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Decepção com o gás

12/11/2008 - Eduardo Hiroshi / Fonte: iCarros

Há alguns dias, um amigo me telefonou para falar sobre um problema pessoal envolvendo carros. Ele estava tentando vender o automóvel para quitar algumas dívidas, mas o carro tinha sido convertido para GNV (gás natural veicular). Resultado: rejeição total nas lojas e desprezo por parte dos particulares. A decepção foi grande porque o kit de gás foi comprado com várias promessas. A primeira, de que o dinheiro gasto na instalação seria recuperado rapidamente. A segunda, de que seria um investimento no veículo e que, caso meu amigo desejasse, seria possível retirar facilmente o kit para usar em outro automóvel. E não foi o que ocorreu. Carros com GNV têm enfrentado problemas no mercado de usados. Mecânicos se queixam de rachaduras na carroceria, desgaste prematuro da suspensão traseira, focos de ferrugem e danos no cabeçote do motor. Por isso, o gás só vale a pena para quem roda bastante, no mínimo 70 quilômetros por dia, como os táxis. Evidentemente que a maioria dos problemas que citei são provocados por instalações malfeitas e kits ultrapassados, e que tudo isso é bastante minimizado nos originais de fábrica ou homologados (atualmente só Fiat Siena e Ford Ranger oferecem esta opção). O GNV, por si só, está cheio de vantagens. Se o kit funcionar corretamente, o motor passa a poluir menos; e o preço (considerando só o combustível) ainda é bastante vantajoso. Os sistemas mais modernos usam quatro bicos injetores de gás e softwares que interagem corretamente com a central eletrônica do motor. Há um problema insolúvel, que é a perda de rendimento provocado pelo menor poder calorífico do GNV. A taxa de compressão ideal com gás fica ao redor de 14:1 a 16:1, o que tornaria inviável o uso no mesmo motor de um combustível como a gasolina ou o álcool, que exigem taxas mais baixas. E retirar o kit exige mão-de-obra qualificada, a mesma que o instalou (o que significa uma despesa a mais para este serviço), sem falar que o carro ficará marcado pelos furos no porta-malas. Não bastassem as dúvidas técnicas, há as dificuldades políticas. A maior parte do gás consumido no Brasil vem da Bolívia, cuja instabilidade político-social fez o nosso governo acender a luz amarela para o GNV. A geração de gás por biomassa ainda não é suficientemente explorada. Recomendei ao meu amigo que tentasse vender o carro para algum taxista, de preferência fora de São Paulo, porque o veículo em questão é prata. A propósito, o carro que ele está tentando vender não é dele, e sim da namorada. O sonho de consumo do meu colega é um Jeep Cherokee e ele quase comprou um no ano passado, mas com kit de gás. Se fosse hoje...
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