As vendas do novo Honda Fit começam nos próximos dias, mas já existe uma grande interrogação no ar. O que fez a Honda achar que o carro vale R$ 52.340? Este preço é o valor sugerido da versão básica para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas demais regiões, são R$ 53.200. Em relação ao Fit 2008, o aumento foi de 10,6% para a versão básica e 19,4% para a topo de linha com câmbio automático, que agora sai por R$ 69.750 (ou R$ 70.545 no Norte e Nordeste).
Eis algumas comparações rápidas. Partindo do princípio que o Fit concorre principalmente com Chevrolet Meriva e Fiat Idea, ele é significativamente mais caro que ambos. O Idea 1.4 com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, rodas de liga leve e airbag duplo ainda custa mais barato, e de quebra o cliente ainda recebe ABS (no mesmo pacote do airbag) e rádio. Não existe Meriva 1.4 com o mesmo nível de equipamentos do Fit, um claro sinal de que a GM está apostando num cliente menos abastado.
Dizer que o Fit oferece três anos de garantia não é suficiente. Sua relação custo-benefício não é boa. Ficou a impressão de que o carro está sofrendo da síndrome do Mercedes-Benz Classe A, ou seja, o Fit virou um carro caro para o seu tamanho. A Honda aposta na sua boa imagem junto ao público brasileiro para justificar o preço - robustez, confiabilidade, boa assistência técnica, conforto e economia de combustível são os adjetivos mais atribuídos à marca.
Aliás, para quem não sabe, o carro nunca custa o valor real (ou seja, matérias-primas, mão de obra, custo operacional e margem de lucro), mas sim o que os homens de finanças entendem que os clientes estão dispostos a pagar. Com isso em mente, repito a pergunta: o Fit vale tudo isso? Já andei no carro e posso dizer que ele é bom. Tecnicamente falando, ele é superior ao Idea e Meriva. Tem ótimo conjunto mecânico. Mas a cifra exigida pela Honda me parece, no mínimo, surreal.
Eduardo escreve às quartas