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Honda Civic x Toyota Corolla: desempatando o meio de campo

Após mudar de geração, Corolla quer passar o Civic. Será que o facelift da Honda consegue segurar a novidade da Toyota?

29/07/2014 - Texto e Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Em março, a Toyota apresentou a nova geração do Corolla e, desde então, tenta retomar a liderança no segmento de sedãs médios, que hoje está nas mãos de seu arquirrival: o Honda Civic. Os números da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veíuclos Automotores) mostram que a tática tem dado resultado. Em junho, o Toyota teve 5.001 unidades comercializadas, contra 4.083 do Honda. Mas a liderança do Corolla ainda não é plena, pois, no acumulado do ano, o Civic continua na frente. Foram 25.128 vendas contra 26.947, respectivamente. Para desenrolar esse meio de campo dos sedãs médios, o iCarros pôs frente a frente os rivais em suas configurações intermediárias para dizer quem merece o primeiro lugar.

O Corolla na configuração XEi custa R$ 79.990 e traz de série ar-condicionado automático, controle de cruzeiro, bancos de couro, câmera de ré, acionamento elétrico de vidros, travas e espelhos e direção com assistência elétrica. Exatamente os mesmos equipamentos do Civic LXR, que custa R$ 74.900. Então, o Honda já desponta como o melhor negócio? Não. O Toyota justifica seu valor mais alto com o acréscimo de itens importantes, como tela multimídia e airbags laterais, além dos frontais obrigatórios. Tais equipamentos não estão presentes no rival.

Em motorização, ambos são 2.0 flex. Mas o Civic gera 155 cv com etanol e 150 cv gasolina, ligeira vantagem sobre os 154 cv ou 143 cv do Corolla. A resposta vem em torque. Com etanol, o Toyota desenvolve 20,3 kgfm, contra 19,5 kgfm do Honda. Tanto Corolla como Civic possuem câmbio automático. Enquanto no último, a caixa é convencional de cinco marchas e com conversor de torque, o primeiro recebeu uma de concepção mais recente, do tipo CVT, com relações continuamente variáveis.

Os sedãs empatam de novo nas medidas, com 1,8 m de largura e 2,7 m de entre-eixos. O Toyota leva vantagem sobre o Honda em comprimento (4,6 m contra 4,5 m), altura (1,5 m contra 1,4 m) e no bagageiro, que leva 470 litros contra 449 litros do Civic.

Forma e função

Ser um concorrente no segmento dos sedãs médios exige alguns sacrifícios até mesmo pela demanda do mercado. Esse tipo de carro precisa ter um design sóbrio e desempenho convincente. A renovação do Corolla adicionou ângulos agudos à carroceria e trouxe o modelo da Toyota para as exigências do século XXI (confira os detalhes do lançamento aqui).

Em 2007, quando o Civic mudou de geração pela última vez, a Honda conseguiu chegar nesse mesmo objetivo, mas parou por aí. O visual do modelo vive à base de facelifts desde então e a última renovação, ocorrida em junho, mudou apenas para-choques e grade dianteira numa rápida tentativa de reagir à nova geração do Corolla (clique aqui e veja o texto completo). O resultado é o que se vê nas fotos: enquanto o Toyota tem ares de novidade, o Honda parece o mesmo carro de anos atrás.

O painel do Civic, em dois níveis e com comandos voltados para o motorista, evoca uma esportividade que o carro não entrega de fato. O do Corolla pode não levar nenhum concurso de design, mas é bem montado e conta com ergonomia exemplar, com todos os comandos e botões intuitivamente dispostos. Enquanto no Honda perde-se um tempo desvendando qual comando faz o quê ou em qual das três telas à frente do motorista as informações aparecerão, no Toyota, é só girar a chave e correr para o abraço. Nele, não demora para que o condutor comece a operar até mesmo a central multimídia sem sequer olhar para baixo.

Que rei sou eu?

A tentativa de evocar esportividade se reflete no comportamento do Civic. O volante de raio pequeno é um convite para uma pegada mais agressiva, assim como as rodas de 17 polegadas. A suspensão tem um acerto no meio termo entre dirigibilidade e conforto: passa algumas das imperfeições do asfalto para a cabine, mas não incomoda. No Corolla, com rodas de 16 polegadas, o acerto é bem mais voltado ao conforto. Enquanto permite que a carroceria oscile nas mudanças de direção, o sedã torna o passeio mais relaxante que no rival.

O conjunto de motor e câmbio entrega uma aceleração suficiente, mas o bloco 2.0 fica ruidoso após os 3.000 giros e a transmissão, apesar de ter funcionamento suave, ainda deixa perceptíveis as passagens de marcha, algo que o CVT do Corolla não faz. O motor do Toyota também se mostra disposto numa variedade maior de rotações. Seja em alta ou em baixa, o propulsor responde e seu ruído só começa a ser percebido pra lá das 4.000 rpm, ainda assim de maneira contida.

Aí fica a pergunta: nesta categoria, o carro tem de ser confortável ou esportivo? A escolha varia de acordo com o gosto de cada um, mas o Corolla é honesto. É um sedã médio, voltado para um público maduro que busca conforto e refinamento ao rodar. E é exatamente isso que ele entrega. Já o Civic tenta angariar público também entre os compradores mais jovens, que querem visual e comportamento agressivos. Mas o sedã da Honda não é nenhum esportivo de nascimento.

Veredicto de Thiago Moreno - O Corolla consegue ser moderno sem lançar mão de uma esportividade que não existe, enquanto o Civic tenta, por meio de alguns elementos visuais, manter o impacto que causou há sete anos, quando sofreu sua última renovação radical - que ainda atrai olhares nas ruas. Porém, melhor equipado, confortável e, principalmente, mais condizente com sua proposta, o Corolla leva o comparativo e deve retomar a liderança do segmento nos próximos meses.

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