compare os preços e benefícios sem sair de casa.
cotar seguro