Hockenheim: palco de época de ouro do Brasil vitorioso na F1

Não por coincidência, era a época em que os dois melhores pilotos do mundo eram brasileiros e também corriam pelas principais equipes de ponta. O pacote técnico contava com o ótimo rendimento dos motores da Honda, que equipava a Williams de Piquet nos triunfos de 1986 e 1987, e nas três vitórias de Senna com a McLaren em 1988, 1989 e 1990.

As longas retas, exigindo velocidade final e boa retomada, eram a principal característica do antigo circuito alemão, que tinha quase sete quilômetros de extensão. Depois de uma reforma feita há uma década, apenas a parte do estádio resistiu aos tempos de Piquet e Senna.

Reforma e briga de pilotos

A pista de 6.823 metros, que passava por longos trechos pela floresta, virou um traçado menor, de 4.574 metros. O projeto foi do arquiteto alemão Hermann Tilke. “O circuito de Hockenheim era uma pista veloz com retas longas. Era algo especial por ser um traçado incomum, e nossa ideia era resguardar o máximo possível da pista antiga. A ideia original era simplesmente alargar o traçado original para adaptá-lo às novas exigências de segurança, mas infelizmente isso se mostrou impossível”, disse Tilke ao site oficial da F1.

Piquet também venceu em 1981, com outra equipe, a Brabham. E foi no ano seguinte que o brasileiro também protagonizou uma cena até hoje bastante lembrada pelos fãs: a briga com o retardatário Elizeo Salazar. Líder da corrida, Piquet foi tocado pelo chileno e saiu furioso do carro, partindo para cima do “barbeiro”. A cena de 1982 é uma das mais populares em todos os clipes de F1 em Hockenheim.

Fim do jejum brasileiro

Foi ainda no traçado antigo que Rubens Barrichello também fez história em 2000, conquistando sua primeira vitória na F1. O triunfo veio em seu primeiro ano na Ferrari, após bater na trave com as equipes menores na qual competiu antes, como Jordan e Stewart.

Largando apenas em 18º, Rubinho fez uma corrida de diversas ultrapassagens e também arriscou ao se manter com pneus slicks na pista molhada de Hockenheim. A emotiva vitória também quebrava um jejum de sete anos sem vitórias do Brasil na F1 – a última havia sido com Senna em 1993 no encerramento da temporada daquele ano no GP da Austrália em Adelaide.

Hoje, o Brasil já enfrenta um jejum maior – em 2019 se completarão dez anos do último triunfo brasileiro, justamente com Barrichello no GP da Itália em 2009, com a equipe Brawn, campeã daquele ano com o inglês Jenson Button.

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Na pista alemã, o País esteve perto de uma vitória em 2010, com Felipe Massa. Um ano após o grave acidente na Hungria, o brasileiro imprimia ritmo forte com sua Ferrari até ouvir o infame “Fernando is faster than you”, código da Ferrari para ceder a posição ao companheiro Fernando Alonso.

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