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Quem tira a liderança do Eco? Renegade ou HR-V?

Cenário do segmento de utilitários compactos muda com o primeiro mês cheio de vendas após a chegada do Jeep e do Honda

08/06/2015 - Anelisa Lopes / Fotos: Gabriel Aguiar / Fonte: iCarros

Desde o seu lançamento, em março deste ano, o Honda HR-V tem abalado o reinado do Ford EcoSport que, há tantos anos, liderou o segmento de SUV´S compactos sem medo do seu principal concorrente, o Renault Duster. De acordo com dados da Fenabrave (veja os números aqui), não só o utilitário de ascendência asiática tem se mostrado uma ameaça de peso para o Ford, mas também o Jeep Renegade, que encostou na terceira colocação, pouco atrás do Duster, no primeiro mês cheio de vendas depois da sua estreia.

Neste comparativo, o iCarros selecionou os três modelos protagonistas deste embate em suas versões intermediárias: EcoSport FreeStyle Plus 2.0 Powershift, HR-V EX 1.8 CVT e Renegade Longitude 1.8 automático (a versão fotografada neste comparativo é a Sport, que difere da Longitude pela ausência de rack de teto, alguns equipamentos de série e possui rodas de 16 polegadas). Todas possuem preços na faixa dos R$ 80 mil e mostram o porquê de subir ou cair na tabela dos mais vendidos. 

Honda HR-V EX 1.8 CVT
R$ 80.400

Itens de série: direção elétrica, rodas de 17", ar-condicionado, assistente para partida em rampa, controle de estabilidade e de tração, trio elétrico, piloto automático, câmera de ré, farol de neblina e rack de teto 

O HR-V é um legítimo crossover por reunir características de diversos segmentos. O espaço é de SUV médio, como o CR-V (são 2,61 m de entre-eixos mais 437 litros de porta-malas), a dirigibilidade lembra muito a de um sedã, como o Civic, e a versatilidade remete a um monovolume, como o Fit. De fato, a Honda selecionou as principais qualidades de outros modelos da sua linha e as agrupou no HR-V. 

Em potência, está à frente do Renegade e atrás do Eco. Com álcool, são 140 cv de potência e 17,4 kgfm de torque, o menor de todos. A diferença de potência é pouco sentida na velocidade final, mas o torque, mais baixo e com pico em 5.000 rotações, se traduz em menos força de retomada. Um dos fatores que também interfere neste comportamento é o câmbio CVT, com relações infinitas de velocidade. 

Como não existem marchas neste tipo de transmissão, o câmbio sempre trabalha de forma progressiva, fazendo com que não haja mudança brusca de uma velocidade para outra, ou seja, os trancos característicos de uma troca de marcha não são sentidos, como no automátido do Renegade. As principais vantagens deste tipo de câmbio é a suavidade e consumo de combustível (de acordo com a Honda, são 7,1 km/h na cidade e 8,5 km/l na estrada, com álcool). 

Na estrada, no entanto, o motorista percebe mais demora na resposta do motor após a pressão no acelerador, já que é o sistema quem define qual é a melhor relação para o momento. No caso do HR-V, há também o modo L (que faz referência à primeira marcha) e o S (esportivo), mas que pouco muda em relação D (drive) tradicional. 

Modularidade dos bancos e espaço interno estão entre as princpais qualidades do HR-V. Não há como negar que a Honda otimizou a construção do veículo para favorecer o conforto dos ocupantes na parte da frente e de trás.O modelo parece pequeno por fora, mas é realmente grande por dentro. 

O acabamento usa plástico de boa qualidade, sendo que alguns pontos contam com revestimento de tecido. Visualmente, o conjunto agrada, mas o lay out do sistema multimídia parece meio atrasado, enquanto a saída tripla de ar tem pouco sentido levando-se em conta que um deles poderia estar na parte traseira.

Jeep Longitude 1.8 automático 
R$ 80.900

Itens de série: roda de liga de 17", direção elétrica, ar-condicionado, assistente partida em rampa, controle de estabilidade e tração, trio elétrico, cargo box, câmera de estacionamento e piloto automático, rack teto, GPS

Apesar de ser um utilitário esportivo, o Renegade invoca uma pegada de jipe. No caso da versão avaliada, nem pelo desempenho off road, já que ela é 4x2, mas pela robustez transmitida pelo conhecido design característico Jeep, imortalizado pela grade vertical, e também pelos detalhes do acabamento interno, como a alça de apoio acima do porta-luvas, como nos originais Willys. 
 
