Fiat Idea Adventure, do asfalto à lama

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O Idea Adventure se diferencia das demais versões pela suspensão elevada e pelos apliques plásticos

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A dianteira possui um conjunto de quatro faróis auxiliares

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A carroceria monovolume garante amplitude ao habitáculo do veìculo

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O modelo pode ser equipado com o sistema de bloqueio de diferencial Locker, oferecido por R$ 1.830

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O motor 1.8 16v rende 132 cv quando abastecido com etanol e 130 cv com gasolina

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O bom ângulo de abertura das portas dianteiras garante fácil acesso ao interior do veículo

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O espaço para as pernas no banco traseiro é limitado

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O porta-malas comporta 380 litros de bagagem

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O modelo recebeu lanternas de LED na última reestilização, promovida em 2010

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Os faróis dianteiros possuem máscara escurecida e luzes elípticas

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A trava do estepe dificulta o acesso ao porta-malas

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A linha Adventure foi lançada em 1999, baseada no Palio Weekend da primeira geração

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As rodas de liga leve aro 15 possuem desenho exclusivo no modelo aventureiro

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As linhas do painel sofreram poucas mudanças ao longo dos anos

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O teto possui duas prateleiras na parte dianteira, além de dois porta-objetos e um espelho retrovisor extra

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O sistema de som não permite a reprodução de áudio através da conexão Bluetooth

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A versão Adventure é equipada com três mostradores no topo do painel, sendo uma bússula e dois inclinômetros

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Os bancos dianteiros possuem o nome da versão bordados no encosto

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Feito para a cidade com cara de fora de estrada, o Fiat Idea Adventure é direcionado para um público que gosta de aventura, mas não se arrisca a pegar mais do que uma estrada de terra no final de semana. Versão topo de linha da família, a Adventure custa R$ 58.000 e é a mais vendida, representando 40% dos emplacamentos do modelo.

O Idea, aliás, é hoje o segundo monovolume mais vendido no mercado brasileiro, perdendo apenas para o Honda Fit. Ele está muito à frente de rivais como o Citroën Aircross, que aposta na mesma fórmula do modelo fabricado em Betim (MG). E o Idea enfrenta outro desafio. Ele faz parte do segmento de minivans, categoria que tem perdido cada vez mais espaço para os crossovers e SUVs. 

Lançado no Brasil em 2005, o Idea já não goza da juventude de projeto e das inovações que o marcaram. Ele foi, por exemplo, o primeiro modelo nacional a adotar vidros laterais laminados. Para não deixar o monovolume cair no ostracismo, a fabricante apresentou em 2010 uma reestilização, que é vista no modelo até hoje. Ele então inovou mais uma vez ao ser o primeiro carro fabricado no País a utilizar lanternas traseiras de LED.

Vida a bordo

Praticidade é a palavra-chave para definir uma minivan, mas não nesse caso. O Fiat Idea deixa a desejar no habitáculo. Existem diferenciais, como um retrovisor extra para observar os passageiros no banco de trás e uma série de porte-trecos no teto. Entretanto, faltam equipamentos básicos para um carro com pretensão familiar. O porta-luvas carece de refrigeração, os porta-objetos são poucos e pequenos e não há mesas nos encostos (como havia na finada Meriva) nem porta-garrafas.

De série, a versão Adventure traz ar-condicionado, direção hidráulica, rack de teto, chave canivete, banco do motorista com regulagem de altura e apoia-braço central, computador de bordo, faróis de neblina, trio elétrico (só nos vidros dianteiros), rodas de liga leve aro 15, pneus de uso misto, rádio com Bluetooth e entradas USB e auxiliar, volante de couro com ajuste de altura e comandos de áudio e suspensão elevada. 

O modelo testado estava equipado com o Kit Creative, que acrescenta sensores de estacionamento traseiro e vidros traseiros elétricos ao custo de R$ 1.372. São opcionais também o câmbio automatizado Dualogic (R$ 3.069), airbags laterais (R$ 1.675), sistema Locker (R$ 1.830) e um pacote que inclui bancos revestidos parcialmente de couro, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, retrovisor interno antiofuscamento e subwoofer (R$ 3.166).

A posição de dirigir é diferente do habitual em carros de passeio, com o banco numa posição elevada. E a falta de regulagem de profundidade no volante pode ser um incômodo para pessoas mais baixas. Há, porém, regulagens de altura nos bancos, na direção e nos cintos dianteiros. Passageiros altos não sentirão falta de espaço para a cabeça, mas o mesmo não pode ser dito da distância para as pernas no banco traseiro - quem viaja no meio também se acomoda bem graças ao túnel central baixo.

O porta-malas comporta 380 litros e tem fácil acesso graças ao ângulo de abertura da porta, mas o estepe posicionado na tampa traseira exige mais espaço. Além disso, a trava requer o uso das duas mãos, algo nada prático. A cabine possui bom isolamento acústico e o painel tem boa oferta de materiais, cores e texturas. Pena que o desenho praticamente inalterado ao longo dos anos não transmita modernidade. Outros pontos negativos são a falha nos encaixes no acabamento interno e o sistema de som que não permite a reprodução de áudio via conexão Bluetooth.

Pequeno e ágil

O carro é relativamente pequeno por fora, mas é mais alto que o normal. A carroceria mede 4,20 m de comprimento, 1,75 m largura, 1,81 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. Para comparar, o Palio Fire tem 1,4 m de altura. Tais números garantem que o Idea se comporte como um carro compacto no trânsito. 

O motor 1.8 16v flex, que entrega 132 cv quando abastecido com etanol e 130 cv com gasolina, movimenta com rapidez os 1.325 kg do monovolume. O torque máximo de 18,9 kgfm também colabora para a impressão de agilidade, apesar de a transmissão manual de cinco marchas possuir engates razoavelmente longos. Na estrada, o Idea se mostra sempre disposto a ultrapassagens e retomadas de velocidade. Entretanto, a carroceria alta - que em situações normais já seria mais suscetível a rolagens laterais - tem a estabilidade comprometida devido à suspensão elevada e aos pneus de uso misto.

Apesar da maquiagem de lameiro, fica claro que o Idea Adventure não foi criado para encarar trilhas. Mesmo assim, a suspensão bem acertada permite encarar ruas não pavimentadas e buracos sem problemas. A combinação de estrada de terra com chuva - que seria o pesadelo de muitos veículos de passeio - não atrapalha a minivan. Em tal situação, os pneus de uso misto fazem valer sua presença e retribuem a falta de aderência no asfalto.

No alto do console central, o modelo possui três mostradores - bússola e inclinômetros lateral e longitudinal -, que podem motivar o condutor a experimentar as habilidades fora de estrada do carro. O sistema Locker de bloqueio de diferencial, que iguala a tração nas rodas dianteiras caso uma delas destracione, custa R$ 1.830 e garante que o carro ultrapasse terrenos de lama sem dificuldade. 

Veredito de Gabriel Aguiar - Pelo mesmo preço, existem opções com melhor dirigibilidade na cidade, como a minivan Citroën C3 Picasso, ou mais direcionados para o uso fora de estrada, como o SUV Lifan X60. Entretanto, o sucesso do Fiat Idea Adventure está exatamente em aliar características que atendam esses dois públicos. Nem a idade do projeto parece ter comprometido essa vantagem. E pelos números de emplacamentos, a estratégia parece acertada.

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