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Mais etanol na gasolina: você será afetado?

O percentual de etanol na gasolina pode aumentar de 25% para 27%. Confira se isso afetará o motor de seu carro

02/03/2015 - Texto e foto: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Pouco após o anúncio da elevação nos preços dos combustíveis no Brasil, o governo, em parceria com a Única (União das Indústrias de Cana-De-Açúcar), sinalizou que a porcentagem de etanol incluso na gasolina comum subiria dos atuais 25% para 27,5% ainda em fevereiro.

No dia dois daquele mês, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) veio a público por meio de nota corroborar a ação, recomendando apenas que o número fosse arredondado para 27% e explicando que a gasolina premium - com maior octanagem - permaneceria com 25% de etanol pelo fato de os testes de durabilidade com esse combustível ainda não terem sido concluídos. No final das contas, o Governo Federal está aguardando a finalização dos testes e adiou a decisão de aumentar ou não o conteúdo do derivado da cana na gasolina para o final de março.

Os donos de carros flex estarão tranquilos com as mudanças, pois os carros podem rodar até com etanol puro. Mas, e quem tem um carro só a gasolina, ou ainda um modelo antigo de uma época em que etanol se chamava álcool? Confira os mitos e verdades sobre a mudança.

Com mais etanol na gasolina, os componentes se desgastarão mais rápido - Mito

“Desde o início do ProÁlcool (década de 1970), o desgaste de componentes pela ação do etanol foi resolvida, e foi de maneira rápida”, revela Ricardo Bock, professor de engenharia automobilística da Fundação Educacional Inaciana (FEI), “então um acréscimo extra de dois pontos percentuais na mistura não deve trazer maiores problemas do que os já causados pela gasolina atual com 25% de etanol”.

Ricardo Dilser, assessor técnico da Fiat, corrobora essa visão para os carros mais novos: “Carros modernos, produzidos da época dos flex para cá, não irão sofrer com oxidação, pois o uso de aço inoxidável e plástico já preveem o etanol em maior ou menor quantidade”.

O consumo e o desempenho do motor vão piorar - Verdade, em partes

Dilser afirma que, como o aumento de etanol é pequeno, não afetará o desempenho nem o consumo a ponto de o cliente perceber. "Além disso, os sistemas atuais de gerenciamento de motor têm alta capacidade de ajuste com mais ou menos etanol. Mesmo nossos modelos somente a gasolina, como a linha T-Jet e o Fiat Freemont, não terão nenhuma resposta negativa com esse novo percentual”, destaca o assessor.

Mas fica a dúvida para modelos mais antigos, ainda com carburador. Para os que ainda possuem veículos sem injeção eletrônica, Bock informa que “a diferença vai ser imperceptível para o motorista comum. Talvez uma pequena variação na marcha lenta e uma certa preguiça na resposta do motor, principalmente com ele frio. Mas será muito difícil sentir a mudança”.

Vou ser obrigado a pagar mais para abastecer com gasolina premium? - Mito

Em sua nota oficial, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que “a entidade recomenda que os veículos com motor a gasolina utilizem o combustível do tipo premium”. A alegação se dá pelo não término de todos os testes de durabilidade com a nova gasolina.

Mas sabendo que não haverá um desgaste extra nos componentes e que o consumo e o desempenho terão pouca ou nenhuma alteração - principalmente em modelos com injeção eletrônica - fica difícil justificar o uso da gasolina premium, que é bem mais cara que a comum.

Então qual é o grande problema?

Sabendo que a variação de dois pontos percentuais da quantidade de etanol na gasolina não afetará de maneira sensível o consumo e o desempenho do seu carro, que as peças não terão mais desgaste do que já sofrem com a gasolina atual e que não vale a pena usar a gasolina premium só porque ela não sofrerá mudanças, qual é a grande questão sobre o aumento?

O problema mesmo fica por conta dos valores pagos pelo combustível. Desde o início do ano, quando foi retomada a cobrança da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e o governo liberou a Petrobras para cobrar mais caro pelos combustíveis que saem das distribuidoras, o valor da gasolina saltou na média do País de R$ 3,03 em dezembro de 2014 para R$ 3,29 por litro em fevereiro de 2015, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Então, quando ocorrer o acréscimo extra de etanol, os consumidores estarão pagando mais caro e recebendo efetivamente menos gasolina.

Em pleno 2015, quem ainda não é flex? - Lá se vão quase doze anos desde a introdução do primeiro veículo flex, em 2003, mas ainda existem muitos carros novos no mercado que não têm capacidade para rodar também com etanol. Modelos com bom volume de vendas como o Volkswagen Golf, por exemplo, ainda rodam apenas com gasolina. Modelos com motorização turbinada ou esportivos (como o Fiat 500 Abarth e o Honda Civic Si, respectivamente) e importados também costumam rejeitar o combustível derivado da cana. As exceções ficam por conta dos BMW 320i e 328i, ambos ActiveFlex, e alguns modelos de origem chinesa como Chery Face e JAC J3, por exemplo. Então, na hora de comprar seu próximo 0km, cheque antes se o carro é flex.


 

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