O modelo é o menos potente de todos. Abatecido com álcool, gera 132 cv, mas, no que diz respeito ao torque, é equivalente ao do Eco, com 19,1 kgfm. No Renegade, no entanto, a força máxima aparece em menor rotação, aos 3.750 rpm, fazendo com que haja mais disposição na arrancada. Mesmo com menos potência, ele não fica muito atrás dos concorrentes e não precisa de muito mais pressão no acelerador para embalar.  

Fazendo par com o 1.8 ETorq Evo da Fiat (que recebeu algumas adptações para se encaixar ao Renegade), o câmbio automático de seis velocidades trabalha de forma honesta: não decepciona, mas também não é superlativo. O motorista sente todas as mudanças eletrônicas de velocidade e, caso queira ter o comando delas, terá de usar a alavanca para avançar ou reduzir. No computador de bordo, o consumo médio anunciado com álcool foi de 7,3 kml/l.

Um dos destaques do Renegade, além do acabamento interno, que usa plástico agradável ao toque e tecido, fica por conta do conjunto da suspensão. Independente nas rodas dianteiras e traseiras, ao contrário do Eco e do HR-V (eixo de torção na traseira), o Renegade comprova a expertise Jeep fora de estrada com o melhor conforto oferecido aos ocupantes ao atravessar buracos e lombadas. 

A cabine do Renegade conta com 2,57 m de entre-eixos. É mais folgado que o EcoSport, mas perde de longe para o HR-V. Já no porta-malas, o espaço reduzido de 260 litros não dá muita opção para bagagem em excesso e está mais para compartimento de carro compacto. 

Ford EcoSport FreeStyle Plus 2.0 Powershift
R$ 82.900
 

Itens de série: freios ABS, airbag duplo, lateral e de cortina, direção elétrica, roda de liga 16", ar-condicionado, assistente partida em rampa, controle de estabilidade e tração, trio elétrico, sensor de estacionamento, piloto automático, SYNC Applink e assistência de emergência e banco de couro

Lançado há mais de dez anos e criado especialmente para o mercado brasileiro, o EcoSport só melhorou com o tempo no que diz respeito à aparência e ao desempenho. Um dos itens que permanece igual ao longo das gerações e que poderia ser melhorada, no entanto, é o uso excessivo de plástico. No fim, um carro de mais de R$ 80 mil oferece um ambiente que, muitas vezes, é encontrado em carros populares. O material está no painel e em toda extensão da porta - aliás, a do motorista precisou de uma dose boa de força para ser fechada todas as vezes. 

A mecânica com motor 147 cv e 19,6 kgfm de torque, quando abastecido com álcool, conjudada a um câmbio automatizado com dupla embreagem faz o Eco reagir bem na cidade e também na estrada. No trânsito, mesmo com o anda e para, a reação do conjunto não demora a aparecer, enquanto em trecho rodoviário, os quase 150 cv de potência mostram desenvoltura para embalar a 120 km/h. 

A eficiência do motor, no entanto, é proporcional ao consumo. Com álcool no tanque, o computador de bordo marcou gasto médio de 6,4 km/l. Somado a uma autonomia de 52 litros do tanque de combustível, o resultado foi uma chamada ao guincho da administradora da rodovia dos Bandeirantes por pane seca. 

Entre os três modelos avaliados, esta versão do Eco é a mais cara, mas mais completa do comparativo. Além dos itens comuns aos três modelos, tem também airbag lateral e de cortina, bancos de couro, sistema SYNC, que permite acionar vários comandos, inclusive aplicativos do celular, por voz. 

Com 2,52 m de entre-eixos, o Eco leva com dignidade quatro ocupantes. O porta-malas é de 362 litros e atende bem a uma família pequena. Um dos principais diferenciais do Eco, porém, é seu calcanhar de Aquiles: dependendo do espaço disponível, não há como acessar a porta, já que a a abertura da tampa é lateral e feita por meio de um pequeno botão na lanterna.

Escolha de Anelisa Lopes - é uma escolha difícil. Cada um deles agrada à sua maneira, mas não há como negar que Jeep e Honda estão à frente da Ford pelo conjunto do projeto bem equilibrado entre design, acabamento e desempenho. 

A Ford fica em terceiro lugar, não pelo fato de não ter mudanças desde 2012, mas pelo acabamento da cabine, que não condiz com o porte do carro pelo excesso de plástico e usabilidade um pouco confusa dos comandos, além do exagerado consumo quando abastecido com álcool. O Renegade e o HR-V conversam no mesmo nível. O Jeep tem mais personalidade, mas o Honda contra-ataca com um design moderno. Por dentro, têm bom acabamento e possuem uma mecânica bastante satisfatória. O HR-V fica em primeiro, no entanto, por oferecer mais espaço interno e de bagagem, característica condizente ao perfil de quem busca modelos neste segmento. 

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