Ano de Salão do Automóvel significa ano repleto de lançamentos. Em 2010, será assim não só pela feira, que acontece no final de outubro, como também pelo fato de o Brasil ter conquistado o quinto lugar entre os maiores mercados automotivos do mundo (brigando com a Alemanha pelo quarto posto) e estar no foco de investimentos e novos projetos, ao lado de outros emergentes, como a Índia, China e Rússia. Nos primeiros seis meses deste ano, foram aproximadamente 30 novidades, entre modelos inéditos, novas versões ou motorizações, e até a chegada de marcas que não operavam por aqui. E o segundo semestre já começou com diversos lançamentos, sendo quatro deles só neste mês. São 20 anos desde a abertura do mercado às importações. Antes disso, o consumidor brasileiro podia contar apenas como opção de compra modelos da Fiat, Ford, Chevrolet ou Volkswagen. Atualmente, dentro de um segmento apenas, ele tem mais de dez marcas diferentes para escolher, de acordo com a necessidade, uso do carro e disponibilidade da carteira. Se por um lado, essa realidade mostra o amadurecimento da indústria automotiva e posiciona o Brasil entre os mais importantes mercados automotivos do mundo, por outro lado ainda há muito a fazer para respeitar, de fato, o consumidor brasileiro. Isso se reflete no atendimento das concessionárias, no serviço de pós-venda, na realização de recalls e, principalmente, em realmente oferecer o que há de mais novo e moderno, como é feito na Europa e nos Estados Unidos. É fácil identificar nas ruas lançamentos que já saíram de linha ou são vendidos como alternativa mais em conta lá fora. Ou seja, muito do que é aposentado das ruas europeias, asiáticas ou norteamericanas chegam aqui com o rótulo de lançamento, o que é explicado, em grande parte, pelo reaproveitamento do ferramental, ou seja, as máquinas e equipamentos que dão origem a um modelo e são a principal fonte de custo de um fabricante. E são muitos os emails de leitores/compradores indignados com o fato de terem adquirido “sucata” estrangeira. Para que esta solução encontrada pelas montadoras acabe, ou passe a ter menos incidência, indico a mesma receita usada para reduzir a corrupção política para comprar um carro: estude o histórico do seu candidato, a origem, em quais regiões atua, a idade, por quantas atualizações já passou... E, se depois de elegê-lo, você descobrir que foi enganado, não pense duas vezes: mude de partido.
