Pouca gente se dá conta de que os pneus são um dos itens de segurança mais importantes de qualquer veículo, seja carro, moto, caminhão etc. Os pneus são a única parte do carro em contato com o solo e a borracha efetivamente "no chão" equivale ao tamanho de um cartão postal.
Mantê-los em ordem é, na maior parte das vezes, tarefa simples. Por isso, não deveria haver desculpas para que os motoristas negligenciem atenção para este item. Mas basta dar uma volta pelas ruas de qualquer cidade, em especial nos bairros mais pobres, para encontrar automóveis com pneus carecas ou com desgaste irregular.
A primeira dica é calibrar os pneus uma vez por semana, a frio. Sim, você já leu sobre isso em algum lugar. A informação tem sido bastante divulgada pelas montadoras, pelas fábricas de pneus e pela imprensa especializada. Mas, infelizmente, pouca gente leva a sério. Um carro com seis libras a menos que o recomendado consome de 10% a 20% mais.
Quando o pneu está murcho, a área em contato com o solo aumenta (exemplo prático: uma bicicleta fica mais "pesada" para pedalar quando os pneus estão... murchos). Para complicar, a baixa pressão faz com que o pneu se deforme, aumentando o desgaste nas bordas e nos ombros. Dependendo do tempo e da velocidade que o pneu rodar, ele pode até explodir.
E por que calibrar a frio? Porque o ar se expande à medida que a temperatura aumenta, gerando imprecisão no manômetro da bomba de ar. O ideal é fazer esta operação nas primeiras horas da manhã, quando o asfalto ainda está frio. Rode o mínimo possível - até seis quilômetros não há problemas - e, se possível, faça a calibragem sempre no mesmo posto, já que os manômetros nem sempre são precisos (mas os modelos digitais são melhores que os de ponteiros).
Consulte o manual do proprietário para saber qual é a pressão correta. Não confie no frentista, já que eles não têm como saber as pressões de todos os carros em circulação. Se você ainda acha bobagem, saiba que o trabalho de desenvolvimento das suspensões inclui encontrar a pressão ideal para os pneus.
Uma vez por semana, procure dar uma olhada no estado das bandas de rodagem. Retire pequenos pedriscos que estejam presos nos sulcos da banda de rodagem. Por falar nisso, a profundidade mínima dos sulcos estipulada por lei é de 1,6 milímetro - abaixo disso, o pneu é considerado careca. Mas, o ideal é trocá-los bem antes disso. Para garantir que os quatro pneus se gastem por igual, faça o rodízio a cada 10 mil quilômetros, sempre em conjunto com o alinhamento da suspensão e o balanceamento das rodas. Bandas de rodagem com desgaste irregular são um indício de suspensão desalinhada.
Nunca troque apenas um pneu: faça a substituição sempre aos pares, no mesmo eixo. Se você só tiver dinheiro para comprar dois pneus, coloque-os no eixo traseiro, independentemente da tração do veículo. Parece um equívoco, mas hoje esta prática é um consenso entre fabricantes de pneus e montadoras de automóveis.
Entenda: o carro tende a derrapar sempre no eixo onde os pneus estejam mais gastos. Quando o veículo sai de frente, a correção é simples: girar o volante para dentro da curva e reduzir a velocidade. Mas, sair de traseira é uma manobra mais complicada: é preciso virar a direção para fora da curva. Poucos motoristas têm sangue frio para isso.
E, por fim, se pneus ainda parecem uma bobagem para você, saiba que eles interferem - e muito - no comportamento dinâmico do veículo. Dois modelos de pneus diferentes causam comportamentos diferenciados - ruído, aderência em curvas e frenagens, dureza da suspensão etc. Na hora da troca, procure fazer a seguinte experiência: dirija outros carros iguais ao seu, mas com pneus diferentes. O teste drive é a melhor solução para escolher os seus quatro companheiros que o acompanharão por muitos quilômetros.